Em nome do amor

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Segunda-feira tem "Segredo de Sangue" e hoje é dia de revelação (que vocês já imaginam qual seja)

Será que vamos passar raiva com Gustavo, o homem mais PACIENTE da Bahia ou nah?

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Gustavo estava nervoso enquanto aguardava a oportunidade de entrar na casa de Agnes Barbosa.

A jovem explicara que as crianças ainda não sabiam a respeito da identidade do pai, e só queria informar a verdade quando o DNA tivesse dado o resultado positivo.

- Eu entendo que você deve estar ansioso em explicar tudo para as crianças, mas peço que tenha calma. Durante anos, a única referência de pai dos gêmeos era o velho, alguém que eles nem chamavam de "pai". Tininha não conheceu o pai biológico. Então, é importante ter calma.

- Mas... Eles não ficaram surpresos com a chegada de um pai, assim, do nada, quando você falou sobre o DNA?

- Surpresos eles ficaram, mas os meninos também são pragmáticos... Até demais pra idade deles: só aceitaram a oportunidade de conviver com o senhor... Quer dizer, com você, por causa de Tininha.

O empresário compreendeu perfeitamente: os meninos o deixariam entrar em suas vidas caso ele também adotasse a menina, o que ele faria de toda forma: jamais faria diferença entre os filhos biológicos e Valentina, e a ausência de um laço de sangue não o afetava - aquela menina já fazia parte de sua vida, e ansiava em protegê-la de todo o mal, incluindo Tininha em um mundo em que ela estaria sempre cuidada, amada e todas as suas vontades atendidas.

- A propósito, Agnes, podemos nos acostumar à ideia de não nos chamarmos de "senhor" ou "senhorita"? Você é mãe de meus filhos, e eu sou pai de seus filhos; então nós devemos ter uma relação absolutamente natural, amigável. Até porque quero manter essa relação ainda mais forte, já que eu espero que você e as crianças venham a morar no apartamento.

Agnes assentiu, para a surpresa de Gustavo.

- Já imaginava esta proposta e eu aceito. Os meninos precisam conviver com você e ter uma relação de pai e filho, e eu não vou ficar longe de meus filhos.

Foi com o sentimento de esperança – e a memória daquele diálogo em sua mente - que Gustavo se encontrava na porta, aguardando apenas o momento para que ele pudesse entrar e se apresentar da forma correta aos seus filhos. As mãos estavam suadas: sentia como se fosse um adolescente em sua primeira festa, ou na época da faculdade, durante a primeira apresentação de trabalho.

O nervosismo era explicável: eram os seus filhos, crianças que poderiam estar longe de seu alcance, e talvez não estivessem vivas hoje; mas que foram amados por uma mulher que fez tudo, lutou sozinha e nunca desistiu deles em nome do amor que sentia por Heitor, Daniel e Tininha.

Pelos três.


Quando Agnes abriu a porta naquela manhã, Gustavo notou pela fresta que os três meninos já estavam na sala, todos arrumados e em pé, calmos como ele sabia – eles não eram.

- Já estão na sala... – explicou a jovem, enquanto Gustavo procurava com o olhar as crianças.

Daniel mexia na armação dos óculos, nervoso, os cabelos penteados para o lado, as mãos no bolso da bermuda jeans. A camisa do Homem de Ferro fez Gustavo ensaiar um sorriso. O quarto de seu filho seria a cara dele. Heitor, por sua vez, os cabelos já bagunçados, levantava os pés e abaixava, impaciente. Apesar de igual ao gêmeo, era o contrário em tudo: a bermuda era preta e a camisa de mesma cor, com o rosto de outro personagem famoso dos cinemas, Venom.

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