A mais linda princesinha

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Era mais um dia de aula, e as crianças Barbosa Villar seguiam dentro do carro com o motorista, Sr. Vladimir, até o colégio do bairro onde outrora viviam.

Cada uma delas estava com expectativas diferentes para aquela manhã, e queriam deixar registrado ao motorista:

- Hoje tem jogo contra os meninos do quarto B! Vou fazer dois gols, Seu Vladimir!

- Que bom, Heitor! Tomara que seu time ganhe!

- O quarto B tem uns dois meninos enooormes – comentou Daniel, abrindo os braços com exagero, a fim de mostrar o tamanho das crianças. – Vai ser difícil, Tô...

O gêmeo deu de ombros.

- Tô nem aí! Faço dois gols fácil!

- E você, Tininha, o que vai fazer hoje na escola? – perguntou o motorista.

- Hoje eu vou ler livrinhos. Aí a gente vai trocar os livrinhos, e eu vou ler o que minha colega levou.

- Seu nome tá anotado no livro, Valentina? – Daniel parecia preocupado.

- Sim, Dandan! – a menina ergueu o queixo, orgulhosa. – Pedi pra mamãe plastificar e colocar um adesivo rosa com meu nome! Não vou perder não!

- Tomara, vu... – resmungou Heitor, cruzando os braços, mas havia uma nota de humor em sua voz. – Você adora perder as coisas...

- Não vou perder nada não, Totô!

Daniel percebeu o rosto emburrado da irmã, e sabia que Heitor estava provocando a menina, mas Valentina era sensível e se incomodava com determinadas críticas.

- Tininha, Heitor só tá brincando. Ele sabe que você não vai perder nada.

- Não vou perder porque tá tudo plastificado com meu adesivo!

- Ótimo que tá tudo organizado meninos, agora se preparem porque estamos chegando na escola! – Vladimir acalmou as tensões, mostrando aos três a proximidade do colégio

Assim que chegaram na porta da escola, o motorista abriu a porta e deixou os três saírem, ficando na calçada, enquanto Vladimir buscava as mochilas das crianças – guardadas no porta-malas.

- Obrigado, Seu Vladimir... – Daniel pegou a mochila azul, com a estampa contendo a imagem do Super-Homem.

- Valeu, Seu Vladimir! – Heitor levou pela alça, arrastando no chão, sua mochila preta, cheia de adesivos e riscos.

- Obrigada, Seu Vladimir! – Tininha pegou a mochila de carrinho, rosa, repleta de brilhos e strass, e os três foram caminhando até a porta, cumprimentando o porteiro sob o olhar sempre preocupado e cuidadoso de Vladimir.

Era sempre assim quando o motorista levava as crianças, em situações excepcionais, a exemplo daquela manhã: Agnes e Gustavo não foram levar os meninos, porque teriam de resolver questões "de adulto", mas não explicariam aos filhos que aquilo estava relacionado a investigação do tráfico de crianças.

Enquanto Edgard Villar ainda estava preso, os falsos pais de Tininha se encontravam depondo na polícia federal a respeito de sua relação com Amparo Villar, e expondo a matriarca. Os próximos a depor seriam os pais adotivos da menina: Agnes e Gustavo contariam tudo o que sabiam sobre todo aquele caso – e os policiais esperavam as informações do empresário, que fizera uma investigação independente para denunciar a própria mãe.

Por isso, Daniel, Heitor e Valentina entraram juntos na escola, sem saberem que estavam sendo observados.

Por isso, Daniel, Heitor e Valentina entraram juntos na escola, sem saberem que estavam sendo observados

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