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Sábado, 15:49...

LP

- Não quero saber, cadê seu filho? Eu vou atrás dele- falou já descendo a rua.

Só não ri pra não dar moral. Mas, que foi engraçado, foi.

- Vai pra dentro que tu tá velha já pra tá saindo na rua desse jeito, eu vou pegar a moto e vou atrás dele- puxei ela pelo braço.

- Pq você deixou ele sair, se eu falei não? Ele vai achar que pode fazer oq quiser, porque você passa a mão na cabeça dele- fiquei quieto.

Nem sabia que ela tinha negado pro moleque carai.

Depois dela me prometer que só sairia na rua de novo se vestisse uma camisa, eu peguei a moto e saí roncando motor pela favela. Ir atrás do abusado que eu chamo de filho, né.

Fui achar ele na praça, jogando bola com os mlk.

- Gabriel, camba pra casa que tua vó tá braba contigo- parei do lado dele.

- Ox pai, pq?- fez cara de paisagem.

- Sobe nessa moto logo moleque, antes que eu passe com ela por cima de tu- ele riu, subindo na garupa.

Sábado, 16:02...

- Tu vai ficar em casa pianinho até tua vó te liberar, entendeu? Tu largou ela sozinha pra limpar a bagunça que a porra do cachorro que tu mermo pediu, fez. Se eu te pegar com o pé pra fora do portão, eu te mando pra morar com tua mãe no norte- ele fez careta.

- Ela não é minha mãe- cruzou os braços me encarando.

Falei nada, mas minha vontade mermo era falar "isso aí filhão, aquela vadia só serviu pra te parir e meteu o pé".

- É mesmo não, tua mãe é a vó Neuza e a madrinha gata aqui- Camila desceu as escadas só de biquíni.

- Né não, tia? Daquela imunda eu quero distância- fechou a cara, olhando ela de cima a baixo- vai pra piscina? Calma aí que eu vou junto- correu atrás dela pros fundos de casa.

- Você vai subir pra dar banho no cachorro, vai- minha mãe apareceu da cozinha.

- Da ele pra vizinha, quero mais não- deu de ombros.

- As coisas não são assim, Gabriel. Você não pode desfazer das coisas desse jeito. Foi você que pediu e sua obrigação é cuidar da porra do cachorro.

- Você vai dar pra vizinha ou não?- cruzou os braços.

- Vou, Gabriel. Vou!

- Descruza- Camila deu um tapa no braço dele.

- Você tá muito mimado, mas pode deixar que eu te coloco na linha de novo rapidinho- minha mãe voltou a falar.

Deitei no sofá e fiquei só olhando elas brigar com ele. Tava precisando mermo, abusado pra porra.
···

Tá no meu nome!Onde histórias criam vida. Descubra agora