20°

2K 136 3
                                    

Domingo, 16:08...

Mayara

Não demorou pra gente comprar o sorvete e voltar pra casa

E demorou menos ainda pra Luciana começar a chorar ouvindo pagode e lembrando do ex.

— Me deixa provar que aqui do meu lado é o seu lugar...- cantava chorando- ...apontando os defeitos, não é assim que vamos nos resolver- e chorava, agarrada na garrafa de vodka.

Sabe aquela amiga que já voltou com o mesmo babaca várias vezes, e não supera nunca? A que não importa com quantos caras fique no rolê, sempre liga pro ex no fim da noite? Então, essa é a Luciana.

Já tentamos fazer ela superar ele de tudo quanto é jeito, mas a bicha não consegue superar de jeito nenhum man. Não sei oq ela viu naquele cara, sinceramente. Moleque parece um urubu com esquizofrenia, é chato, sem graça, irritante, tinha um ciúmes dela insuportável e chegava até a ser tóxico. Misericórdia.

LP

- Porra é essa, menor?- olhei estranho pra guria que chorava.

- É amor de pica- Miranda revirou os olhos.

- Fica assim não, amiga. Um dia ele volta- Mayara tentava consolar a prima, abraçada nela.

- Oloko em, mó brisa- Blaid falou comendo.

- Vem comer que a tristeza passa- Ruan puxou ela pelo braço.

- Não sei oq ela vê naquele calango esquizofrênico- Mayara negou com a cabeça, parando ao meu lado.

- Quem é esse cara- dei um gole na minha bebida, claramente curioso.

- O ex dela- virou, me olhando- cara meteu vários chifre nela, era mó tóxico possessivo- negou com a cabeça.

- Isso que dá namorar envolvido, sou o único que presta eu- ela riu.

- Sei não, em- pegou um pedaço de carne, levando a boca.

- Confia- assenti, sorrindo de lado.

- Pois agora é que eu não confio mesmo- negou com a cabeça.

Gargalhei.

- Você é engraçada- ela sorriu.

- Fazer você rir até esquecer que eu sou cinco anos mais nova- zombou.

- Deixa de ser otária, mina- neguei com a cabeça, rindo.

- Ô pai, da dinheiro aí- Gabriel chegou já esticando a mão.

- É assim que fala?- perguntei.

- Da dinheirinho pro seu filhinho lindo, por favor paizinho- fez cara de pidão.

Gabriella gargalhou.

- Gente, que garoto inteligente- bateu na mão dele.

- Filho de peixe, peixinho é- murmurei, dando o dinheiro pra ele.

- Minha irmã é igualzinha, ou pior- riu, me olhando.

- Miranda?- ela negou com a cabeça.

- Também, mas eu estava falando da nossa caçula, Mariana. Menina é uma peste- dei risada.

- Gabriel é demais pô. Mas, eu nem reclamo né, ele puxou essa graça toda aí, de mim. Eu era disso pra pior- sorri, lembrando- mas sou um pai daora, tô ligado- me gabei.

- Você cria ele sozinho?- ela me olhava com os olho abertão viado, chega dava medo.

- Sim e não. Minha mãe e a Camila ajudam pra caralho, mas o filho é meu né, mãe dele só serviu pra botar o moleque no mundo e depois meteu pé. De lá pra cá, eu que cuido- falei.

- Ah sim, que legal. Ele parece ser um bom menino.

- Só parece mesmo, garoto é uma praga- dei risada, lembrando das graças que ele faz.

...

Tá no meu nome!Onde histórias criam vida. Descubra agora