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Madrugada de sábado pra domingo, 00:42...

Gabriella

— Se tu deixar minha camisa voar, cê vai voltar pra buscar- me entregou a mesma, pra eu colocar entre as pernas.

— Tá bom Douglas, para de ser chato- murmurei, me endireitando na moto.

Ele respirou fundo e ligou a mesma, descendo o morro a milhão.

Um trajeto que deveria ser feito em 20 minutos, ele fez em 5. Não demorou nada pra gente chegar na porta da minha casa.

— Obrigado pela carona, tô cheia de sono- coloquei a palma da mão na boca, contendo um bocejo.

— Teus coroa não vai perrecar por causa do horário não?- perguntou pegando o capacete da minha mão, que neguei.

— Eles estão em São Paulo com a minha vó, ela tá doente aí eles precisaram ir pra lá- expliquei.

— Tendeu tudo, então tem nem b.o se tu subir comigo pra comer uns lanche? Pô, a lanchonete do morro é braba caralho, cê vai gostar- ele sorriu- ou a gente pode ir no bar do seu Zé comer uma porção, deve tá aberto ainda.

— Eu aceito a lanchonete, só vou tomar um banho antes, ficar com essa roupa o dia todo já tá me dando agonia.

— Enquanto tu se arruma, eu vou em casa tomar uma ducha e deixar os capacete, daqui a pouco volto aí- assenti, já entrando em casa.

Subi correndo pro meu quarto, afim de tirar aquela roupa que já estava grudando de suor do dia inteiro.

Tomei um banho não tão demorado, só demorei um pouco mais pq tive que lavar meu cabelo (que estava fedendo a suor misturado com fumaça de churrasco). Quando saí, escovei meus dentes, passei meus cremes e fui procurar uma roupa.

Como estava meio frio e de madrugada (então provavelmente não teria ninguém na rua, já que hoje o baile do morro foi cancelado), optei por colocar uma roupa normal mesmo. Vesti um conjunto vinho, que era um shortinho de moletom e um cropped de moletom também, com capuz e manga longa. Na cara passei só o hidratante mesmo. E o cabelo só sequei rapidinho, nem chapinha fiz. Calcei minha havaianas, peguei o meu cartão e o celular, passei perfume e desci.

— Duas horas se arrumando pra comer um lanche alí na esquina pô, tiração- negou com a cabeça, me olhando de cima a baixo- se liga só, passei na frente da lanchonete e já tá fechada- coçou a nuca- o bar do seu Zé tava fechando também. Mas, a pizzaria lá do pé, tá aberta- girou a chave da moto nos dedos.

— Vamo pra lá então, ué- sorri.

...

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