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Camila

Ele sempre me bateu, sempre! A primeira vez foi pq eu saí com as minhas amigas sem ele. A segunda, pq ele pensou que meu professor tava dando em cima de mim (qual culpa eu tinha? Até hoje eu não sei). A terceira surra que eu levei foi por causa do meu short, que ele julgava ser curto demais. E daí só piorou, principalmente quando eu fui morar com ele. Meus pais descobriram que ele era traficante e que ele me batia, isso aconteceu acho que na sétima ou oitava surra. Ele tinha visto uma mensagem minha com o meu ex melhor amigo, e surtou. Achou que nós estávamos tendo um caso e me deu a maior surra da minha vida. Tenho uma cicatriz enorme que vai da cintura até o meio da coxa, por causa dessa surra. Ele me bateu até cansar, depois me jogou na casa dos meus pais e saiu sem nem se preocupar se eu ia ficar bem ou não. Meus pais cuidaram de mim, e quando eu estava melhor o Carlos foi atrás de mim com flores e disse me amar. Como ele sempre fazia, e eu sempre caía. Eu era fraca, achava que não ia conseguir viver sem ele, pq ele me dizia isso. Ele jogava na minha cara que eu era feia, que tinha nojo de me fazer um oral, ele dizia que eu não iria arrumar outro cara igual ele. Pq ele sim, era perfeito pra mim e me aceitava mesmo com os meus erros. Tão fofo, né, gente? Que amor. Meus pais me pediram pra escolher entre eles e o Carlos (depois de eu implorar pro meu pai não matar ele). E eu? Lógico que escolhi o Carlos, maior burrice que eu já fiz na minha vida. Eles não me pediram pra sair da casa deles, mas eu me senti na obrigação de fazer isso. Afinal, eu tinha feito minha escolha. Dois dias atrás ele me deu a segunda maior surra da minha vida, simplesmente por eu ter saído de casa sozinha pra ir na sorveteria. "Quem tu acha que é pra sair de casa sem minha autorização? Quando eu tiver na rua, tua obrigação é ficar em casa lavando louça e fazendo comida. Tu quer dar voltinha, é? Se preocupa não, hoje tu vai dar um rolê maneirinho pro inferno". Até arma na minha cabeça ele colocou, só não atirou pq um amigo dele entrou lá em casa e separou a gente. Eles saíram pra fazer uma missão, e foi eles saírem que eu já me ajeitei logo e meti o pé também. Não podia ficar na casa dos meus pais e tinha consciência disso. Lá seria o primeiro lugar que ele me procuraria. Fiquei escondida lá na casa dos meus pais até ontem, enquanto meu pai achava um lugar pra mim ficar. E assim que o Gordola avisou que eu podia vim pro morro dele, meu pai me trouxe. Eu iria ficar na casa de um dos vapor, pq o Gordola achou que seria mais seguro ter alguém na minha cola, caso o Carlos aparecesse.
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Tá no meu nome!Onde histórias criam vida. Descubra agora