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Madrugada de sexta pra sábado, 00:29...

Tubarão

- Tô doidinho pra ver o seu piercing no peito- ela veio dançando e cantando com a Camila.

- Eae, cunhada- Gustavo fez toque com a Camila, puxando a Gabi pra sentar ao lado dele.

- Cadê a Diana?- puxou a latinha de refrigerante de cima da mesa, dando um gole.

Ela olhou pra minha cara, irmão. Alí a noite acabou pra mim! Ela me olhou com desprezo, desgosto, tristeza.
O olhar dela me quebrou de uma forma, que vocês não tem ideia.

- Tô partindo- levantei, fazendo toque com os mlk.

- Já?- Camila me olhou, sem entender.

Afinal, ainda tava cedo.

- Sim, fia- abracei ela.

Mesmo sem olhar pra Gabriella, eu sentia o olhar dela queimando minhas costas.

Fui caminhando entre as pessoas, pra fora do bar. Logo alcancei minha moto, colocando a chave na ignição.

- Espera- ouvi a voz que eu tanto amo.

Me virei, tendo a visão dela encostada no muro do bar, tirando o salto e calçando o chinelo. Ri, nervoso. A Camila, que estava ao seu lado, pegou o sapato e voltou pra dentro do bar, piscando pra mim.

- Qual foi, Gabi?- manti a pose, pronto pra dar partida na moto.

- Me leva pra comer?- se aproximou, parando do lado da moto.

- Onde, nega?- ela fez careta com o apelido.

Ela estava tão nervosa quanto eu.

- Podrão da rua 10, vamo- subiu na garupa, abraçando minha cintura.

Ela não falou nada durante o caminho, só abriu a boca pra pedir dinheiro, no balcão.

- Faz o pedido aí, vou te esperar na mesa- dei o dinheiro na mão dela, que assentiu sem prestar atenção.

Olhei ela fazer o pedido e se aproximar da minha mesa, enrolando uma mecha de cabelo no dedo.

- Oq tu quer? Me xingar mais?- ela riu leve com a minha fala.

- Eu só queria comer mesmo- gargalhei.

Muda nunca!

- Nós precisa conversar, fia. Não dá pra ficar assim- falei,

- Sim, também acho- assentiu, concordando.

- Eu sei que não vai valer de muita coisa, mas desculpa- ela suspirou, me olhando.

- Pq você fez isso?- sua voz deu uma vacilada, indicando que ela queria chorar.

- Pô, amor. Tu tava me negando a mó cota, tava cheia de ignorância. Aí é foda né, tava a meses já só na punheta. Fui fraco, errei mermo. Mas me arrependi pra porra, Gabriella.

- Não é só isso, fala a verdade. Você perdeu o tesão em mim? Não me acha mais gostosa? Não me ama mais, é isso? Me fala!- abri maior olhão.

- Lógico que não, Gabriella. Tá doida? Foi nada disso não, fia- ela virou a cara, olhando pro outro lado da rua. Levantei, agachando ao lado dela dela- olha pra mim- segurei seu queixo, fazendo ela me olhar- tu é gostosa pra caralho, sempre te disse isso. Tu é a única mulher que me dá um selinho, e o pau já começa a tremer, amor- ela riu- eu te amo pra caralho, Gabriella, pelo amor de Deus! Me perdoa- sussurrei- eu juro que nunca mais faço isso, volta pra nossa casa. Tu não tem ideia de como lá fica chato sem tu e os pivete, de como a nossa cama fica vazia sem você.

- Eu ainda tô muito mal, mas quando minha dor passar, eu juro que penso em voltar. Tá?- me abraçou, chorando.

Eu queria muito, tirar a dor dela e passar pra mim. Fui Zé buceta, só dei valor quando perdi. Mas arrependimento não trás ninguém de volta!!

...

Tá no meu nome!Onde histórias criam vida. Descubra agora