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Madrugada de sábado pra domingo, 01:54...

Gabriella

— Ae, faz o pedido aí que eu vou subir na biqueira rapidão, 10 minuto e eu tô de volta- avisou assim que sentamos na mesa da pizzaria- pode pedir oq tu quiser, eu pago- falou sentando novamente na moto e subindo o morro.

Não tinha ninguém na pizzaria além de mim e um grupo de adolescentes.

— Boa noite, posso anotar o pedido?- uma moça apareceu cm um caderninho.

Ela devia ter uns 17 anos.

— Pode sim. Eu quero uma pizza de frango com catupiry e uma coca de dois litros.

— Mais alguma coisa?- neguei com a cabeça- desculpa a intromissão, mas posso fazer uma pergunta pra você?

— Claro, pode sim- sorri.

— É que eu vi você chegando com o Tubarão, e queria te perguntar se vocês estão namorando- bateu a ponta da caneta no caderninho.

Neguei com a cabeça.

— Sério? Nunca vi ele saindo assim com garota nenhuma, além da Diana.

— Como assim?- perguntei.

— Você não é a garota que ele levou pro pagode hoje? Ouvi duas meninas comentando sobre isso aqui na pizzaria hoje, falaram que ele chegou lá com uma morena do cabelão.

— Foi eu sim- batuquei as unhas na mesa, agoniada com essa conversa.

— E agora ele te trouxe pra comer, coisa que nunca vi ele fazendo com mina nenhuma. Geralmente as meninas que ele bota na garupa dele é tudo essas puta aq do morro que ele só usa pra comer- não estava surpresa, Diana já tinha me dito que ele não prestava.

— Acho que é pq sou amiga da Diana.

— Não, acho que você é importante pra ele- falou me fitando.

— Voltei, já fez o pedido?- puxou a cadeira pra sentar do meu lado.

— Sim. Fiquem a vontade, já trago- sorriu e saiu.

— Pediu oq?- jogou o braço em volta do meu pescoço.

— Pizza de frango com catupiry, cê gosta? E uma coca- ele assentiu.

— Ae mina, trás uma caipirinha de limão pra mim- falou pra atendente, que assentiu- sem álcool não dá pra ficar, vida- acariciou meu cabelo.

— Da sim, alcoólatra safado- murmurei, ele riu.

— Quer puxar pra minha casa depois? Vamo assistir um filme, sei lá- passei a língua entre os dentes, antes de responder.

— Não sei, depende da hora que a gente sair daqui- ele assentiu.

— A Diana falou que só vai meter o pé de lá na hora do almoço- ri- adivinha pra que me chamaram na biqueira, gatinha.

— Pra vender droga- ele cascou.

— Não, doida. Uma maluca lá viu eu chegando contigo no pagode e espalhou pro morro todo. Aí a outra doida foi e quebrou tudo na biqueira- negou com a cabeça.

— E pq ela faria isso?- virei de frente pra ele.

— É puta que sobe o morro e vem morar na favela achando que é brincadeira, querendo arrumar patrocínio de bandido- deu uma leve puxada no meu cabelo.

— Obrigado- agradeci a atendente que tinha colocado as coisas na nossa mesa.

— Vira aqui pra mim, nega- virei, com a boca cheia de pizza.

...

Tá no meu nome!Onde histórias criam vida. Descubra agora