𝖼𝖺𝗋𝗈𝗅𝗂𝗇𝖺 𝖼𝖺m𝗉𝖻𝖾𝗅𝗅.
Vários dias tinham se passado. Minha amizade com Ruby e algumas meninas realmente tinha esfriado e agora eu só tinha Anne, Diana e Gilbert. Passava grande parte do meu tempo com Blythe, não que eu não gostasse das meninas, mas tudo fluia mais fácil com aquele garoto. Líamos poesias, conversávamos e admirávamos pores do sol juntos. Aquilo virou algo comum e nós nem ao menos notamos.
Como de costume eu estava encostada em nossa árvore e ele deitado em meu colo, enquanto eu lia poemas da minha autora favorita.
- "Ele desejava-a tal como ela era e não como ela gostaria de ter sido." Wharton. - Li mais uma das diversas poesias que eu tinha guardado em meu caderno. Entrelaçando meus dedos nos cabelos ondulados do garoto, que se aconchegou ainda mais, deitado no meu colo.
Eu olhei seu rosto e reparei que o mesmo encarava o meu por um tempo. Seus olhos castanhos percorriam toda a minha face, em busca de algo que eu não sabia bem o que era.
De repente ele se levantou, e deixou uma distância mínima entre nós. Seus olhos olhavam os meus atentamente, e eu sabia que aquilo era errado, sabia que Ruby gostava dele, sabia que aquela distância não era adequada para nós, mas naquele momento, fui embriagada pelas nossas respirações, que se misturavam com o ar. Eu sabia o que estava por vir, ele parecia criar coragem para pronunciar suas palavras.
- Eu gostaria de beijá-la, posso? - Seu pedido saiu como um sussurro. Sua voz estava rouca e suplicante. Seus olhos me olhavam pedindo uma resposta e mesmo que tudo estivesse errado e que não devêssemos fazer aquilo, eu aceitaria.
Eu apenas fechei os olhos e senti o toque quente e gentil da mão de Gilbert em minha bochecha que foi o suficiente para me fazer arrepiar por inteiro, como se a ventania mais fria do inverno se chocasse contra a minha pele. Não demorou muito tempo e logo seus lábios entraram em contato com os meus. Eram quentes, macios e pacientes, já que ele sabia que era meu primeiro beijo.
Levei minha mão até seus cabelos, e refiz a trilha de cafunés anteriormente realizada. Eu adorava afagar seus cabelos, e sabia que ele gostava também.
De início eu não sabia como efetuar aquilo, mas já que ele conduzia o beijo, entreguei-me a sua experiência e deixei que ele me mostrasse como fazer.
No começo ele apenas tinha juntado nossos lábios em um selinho, até que ele abre um pouco sua boca e pude sentir sua língua pedir passagem, e assim, eu concedo. Gilbert fez questão de dar total leveza no beijo, não tinha maldade ou segundas intenções, eu conseguia sentir isso. Sua língua brincava com a minha, me fazendo interromper o beijo sem querer, dando um sorriso. Ele se afastou, porém ainda consegui sentir sua respiração batendo em meu rosto.
Abri meus olhos e encontrei o garoto com as bochechas levemente coradas, sua mão ainda estava em minha bochecha e senti seu polegar fazendo um leve carinho no local.
- Sabe, eu nunca fui tão interessado em poesia, até te conhecer. - Ele disse ainda bem perto, me fazendo rir e perceber que minhas bochechas estavam quentes como brasas da lareira. - E posso jurar que eu torcia para que as horas passassem rápido, apenas para poder vir para cá logo e ouvir você recitar pra mim. - Ele colocou uma mecha de cabelo em minha orelha e eu olhei para o meu caderno, que estava no meu colo, observando o incrível hábito que criamos.
Aquilo parecia surreal e proibido, tornando tudo ainda mais interessante. Eu não sabia que queria beijar ele, até fazê-lo, não sabia que precisava do seu toque carinhoso, até senti-lo, e eu não sabia que estava me apaixonando por Gilbert Blythe, até esse momento. Eu nunca tinha parado para pensar nele daquele jeito.
Porém, era errado. Mesmo Ruby não falando comigo ainda me senti mal. A culpa caiu sobre meus ombros e eu conseguia sentir o nó se formar em minha garganta. Aquilo era doloroso, Deus, doía demais.
- Gilbert, eu... Não deveríamos... Eu não deveria... Me... Me desculpe. - Agi como uma verdadeira covarde e corri para longe dele. Eu precisava conversar com alguém que me entendesse e não julgasse: Anne.
- Lina! - Ouvi a voz dele chamar e aquilo pesou ainda mais meu coração. Eu não devia tê-lo beijado e ainda sim o fiz, eu não devia estar me apaixonando e ainda sim isso está acontecendo.
Parei para respirar e me apoiei em uma das diversas árvores daquele bosque. Eu senti meus olhos marejados e me surpreendi quando a primeira lágrima foi derramada, por que diabos eu estava chorando? Por que eu sentia um aperto no peito tão forte? Por que dói tanto?
Voltei a correr para a fazenda de Green Gables e vi Anne conversando com Jerry, um gentil francês que trabalhava ali. Quando ela percebeu minha presença, veio ao meu encontro e depois de ver as lágrimas, que faziam questão de continuar a cair, a ruiva me abraçou forte, me confortando com sua gentileza.
O que eu iria fazer agora? Como eu resolvo isso? Tinham tantas coisas passando pela minha cabeça, tantos sentimentos misturados que eu não conseguia raciocinar.
➸ saiu! o beijo saiu, até que enfim, fml.
➸ espero que tenham gostado do capítulo, se sim, deixe sua estrelinha.
➸ vejo vcs na próxima 💕
xoxo, triz.
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𝕾𝗪𝗘𝗘𝗧 𝕮𝗥𝗘𝗔𝗧𝗨𝗥𝗘, gilbert blythe.
Fanfiction◤ ♥︎'𑂘 ﹏ ⟦ ▓ 𓍢 𝕾𝐖𝐄𝐄𝐓 𝕮𝐑𝐄𝐀𝐓𝐔𝐑𝐄 ᨀ ˖ ་ ⴰ 🧸 〔 𝖮𝖮𝖮. 〕▎𝙰 𝙶𝙸𝙻𝙱𝙴𝚁𝚃 𝙱𝙻𝚈𝚃𝙷𝙴 𝙵𝙰𝙽𝙵𝙸𝙲𝚃𝙸𝙾𝙽 ! ━━ ˖˚✦ "𝑠𝑤𝑒𝑒𝑡 𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡𝑢𝑟𝑒, 𝑤ℎ𝑒𝑟𝑒𝑣𝑒𝑟 𝑖 𝑔𝑜, 𝑦𝑜𝑢 𝑏𝑟𝑖𝑛𝑔 𝑚𝑒 ℎ𝑜𝑚𝑒" Carolina Campbell se mud...