𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑣𝑖𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑢𝑚

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"Eu estive por ai, te deixei pra baixo, é verdade. Eu tomei algumas bebidas e disse umas coisas para você, se eu falei demais, eu sei que você é minha para perder. Eu tomei algumas bebidas e disse umas coisas para você"
Two Feet– Had some drinks

Anne

Os remédios tinha o incrível poder de me fazer dormir, mesmo que eu não estivesse com vontade, me proporcionando o esquecimento de todos os problemas que o dia me oferecia. Eu ainda conseguia escutar o barulho enebriante da chuva caindo na terra molhada que havia ao redor da minha casa, conseguia ouvir também o barulho dos trovões se derrapando sobre o céu e caindo em um lugar bem distante daonde eu estava, me deixando segura e ciente que a probabilidade de um raio cair na minha cabeça era mínima.

Ou talvez nem tanto.

O estrondo do trovão seguido de uma claridade que iluminou todo o meu quarto escuro, fez o meu olho se abrir e despertar-me do meu sono. Meu coração que, antes estava acelerado, aos poucos voltava aos seus batimentos normais, os meus olhos arregalados iam se fechando, mais uma vez, lentamente, fazendo com que a minha visão fosse uma mera escuridão infinita.

Deitada de lado, consegui sentir toques suaves na minha bochecha, como se estivessem me agariciando. Estranho aqueles toques sensíveis sobre mim e me viro para olhar o que era aquilo.

A luminosidade do raio que caiu mais uma vez, me mostrou uma pessoa, vestida com um casaco preto com um capuz, a calça do mesmo tom e uma máscara branca com sorriso assustador e uma sobrancelha com a mesma cor das suas vestimentas. Todo aquele conjunto o deixava totalmente irreconhecível mas me espantou da mesma forma.

Arregalo os meus olhos e me jogo no chão, do lado aposto que a tal pessoa ainda estava parada me encarando. Me sento no chão e começo a deslizar sobre o mesmo, me distanciando ainda mais da presença daquele ser que assustou e arrepiou cada pêlo do meu corpo.

Os seus passos se direcionavam até mim deixando escapar um grito alto de socorro na intenção de alguém me salvar e me tirar daquela situação, mas o som dos trovões abafava os meus gritos frustrantes, fazendo com que as minhas possibilidades de alguém me escutar, diminuíssem a cada segundo.

A cada passo, ele se aproximava ainda mais de mim, enquanto eu continuava deslizando meu corpo para trás pelo chão do meu quarto a procura de alguma saída que me livrasse daquela minha fuga. Sinto minhas costas se chocarem na parede aumentando assim, o meu desespero e os meus batimentos cardíacos.

Vejo a pessoa mascarada em minha frente e penso que seria o fim da linha, meus pensamentos estavam bloqueados, não passava nada para me tirar dali, estava tão amedrontada com a sua presença que a única coisa que passava pela minha cabeça, seria uma cena dele tirando uma faca e me estraçalhando por completo.

Ele para na minha frente e me olha por alguns segundos, a claridade da lua adentrando no meu quarto pela janela me fez perceber os detalhes da sua máscara e analisar os seus olhos – que era a única coisa que a máscara não estava cobrindo – não conseguia identificar de quem era, o medo tomou conta de mim que, prestar atenção naquela pessoa e conseguir distinguir cada característica sua, era impossível.

A sua mão é direcionada até o meu pescoço, fazendo com que meu corpo se levantasse do chão só com a força do seu braço. Uma breve falta de ar e uma dormência no meu rosto aparece por um curto tempo, senti o meu rosto arder e com certeza ficar roxo, fazendo com que a pessoa que estava fazendo aquilo comigo, me soltasse, me deixando respirar normalmente de novo.

A sua mão que antes estava em meu pescoço, subiu para a minha boca, tocando com as pontas dos dedos os meus lábios, fazendo movimentos neles enquanto eu ainda estava contra a parede, observando cada gesto seu, sentindo a frieza dos seus dedos do meio adentrando a minha boca e perfurando a minha garganta. Os seus movimentos de vai e vem fez os meus ânimos se acalmassem começando a gostar e aceitar a situação, mas ainda continuando com a dúvida de quem estaria por trás daquela máscara.

Ele tira os seus dedos da minha garganta e direciona suas mãos até a minha cintura, colando os nossos corpos, sentindo o seu calor e a sua mão fazendo um trajeto pela minha barriga, subindo até os meus seios, apertando um deles, deixando, automaticamente, com que meus olhos revirassem e o meu prazer aumentar.

– Eu sou viciado no seu corpo - a sua voz rouca soa sobre a minha cabeça como um alto falante, produzindo uma memória desbloqueada e me fazendo reconhecer, pela sua fala, a pessoa que estava na minha frente, falando aquelas coisas e continuando o seu trajeto pelo meu corpo.

– A partir de agora ele é todo seu - digo no seu ouvido, totalmente movida pela adrenalina do momento.

My Angel | ⁰¹Onde histórias criam vida. Descubra agora