"Vá em frente e assista meu coração queimar com o fogo que você começou em mim, mas eu nunca vou te deixar voltar para apagar"
Billie Eilish- WatchAnne
Eu salvei a vida de Stéfany e consegui a vingança que eu sempre almejava, estar prestes a ser julgada por uma juíza, era apenas um detalhe, eu tinha consciência de que a minha mente estava leve, sabia que eu fiz o que era para ser feito e não me arrependo.
- Claro que foi ela doutora! As suas digitais estava na arma, só havia ela no quarto, temos bastantes provas e testemunhas, você quer mais o que?!
Essa era minha garota, que orgulho de você Stéfany.
- Você confirma isso Senhorita Anne?
- Confirmo - a detetive me olha meio assustada pela rapidez que eu havia confirmado aquela suposição que saiu da boca de Stéfany.
- Ok, Stéfany, agradeço pela sua participação, pode dirigir-se para a saída - diz a detetive enquanto pegava um rádio que estava entre sua cintura- Podem vim leva-la - a detetive ordena para aquele pequeno rádio nas suas mãos e de repente sou surpreendida por policiais entrando na pequena sala e me levando para algum lugar desconhecido.
[...]
- A senhorita Anne Miller Spenser está condenada a quinze anos de prisão por matar o Senhor Pitter, o prefeito dessa cidade e o seu filho, Jack Jonhson Pitter. Caso encerrado. - diz a juíza em um tom sério e autoritário.
O barulho do pequeno matelo que estava em sua mão, ecoou pela sala silenciosa que logo foi preenchida por ruídos de julgamentos vindo das pessoas que estavam ali sentadas naquelas cadeiras de madeira. Stéfany também estava lá presenciando tudo, mas nao fiz questão de olhar em sua face, não queria que ninguém percebesse nada e acabasse com o que eu havia planejado. O salão estava cheio de pessoas jogando olhares de ódio sobre mim, entre eles, o olhar da mãe de Jack.
Se ela soubesse o que realmente aconteceu ali, ou melhor, se todos soubessem a verdadeira versão da história, não ficariam contra mim.
Mas para que mostrar a verdade se a justiça é totalmente falsa e injusta? Nunca iriam acreditar em mim, mas nao importa a verdade, eu estou feliz pelo que eu fiz e nao voltaria atrás, eu não quero voltar atrás, não quero continuar sendo aquela garota fraca que vivia dopada de remédios e com o nariz sujo de branco.
Policiais me levaram até a saída daquela sala e me direcionaram até o lado de fora do tribunal passando por alguns corredores onde tinha algumas televisões espalhadas e ali eu pude ver várias reportagens ao meu respeito, a minha foto passando nitidamente naquela televisão e mostrando o crime comedito.
Idiotas.
Do lado de fora do tribunal, fui surpreendida por alguns repórteres vindo ate o meu encontro fazendo perguntas sem sentidos e implorando para que eu pudesse responde-las, mas sério que eles acham que eu iria responder? Estava cansada de falar mentiras e não iria ser aqueles repórteres que iriam me fazer falar alguma coisa.
No meio daquela multidão, pude ver Stéfany tentando ultrapassar a multidão de repórteres que iam até ela também, afinal, ela foi a suposta refém do caso. Os nossos olhares se encontram e aquela era o momento perfeito para que a gente pudesse dizer um adeus com os olhos, e foi isso que aconteceu; os meus olhos brilharam e os dela também, a mesma soltou um sorriso com os lábios e logo após um "Adeus" que eu pude entender com a minha capacidade de leitura labial.
Retribuo o sorriso e rapidamente volto a minha atenção para aquela multidão e para aqueles polícias tentando me guiar no meio dela. No estacionamento do tribunal, no mesmo momento em que os policiais estavam me pondo naquele carro para me levar para prisão, pude ver Peter, o cara que me levou para casa daquela vez, encostado em sua moto, ele me encarava sério com um cigarro entre os lábios, mas ao perceber que eu estava olhando para ele, o mesmo retira o cigarro da boca, lança um sorriso com os lábios e me dá um tchauzinho com as mãos.
Queria ir até ele e me despedir de uma forma melhor que não fosse só com um sorriso nos lábios, assim como eu queria me despedir de Stéfany, mas infelizmente não tinha como, estava de mãos atadas.
Literalmente.
[...]
Fui retirada do carro pelos policiais que não desviavam o olhar de mim por nenhum segundo. Isso tudo era medo de eu fugir? Relaxa policial, eu estou aqui porque eu quero.
A fachada da prisão consistia apenas em um muro enorme e alguns pontos onde policiais armados se encontravam. Com o portão já aberto, dando passagem para eu entrar naquele local, passamos pelo primeiro presídio feminino, onde várias mulheres se alteravam e gritavam coisas indevidas, conseguia sentir o olhar de todas vidrados em mim, algumas me olhavam com desejo sexual, outras moviam sua língua trêmulas para fora e o resto apenas gritavam palavras ofensivas que eu com certeza nao fiz questão de ligar.
Passei por três grandes prédios daquele lugar, onde várias e várias mulheres faziam as mesmas coisas que fizeram no primeiro prédio.
Será esse algum tipo de recepção?
Agradeci mentalmente quando cheguei onde eu iria passar o resto da minha vida, o prédio onde eu iria ficar não tinha tantas mulheres como os outros que eu passei anteriormente, não sei se eu devia levar isso como vantagem ou desvantagem. Um dos policiais abriram as grades do cubículo onde eu iria ficar, entro calada e ouço as portas se fechando, aquele era realmente o som do Adeus a minha antiga vida.
- Bem vinda Anne - diz o mesmo policial que havia aberto a grade. Mesmo sendo uma frase simpática, o tom em que essas palavras saíram da sua boca, foi irônico, eu pude perceber isso.- 15 anos? Até lá você estará morta, tão novinha assim, nem deve aguentar um ano.
- Deve ter achado que iria matar o prefeito e sair ilesa dessa - diz o outro policial que estava encostado na grade, a sua risada contagiou o policial que havia me prendido ali dentro e, então, os dois começaram a rir em uníssono enquanto eu olhava séria para eles dois, tentando controlar a raiva que estava crescendo em mim.
- Mas fala ai, qual o motivo de você ter matado ele e o filho dele? Eles não pagaram direitinho e você foi cobrar? - diz com o lábio inferior para frente e o tom de voz mais infantil que fez os dois indivíduos rirem novamente.
- Não sei, pergunta sobre isso para sua mãe, ela que tem costume de fazer barato e ir cobrar - digo ainda olhando para eles dois que cessaram a risada irônica.
Observei o policial em que eu havia respondido e o mesmo veio para cima da grade iniciando um vocabulário de xingamentos contra mim que permanecia parada e sem nenhum tipo de feição.
- Vem Scot, não vale a pena rebater com essa ai, logo mais ela irá apodrecer nessa cadeia - diz o outro policial tentando afastar o colega de onde eu estava.
[...]
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My Angel | ⁰¹
Genç Kurgu❝𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐽𝑎𝑐𝑘, 𝑒𝑢 𝑠𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑢 𝑎𝑛𝑗𝑜, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑢 𝑎𝑠𝑎𝑠 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑣𝑜𝑎𝑟❞ Nunca subestime a capacidade de alguém entrar na sua mente e fazer de você o seu brinquedinho porque foi exatamente isso que aco...