"Você era meu melhor amigo, eu te salvei antes achei que estivesse bem agora, mas você pediu mais. Você teve que me provocar então eu te machuquei, assista o seu crânio sangrar [...] Você vai morrer, eu vou matar você, você vai morrer, eu vou matar você"
Stegosaurus Rex- Nowhere to run
Anne
"Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por Sebastian, que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."
Aquelas eram as palavras do padre que se encontrava parado ao lado do caixão. Abaixo a minha cabeça e encaro a grama molhada enquanto pingos da chuva caiam sobre a minha cabeça, dei liberdade para algumas lágrimas presas nos meus olhos se libertarem e percorrerem o trajeto até o meu queixo.
Eu não queria chorar, queria me manter forte mas ver o meu pai sendo enterrado e olhar pro lado e ver Janete se desabando em prantos e se culpando pelo que aconteceu, despedaçava meu coração. Vou até Janete e a abraço de lado enquanto ela descontava mais um rio de lágrimas nas minhas roupas pretas.
Não chora Anne, não chora...
Fito o meu olhar pros céus nublados, inclinando a cabeça para cima na esperança que as lágrimas acumuladas ao redor do meu olho, voltassem para dentro. O padre finalmente termina o seu sermão, dando passagem para um homem barbudo de expressão triste, pôr terra em cima daquele caixão, levando o meu pai para de baixo da terra, findando ali, toda o caminho percorrido pelo meu pai, deixando apenas lembranças.
E boas lembranças, lembranças boas essas que eu só me lembro de ter tido com ele.
Envolvo os meus dois braços, intensificando a minha força sendo descontada naquele abraço apertado que eu estava dando em Janete enquanto o homem barbudo continuava fazendo o seu trabalho.
- Meus pêsames - diz o padre, vindo ate mim e colocando a sua mão no meu ombro.
Dei um sorriso fraco querendo esconder toda aquela tristeza que eu estava sentindo dentro de mim, olho para Janete e dou um beijo em sua testa.
- Você vai ficar bem? - pergunta ela entre soluços
- Vou tentar - respondo mesmo sabendo que aquela resposta é mais uma de minhas mentiras- Agora vai pra casa, você precisa descansar - digo e ela direciona-se, em passos lentos, até o carro que estava ali por perto.
Fico analisando aquela situação toda, eu estava rodeada de lápides e pessoas mortas, entre elas, estava o meu pai. Ainda conseguia sentir a sua presença, o seu abraço e o seu calor mesmo sabendo que eu nunca mais iria sentir tudo isso pessoalmente. O homem barbudo termina o seu trabalho, olha pra mim com tristeza e saí, acho que ele já estava acostumado em ver aquele cenário melancólico que todo cemitério traz, aquilo me trazia admiração por esses coveiros pela força de vivenciar aquela situação todos os dias e nao cair em uma depressão profunda.
Deixo cair algumas lágrimas presas em meus olhos que, segundos depois, se estancam assim que meu celular vibra no bolso da calça.
+854
Que situação triste hein ):
O que você quer?
Nada, só achei que vim ver o enterro do pai da minha querida amiga seria mais educado
Meus pêsames
Mas olha só, até que preto combina com você (:Naquele momento meu sangue gelou, as gotas que caiam do céu, se misturou com o suor frio que transpirava do meu corpo, meu coração batia mais forte e o medo de olhar em volta de onde eu estava, era maior.
Tinha medo de me deparar com uma imagem que iria ficar marcada na minha memória por toda a minha vida.
Aonde você tá?
Aah, não posso falar pequena Anne
Assim vai perder toda a graça
Mas pode ficar tranquila que eu nao vou fazer nada com você
Ainda (:O que?!
No mesmo momento que os meus dedos trêmulos terminam de digitar a mensagem, sinto uma mão gelada encostar no meu ombro direito fazendo meu coração parar por alguns segundos e eu rapidamente me manifestar a dar um tapa forte no rosto de seja lá quem fosse que estava atrás de mim.
- Stéfany?! Meudeus! Desculpa, não foi por querer, eu pensava que era...- digo observando o meu redor e tentando captar a imagem de uma pessoa vestida de preto com uma máscara branca sorridente.
- Tudo bem, não doeu tanto assim - fala dando alguns gemidos de dor- Acho que eu não cheguei em uma boa hora
- Mais ou menos, mas não tem problema, em que posso ajudar? - digo ajudando ela se recompor do tapa que eu havia dado na mesma por engano
- Você se lembra do dia que eu queria mostrar algo a respeito de Jack? Porém você acabou saindo da minha casa desesperada
- Nem me lembre desse dia - digo desviando o meu olhar
- Eu sei que nao é a melhor hora mas eu nao estou aguentando mais ficar com isso guardado dentro de mim - ela arregala os olhos desesperada- Eu espero que você seja forte e me desculpa por eu acabar mostrando isso pra você so agora, ainda mais nessa situação - diz retirando o seu celular do bolso e me olhando
- Stéfany, como assim? O que você quer dizer? - encaro ela enquanto a mesma ainda mantinha o seu olhar de desespero em mim. Stéfany continuava me encarando por alguns segundos deixando as minhas dúvidas flutuar no ar- Stéfany! - chamo o seu nome, fazendo ela voltar para realidade.
Seus olhos enchem de lágrimas e logo são libertadas por um piscar de olhos, envolvo Stéfany em meus braços mesmo sem entender o que estava acontecendo e o que era de tão ruim pra ela estar naquele estado.
- Calma Stéfany, tá tudo bem, eu estou aqui com você
- Não Anne, você não entende, eu nao consigo
- Claro que consegue, isso não deve ser tão ruim quanto parece pra você estar assim - falo e ela se retira dos meus braços, continuo olhando pra ela sem entender enquanto sua expressão de tristeza ia sumindo aos poucos
- Você não tem noção do que Jack pode fazer
- Eu já ouvi essa frase antes, mas nao acredito que isso pode ser verdade, Jack nao deve ser tão cruel assim - digo e Stéfany arregala os seus olhos como se eu estivesse falando alguma ofensa.
Em um movimento rápido, Stéfany agarra o seu celular que já estava em suas mãos e começa a deslizar os seus dedos na tela de forma brusca.
- Eu sei que isso vai doer mais em você do que em mim - diz e direciona a tela do seu celular para mim.
- J-Jack vai devagar, tá me machucando- Tá doendo Jack, para
- Calaboca
- Por favor, para
- CALABOCA PORRA- O-o que é isso? - olho para Stéfany com um sentimento de tristeza dentro de mim e com um medo, medo do que poderia vim a seguir daquela pergunta.
- É você Anne
Meu coração parou.
Não sentia minhas pernas.
Olhava pra Stéfany e não conseguia enxerga-la direito.
Minha visão escureceu e os pingos de água caíram com mais frequência em meu rosto pálido que agora, estava no chão.
~
A.T: O wattpad não tá colocando a imagem na mídia, desculpa :(
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My Angel | ⁰¹
Novela Juvenil❝𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐽𝑎𝑐𝑘, 𝑒𝑢 𝑠𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑢 𝑎𝑛𝑗𝑜, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑢 𝑎𝑠𝑎𝑠 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑣𝑜𝑎𝑟❞ Nunca subestime a capacidade de alguém entrar na sua mente e fazer de você o seu brinquedinho porque foi exatamente isso que aco...