"Eu continuo me perguntando, imaginando como, eu continuo fechando meus olhos mas nao consigo tirar aquilo da cabeça [...] Todas as coisas que ele disse [...] está passando pela minha cabeça"
t.A.T.u- All the things she saidAnne
- Oi Jack - digo sorrindo
- Anne? O que você está fazendo aqui? - fala mirando os olhos em mim com uma feição de surpresa
- Só quis fazer uma visita ou não posso mais?
- Claro que pode - diz sorrindo- Entra - ele me dá passagem para que eu adentre aquela casa cheia de lustres e móveis caros que, com certeza, pagaria qualquer aluguel de uma simples casa por um ano.
A televisão da casa estava ligada em algum jogo de luta que Jack estaria jogando a minutos atrás antes que eu entrasse na casa, o seu peitoral e o seu tanquinho definido estavam a mostra, me dando uma visão perfeita para admirar o seu físico, porém, ao ver ele sentando no sofá de couro que havia no cômodo, toda a visão que eu tinha da sua estrutura corporal sumiu.
Ele pega a cerveja que estava em uma pequena mesa no centro da sala perto do sofá, dá um gole e pega o controle remoto logo em seguida, enquanto eu ficava apenas observando cada movimento que ele fazia, pensando em algum jeito de me livrar daquele ser humano desprezível.
- Quer uma cerveja?
- Pode ser - digo e Jack se levanta para ir em direção a cozinha, dou um passo e mais outro com o intuito de seguir ele, mas a minha visão estava turva e eu sentia como se estivesse tudo girando.
Era melhor não ter usado nada antes de vim pra cá, isso com certeza vai me atrapalhar de fazer alguma coisa.
A dificuldade de andar até a cozinha, tentando fazer com que Jack não percebesse nem um passo em falso que eu estava dando, estava sendo enorme. Parecia que a cada passo que eu dava, meu pés perdiam as forças que haviam neles, mas mesmo assim, eu consegui chegar até a cozinha, parei na entrada da mesma por alguns segundos e a analisei. Percebi cada detalhe do ambiente porém meus olhos focaram-se no balcão e no jogo de facas que estava a cima dele, como se fosse algum tipo decoração, então me apoiei no mesmo e esperei Jack me dá a cerveja.
- Se você quiser, a gente pode assistir algum filme ou eu posso bolar um pra nós dois. - fala tirando a pequena tampinha da garrafa de cerveja gelada e entregando a mesma em minhas mãos.
- Pode ser - digo sorrindo enquanto dou um gole no líquido meio amargo que descia pela minha garganta- Mas antes eu quero ficar aqui com você - digo colocando a cerveja em cima do balcão que estava logo atrás de mim- Nós estamos sozinhos?
- Sim - diz aproximando-se de onde eu estava
- Vamos aproveitar então - falo enquanto passava as minhas unhas no seu peitoral e o olhava de cima para baixo, já que Jack era bem mais alto que eu.
Prendo os seus lábios nos meus e sinto aquele gosto de cerveja se misturar com as nossas salivas, me sento no balcão e continuo o beijo que cada vez ficava mais intenso, abro as minhas pernas e prendo o corpo de Jack nas mesmas.
Eu deveria aguentar.
Deveria aguentar beijar aquele desgraçado por alguns segundos a mais, mesmo tendo consciência do que ele fez. Mas as imagens, cada segundo daquele vídeo, não saía da minha cabeça, eu queria tentar parar de pensar naquilo para não me derramar em choro e estragar com todo o meu plano, mas não conseguia, mesmo que eu tentasse, aquele vídeo não saía da minha mente.
Mas como ele teve coragem?!
Essa era a pergunta que eu queria que tivesse resposta.
Se era tão intenso aquilo que a gente estava sentindo, porque ele fez isso comigo?
Por mais que o ódio e a mistura de sentimentos ruins continuavam aqui dentro gritando pelo sangue de Jack, eu ainda conseguia relembrar das lembranças boas e isso me dava mais ódio, porque ele me fez sentir viva novamente, me fez ser dependente dele, mas na verdade, isso era apenas mais uma encenação de seu teatro para encobrir o que ele havia feito.
Eu me afoguei por ele, logo eu que sempre fiquei no raso, eu que sempre fiquei na beira do cais me afundei por alguém que não merecia, por alguém que não se arrepende do que fez. Não se arrepende da ferida aberta que fez em mim, da confusão que causou aqui dentro, ele realmente não se arrepende.
Ele é uma pessoa sem arrependimento, um badboy sem coração e sem sentimentos, mas que foi o meu oxigênio por um tempo ou talvez apenas só uma substância tóxicas que, por carência, eu achava bom, mas é estranho lembrar dos fenômenos que ele me fazia sentir e não sentir mais nada, é estranho a sensação de ter todos os seus sentimentos destruídos pelo ódio.
Eu me dei por inteira para você, Jack Jonhson Pitter, mas acho que você gosta de sentimentos pela metade.
Sem fazer movimentos bruscos, eu retiro a minha mão da nuca de Jack e deslizo a mesma pela superfície plana do balcão, indo até o jogo de facas que havia nele. Eu não conseguia olhar o que estava acontecendo, os únicos sentidos que eu tinha naquele momento para executar o meu plano era apenas o tato, então, com apenas ele, consegui sentir o cabo de uma das facas, retirei devagar o mesmo do seu lugar ideal e levantei sobre o ar.
Confesso que o medo tomou conta de mim, fazendo minhas mãos ficarem trêmulas, mas aquilo nao fez eu parar com a minha execução, direciono a faca até as costas de Jack que ainda continuava preso pelas minhas pernas.
Vai Anne, você consegue.
Eu sentia que faltava alguns centímetros para a faca perfurar as suas costas, mas algo me fez parar, as minhas mãos trêmulas era um sinal para que eu parasse.
Mesmo eu querendo aquela faca dentro de Jack, eu não conseguia fazer aquilo, o meu braço estava fraco, assim como as minhas pernas e todo o meu corpo, eu estava sendo movida pela bebida e pelas drogas que eu usei naquele carro, mas eu não estava com forças para executar aquilo.
A minha mão fraquejou e eu só consegui ouvir a lâmina da faca se conectando contra o chão. Rapidamente Jack para o beijo e olha para trás assustado, a luz do lustre refletiu na faca, chamando atenção de Jack e fazendo com que eu mesmo focasse a sua visão no chão, vendo a faca ali embaixo, bem próximo dos seus pés.
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My Angel | ⁰¹
Genç Kurgu❝𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐽𝑎𝑐𝑘, 𝑒𝑢 𝑠𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑢 𝑎𝑛𝑗𝑜, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑢 𝑎𝑠𝑎𝑠 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑣𝑜𝑎𝑟❞ Nunca subestime a capacidade de alguém entrar na sua mente e fazer de você o seu brinquedinho porque foi exatamente isso que aco...