Capitulo 6

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Catarina Hernandez

- Claro que não vamos, você desiste muito fácil - falo tomada pela raiva.

Quando começo alguma coisa, não gosto de deixá-la pela metade, e não farei isso, se Júlio decidir realmente largar tudo, eu assumo 100% do projeto, não preciso de ninguém para me ensinar a trabalhar, com certeza não será ele que vai me fazer largar algo pela metade.

- você não gosta de ordens... - ele fala e eu o interrompo.

- porque? Você gosta de ser o fodão? Aquele babaca que manda em todo mundo? - falo, ele me olha com os olhos tomados pelo fogo da raiva.

- você não sabe o que fala - ele diz e aponta para mim.

- olha aqui - eu falo e aponto para ele - não sei com quem você está acostumado a trabalhar, mas eu não vou aceitar ordens suas.

- então vai trabalhar sozinha - ele fala.

- prefiro, não preciso de um babaca qualquer me dizendo o que fazer - fecho a porta do carro com força - se eu precisasse de você, não estaria aonde estou hoje.

Ele anda até mim, eu percebo sua respiração trêmula, ele chega bem na minha frente e me encara.

- quero ver se você é capaz - ele diz encarando meus olhos.

- sou muito mais capaz que você - ele não ousa encostar em mim.

- veremos - ele fala e me dá as costas.

Entro no meu jaguar e bato a porta, saio de ré, manobro o carro e saio acelerando, fazendo o ronco do motor ecoar pela minha cabeça, vai ser mais difícil do que eu estava pensando.

Amanhã vou pegar a minha arma, afinal ter uma empresa de segurança e não ter uma arma é a mesma coisa que andar com cartão e não ter dinheiro para gastar. Coisa que se me permite, não me falta.

Muita gente dirige descalça, porque acha melhor de sentir o acelerador e o freio, para mim é a mesma coisa, descalça ou calçada, não interfere em nada, olho pelo retrovisor e vejo um Audi r8 se aproximando de mim.

- mas que porra! - sussurro reconhecendo o carro do Júlio.

Perseguição é crime.

O sinal fica vermelho, freio o carro, o fluxo de carros estava consideravelmente grande, Júlio parou o carro atrás do meu, ele acelerava só para mostrar o ronco do motor.

- exibido - falo.

Várias mulheres que estavam ao redor, começaram a flertar com ele, teve uma vadiazinha, que não deve ter mais de 21, entregou um papel com o que deve ser um número para ele.

O sinal fica verde, saio acelerando, Júlio fica logo atrás, coloquei uma música alta e acelerei, empurrei o acelerador quase até o final, passei por um sinal vermelho, já Júlio buzinou e ficou.

Comemorei internamente e diminui a velocidade, de forma considerável, cheguei a uma casa noturna que a pouco tempo atrás fiz Vitória comprar - sorri -.

Vejo o Audi chegando e me encosto no capô.

Júlio passa me encarando, depois ele volta e para ao meu lado.

- não vai entrar? - ele pergunta.

- depende de mim até para isso? - pergunto.

Ele não fala nada, apenas cruza os braços sob o peito, fazendo a manga curta da camiseta esticar, ele tem um ótimo músculo.

- pretende ficar com alguém hoje? - ele pergunta.

- por que isso interessa? - pergunto.

- pare de responder as minhas perguntas com outras perguntas - ele diz.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora