Catarina Hernandez
- Claro que não vamos, você desiste muito fácil - falo tomada pela raiva.
Quando começo alguma coisa, não gosto de deixá-la pela metade, e não farei isso, se Júlio decidir realmente largar tudo, eu assumo 100% do projeto, não preciso de ninguém para me ensinar a trabalhar, com certeza não será ele que vai me fazer largar algo pela metade.
- você não gosta de ordens... - ele fala e eu o interrompo.
- porque? Você gosta de ser o fodão? Aquele babaca que manda em todo mundo? - falo, ele me olha com os olhos tomados pelo fogo da raiva.
- você não sabe o que fala - ele diz e aponta para mim.
- olha aqui - eu falo e aponto para ele - não sei com quem você está acostumado a trabalhar, mas eu não vou aceitar ordens suas.
- então vai trabalhar sozinha - ele fala.
- prefiro, não preciso de um babaca qualquer me dizendo o que fazer - fecho a porta do carro com força - se eu precisasse de você, não estaria aonde estou hoje.
Ele anda até mim, eu percebo sua respiração trêmula, ele chega bem na minha frente e me encara.
- quero ver se você é capaz - ele diz encarando meus olhos.
- sou muito mais capaz que você - ele não ousa encostar em mim.
- veremos - ele fala e me dá as costas.
Entro no meu jaguar e bato a porta, saio de ré, manobro o carro e saio acelerando, fazendo o ronco do motor ecoar pela minha cabeça, vai ser mais difícil do que eu estava pensando.
Amanhã vou pegar a minha arma, afinal ter uma empresa de segurança e não ter uma arma é a mesma coisa que andar com cartão e não ter dinheiro para gastar. Coisa que se me permite, não me falta.
Muita gente dirige descalça, porque acha melhor de sentir o acelerador e o freio, para mim é a mesma coisa, descalça ou calçada, não interfere em nada, olho pelo retrovisor e vejo um Audi r8 se aproximando de mim.
- mas que porra! - sussurro reconhecendo o carro do Júlio.
Perseguição é crime.
O sinal fica vermelho, freio o carro, o fluxo de carros estava consideravelmente grande, Júlio parou o carro atrás do meu, ele acelerava só para mostrar o ronco do motor.
- exibido - falo.
Várias mulheres que estavam ao redor, começaram a flertar com ele, teve uma vadiazinha, que não deve ter mais de 21, entregou um papel com o que deve ser um número para ele.
O sinal fica verde, saio acelerando, Júlio fica logo atrás, coloquei uma música alta e acelerei, empurrei o acelerador quase até o final, passei por um sinal vermelho, já Júlio buzinou e ficou.
Comemorei internamente e diminui a velocidade, de forma considerável, cheguei a uma casa noturna que a pouco tempo atrás fiz Vitória comprar - sorri -.
Vejo o Audi chegando e me encosto no capô.
Júlio passa me encarando, depois ele volta e para ao meu lado.
- não vai entrar? - ele pergunta.
- depende de mim até para isso? - pergunto.
Ele não fala nada, apenas cruza os braços sob o peito, fazendo a manga curta da camiseta esticar, ele tem um ótimo músculo.
- pretende ficar com alguém hoje? - ele pergunta.
- por que isso interessa? - pergunto.
- pare de responder as minhas perguntas com outras perguntas - ele diz.
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Tentação oposta - livro 2 da série: Os Mendonça
Romance"Se ele não fosse um cretino, talvez o amar, fosse fácil" Catarina Hernandez, em um piscar de olhos, se vê em uma situação inesperada, depois de ter que lidar com uma morte da sua tia, como dona de uma empresa de marketing, ela já se sentia acost...