Catarina Hernandez
Acordar com o Júlio invadindo o meu quarto, não é o meu melhor despertador, ele usava um terno preto, o que era raro, já que Júlio sempre usava o terno cinza.
- sai fora Júlio - grunhi puxando o edredom sob a cabeça.
- Boa tarde meu anjo - ele falou abrindo as cortinas do meu quarto.
- boa tarde para quem moço?
Assim que lembrei, que estou nua, apertei o edredom ao redor do corpo, Júlio me olhou sério, tentei olhar para ele mas minha visão estava embaçada tentando se acostumar com a claridade.
Virei para o lado, dando as costas para Júlio, ele resmungou algo e andou até a cama.
- vamos, temos que almoçar - ele falou segurando o edredom.
- nunca mais... - bocejei - vou aceitar sair com você.
- vamo Catarina - ele bateu palma - tem hora!
- você vai ter que sair - falei.
- porque? - ele perguntou cruzando os braços e franzindo a testa.
- porque eu estou nua! - falei e ele sorriu maliciosamente.
- acho que vou me acomodar para o show, você poderia aproveitar e me dar uma aula sobre o amor - ele falou, fiz uma careta.
- você não pode apenas querer aprender a amar, você tem que entender o quão grande pode ser esse sentimento. E o quanto você pode se machucar, o amor é um sistema cheio de falhas.
- se veste logo - ele falou batendo a porta atrás de si.
Tomei um banho, deixei o cabelo solto, coloquei um macaquinho preto, Megan que fez para mim, como presente de natal, coloquei um sobretudo e uma bota preta, que vai até o joelho.
Sem o fato de que minha roupa era necessariamente curta, o sobretudo aliviava bastante, Júlio não quis me falar nada sobre esse almoço, então eu não vou me dar o trabalho de me importar.
O caminho foi tranquilo, tirando a parte que Júlio implicou, falando que queria dirigir a Porsche, eu deixei, afinal alguém precisa ensinar para aquela pobre alma, o que é um carro de verdade, tentei não focar no fato que o maldito dirigia só com uma mão.
Fomos para o restaurante dos Mendonça, na verdade, do Júlio, mas relevemos, fomos para uma área reservada, era uma mesa de quatro, já tinham dois homens esperando por nós.
- Bartolomeu - falou Júlio fechando a cara.
- Júlio Mendonça - o homem que usava apenas uma camisa social falou - e quem é essa gracinha?
Talvez eu devesse ter optado por uma roupa mais formal, agora que estamos aqui, não posso fazer mais nada.
O garçom perguntou sobre o meu casaco, assenti quando ele esticou a mão, o tirei, quando me virei de volta para a mesa, vi Júlio com uma expressão séria, o tal Bartolomeu estava praticamente babando, o homem ao seu lado não ousou falar sequer uma palavra.
- se me derem licença - falou Júlio ficando de pé, ele colocou uma mão no final das minhas costas e me levou até a varanda.
Apoiei o antebraço no ferro frio, Júlio parecia perturbado, ele parou ao meu lado, mas fiz questão de olhar para o outro lado, Júlio pigarreou, olhei para a aliança em meu dedo e suspirei.
- que roupa é essa? - ele finalmente falou.
- gostou? Coloquei só para você - falei forçando uma voz manhosa.
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Tentação oposta - livro 2 da série: Os Mendonça
Romance"Se ele não fosse um cretino, talvez o amar, fosse fácil" Catarina Hernandez, em um piscar de olhos, se vê em uma situação inesperada, depois de ter que lidar com uma morte da sua tia, como dona de uma empresa de marketing, ela já se sentia acost...