Capitulo 27

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Catarina Hernandez

Acordar com o Júlio invadindo o meu quarto, não é o meu melhor despertador, ele usava um terno preto, o que era raro, já que Júlio sempre usava o terno cinza.

- sai fora Júlio - grunhi puxando o edredom sob a cabeça.

- Boa tarde meu anjo - ele falou abrindo as cortinas do meu quarto.

- boa tarde para quem moço?

Assim que lembrei, que estou nua, apertei o edredom ao redor do corpo, Júlio me olhou sério, tentei olhar para ele mas minha visão estava embaçada tentando se acostumar com a claridade.

Virei para o lado, dando as costas para Júlio, ele resmungou algo e andou até a cama.

- vamos, temos que almoçar - ele falou segurando o edredom.

- nunca mais... - bocejei - vou aceitar sair com você.

- vamo Catarina - ele bateu palma - tem hora!

- você vai ter que sair - falei.

- porque? - ele perguntou cruzando os braços e franzindo a testa.

- porque eu estou nua! - falei e ele sorriu maliciosamente.

- acho que vou me acomodar para o show, você poderia aproveitar e me dar uma aula sobre o amor - ele falou, fiz uma careta.

- você não pode apenas querer aprender a amar, você tem que entender o quão grande pode ser esse sentimento. E o quanto você pode se machucar, o amor é um sistema cheio de falhas.

- se veste logo - ele falou batendo a porta atrás de si.

Tomei um banho, deixei o cabelo solto, coloquei um macaquinho preto, Megan que fez para mim, como presente de natal, coloquei um sobretudo e uma bota preta, que vai até o joelho.

Sem o fato de que minha roupa era necessariamente curta, o sobretudo aliviava bastante, Júlio não quis me falar nada sobre esse almoço, então eu não vou me dar o trabalho de me importar.

O caminho foi tranquilo, tirando a parte que Júlio implicou, falando que queria dirigir a Porsche, eu deixei, afinal alguém precisa ensinar para aquela pobre alma, o que é um carro de verdade, tentei não focar no fato que o maldito dirigia só com uma mão.

Fomos para o restaurante dos Mendonça, na verdade, do Júlio, mas relevemos, fomos para uma área reservada, era uma mesa de quatro, já tinham dois homens esperando por nós.

- Bartolomeu - falou Júlio fechando a cara.

- Júlio Mendonça - o homem que usava apenas uma camisa social falou - e quem é essa gracinha?

Talvez eu devesse ter optado por uma roupa mais formal, agora que estamos aqui, não posso fazer mais nada.

O garçom perguntou sobre o meu casaco, assenti quando ele esticou a mão, o tirei, quando me virei de volta para a mesa, vi Júlio com uma expressão séria, o tal Bartolomeu estava praticamente babando, o homem ao seu lado não ousou falar sequer uma palavra.

- se me derem licença - falou Júlio ficando de pé, ele colocou uma mão no final das minhas costas e me levou até a varanda.

Apoiei o antebraço no ferro frio, Júlio parecia perturbado, ele parou ao meu lado, mas fiz questão de olhar para o outro lado, Júlio pigarreou, olhei para a aliança em meu dedo e suspirei.

- que roupa é essa? - ele finalmente falou.

- gostou? Coloquei só para você - falei forçando uma voz manhosa.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora