Capitulo 16

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Catarina Hernandez

- pode nos dar licença um minutinho? - perguntei para Morgan.

- claro! Posso levar Lia comigo? - Morgan perguntou se levantando.

- por favor - pedi.

Morgan pegou Lia que estava no colo de Júlio, no começo achei que minha princesinha fosse chorar, mas ela parecia entender que a coisa ficaria séria.

- olha Catarina... - Júlio tentou falar mas eu levantei a mão mandando-o calar a boca por um minuto.

- quero que você saiba que essa é uma responsabilidade enorme, ela já me parece acostumada e apegada a você, não quero que a machuque - falei com a voz triste.

Do fundo do meu coração, só queria o melhor para Lia, e para outras várias crianças que eu sempre ajudei doando como pude uma ótima quantia.

- não quero machucar ninguém, olha... eu quero realmente tentar entender essa coisa de amar alguém, não posso deixar essa oportunidade passar, sei que você me odeia, mas preciso que deixe isso de lado pela Lia.

- olha aqui Júlio, não a envolva em seus problemas, óbvio que estou fazendo isso por ela, mas quero e preciso que você cumpra tudo que estiver naquele maldito contrato - falei entredentes.

- Catarina, pelo amor de Deus, você não consegue entender que eu só quero fazer as coisas de um jeito melhor? - ele perguntou se levantando, aproveitei para me levantar também.

- eu sei muito bem seu estilo de brincadeira, saiba que se Lia ficar doente e você estiver ocupado demais punindo uma de suas vadias, eu faço questão de me casar com um mendigo qualquer - falei e Júlio apertou a mandíbula.

- não vou largar tudo por causa de uma gripe - Júlio falou, qual é? Isso só pode ser brincadeira.

- você acha que ela escolheu os pais que teve? Você acha que ela escolheu estar na porra daquele carro? Você acha que ela sabe o que é sorrir para um cretino igual a você?

- se controla Catarina - ele falou e eu revirei os olhos.

- você é um idiota - falei pedindo aos céus um pouco de paciência.

Júlio cruzou os braços e olhou para um ponto acima da minha cabeça, não é a primeira vez que ele faz isso, acho está virando um costume.

- tudo porque não sabe escolher a porra de um carro - falei fazendo uma careta.

- ah vai se foder - ele falou batendo a mão na mesa.

- ah vai você - falei andando até o bar, louca por uma garrafa de vinho branco.

- você acha que eu queria voltar para casa com você?

- você acha que eu queria dirigir para a madame que não podia pegar um uber? - perguntei sarcástica.

- nem tinha sinal naquele fim de mundo - ele falou abrindo os braços.

- foda-se, devia ter jogado aquele carro em uma árvore - sussurrei.

- o que você disse? - Júlio perguntou, mas eu sabia que ele havia ouvido.

- o que você quer dizer com "aprender a amar"? - perguntei encarando aqueles olhos verdes que estavam ainda mais claros por causa da boa iluminação.

- tem uma pessoa... - ele falou mas parou.

- ótimo, vamos nos casar de mentirinha e ainda serei corna de mentira - falei bebendo na garrafa de whisky.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora