Capítulo 49

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Júlio Mendonça

Eu sabia que só iria ter uma cama, mas na verdade eu não queria acreditar que isso aconteceria, porém eu ainda vou discutir isso com a Vitória, porque porra, eu não preciso de supervisão.

- tudo isso porque vocês parecem mais coelhos no cio - Gabriel está me irritando.

- e esse corte na boca? - perguntei, afinal eu não vou ficar calado.

- uma... amiga me mordeu.

- que amiga raivosa essa sua - Catarina sorriu, enquanto entrava embaixo do edredom pesado.

- direita ou esquerda Júlio? - Gabriel perguntou.

- sofá Gabriel, você vai dormir no sofá - Gabriel arregalou os olhos e Catarina gargalhou antes de bater a cabeça na parede.

- aí - ela reclamou, Gabriel resolveu que esse era o momento e caiu na risada.

Digamos que eu tenha algum problema, eu não consigo não sorrir, quando o Matheo ou Gabriel sorriem, minha mãe me levou ao médico quando eu era pequeno, por algum motivo ela achou que eu tivesse um distúrbio só porque eu sempre sorria junto com eles, caso contrário não tinha tanta graça.

Catarina me encarou séria, mas eu não consegui me conter, quando Gabriel caiu na cama gargalhando, aquilo para mim foi o fim.

Gargalhamos até lágrimas brotarem dos meus olhos, só parei de sorrir porque Catarina fingiu estar chorando, sim ela fingiu estar chorando, meu coração acelerou com a possibilidade, caso ela estivesse machucada de verdade eu me culparia para sempre.

Mas ela começou a rir quando viu a minha cara de preocupado antes de bater de novo a porra da cabeça, mas desta vez Catarina fez um biquinho.

- cara, porque você não colocou uma cabeceira estofada? Igual aos outros quartos?

- vamos trocar de quarto - Gabriel disse isso antes de sair do quarto.

Me sentei na borda da cama, Catarina engatinhou dê quatro, chegando até mim, passando os braços pelo meu pescoço, para se sentar no meu colo, com as pernas de lado.

- o dia hoje foi cansativo.

Eu diria que o dia foi mais que isso.

Passamos a manhã no aeroporto, o avião parecia uma filme, onde demos replay várias vezes, quando chegamos em casa Catarina pegou uns catálogos com a Vitória e depois passamos a tarde toda brincando com a Lia.

A princesinha está enorme, recebemos uma carta do conselho tutelar, informando a visita de uma secretária deles, para preencher o formulário e avaliar se estamos em condições de cuidar da princesinha.

Depois Catarina reivindicou um quarto na casa da Vitória, que nós usamos para algumas brincadeiras e eu estou exausto, e vazio, não tenho mais nenhuma gosta de sêmen, mas agora com Catarina no meu colo, algo me diz que, talvez eu ainda tenha uma ou outra gota.

- liguei para a Estela - Catarina murmurou com a boca no meu pescoço - ela marcou a minha injeção para amanhã.

- injeção? Você está doente? - perguntei colocando minha mão na testa da Cat Cat só para ter certeza, Catarina sorriu.

- meu anticoncepcional é em forma de injeção esqueceu?

Ah, porra, eu não tenho certeza que quero Catarina sem poder engravidar, mesmo que temporariamente, na verdade. A minha intenção não era engravidar o meu anjinho, mas agora olhando tudo, eu só queria pausar no tempo.

- não tome - antes que eu pudesse me dar conta, as palavras saíram da minha boca, Catarina se afastou colocando-se de pé.

- você só pode estar de brincadeira, achei que isso só fosse durar durante a viagem.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora