Capítulo 45

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Ana White

- você não vai me convencer Arthur - falo com um tom mais ríspido do que eu pretendia.

Arthur e eu, temos nos encontrado há algum tempo, mas os meus planos não vão mudar, com ele ou sem ele, minha vida tem que seguir, minha empresa - recém aberta - está indo muito bem, mas as vezes não sei como lidar. Porra! Eu não quero me prender a ninguém.

- eu falei para os meninos... - Arthur falou hesitante quando eu me levantei da cama enrolada em um lençol - falei que estamos juntos há semanas, mas que nós separamos porque você não quer ter filhos.

Eu poderia me sentir mal, julgando todos os fatos, mas meus planos nunca foram casar e construir uma família, não importa a ordem, passei por muita coisa com a minha família, antes de tomar a decisão de me comprometer com uma vida... eu tenho que estar 1000% dedicada a tal.

Eu fujo dessa responsabilidade como o diabo foge da cruz, ao contrário de Catarina que está se afundando no Júlio e eu não digo isso como uma coisa ruim, ela merece ser feliz, igual Vitória está sendo com o Henrique, e agora com a Lia, fico feliz por ser tia, incluindo no pacote a Aurora e o Oliver.

Minha família cresceu antes que eu pudesse acompanhar.

- minha família já esta grande demais, um filho meu a mais ou a menos, não vai mudar muita coisa - comentei enquanto procurava o meu sutiã - isso... - gesticulei para ele ainda deitado e para mim - não vai acontecer novamente e você não deveria ter contado para os cretinos que formam a sua família.

Vitória se casou com 25 anos, Henrique tinha 30, agora Vitória tem 26, dois filhos, é bilionária e feliz, mas não quero casar com 25, não, muito obrigada.

Faço 25 mês que vem e eu com certeza quero curtir a minha vida antes de me envolver sério com qualquer ser que respire. Arthur tem 28 anos, não sei porque toda essa pressa.

- se eu te pedir para ficar... você ficaria? - ele perguntou se apoiando nós cotovelos.

Arthur tinha uma barba por fazer que ficava ainda melhor quando estava entre minhas pernas, um topete de super-herói, que estava desgrenhado graças a mim, um corpo consideravelmente bonito, ele se cuidava.

Uma única tatuagem no pescoço - o oposto do irmão e do Matheo - mas mesmo assim, eu não ficaria.

- não - respondi rapidamente enquanto encarava seus olhos castanhos, que agora estavam pretos por causa da pouca iluminação, espero que Catarina esteja se divertindo, o sol aqui começou a nascer entre algumas nuvens pesadas, o que significa que em Miami ainda é de noite, graças ao atraso de cinco horas comparado com Londres.

- você pode ficar mais um pouco, quem sabe eu não te faço mudar de ideia? - agora ele está se referindo para a minha mudança.

Resolvi passar uma temporada em Paris, já que eu nunca estive lá, mas eu não contei a ninguém, apenas para o Arthur porque eu não tive opção, quando ele chegou no flat que eu estou alugando temporariamente e viu minhas malas na porta, ele soube que eu sairia antes mesmo que eu dissesse.

O plano era passar uma noite com o Arthur e seguir em frente, mas querendo ou não, o nosso caminho se cruzou mais vezes do que eu gostaria de admitir, só contei isso para a Vivis e pedi segredo, não queria que ninguém soubesse.

- porque porra! Você ia embora sem nem sequer se despedir de mim - ele reclamou enquanto eu já estava praticamente vestida.

- eu não tenho obrigação de me despedir de você, o sexo nem é tão bom e você não faz exatamente o meu tipo - rebati e antes que eu sequer me virasse para ele, soube a decepção estampava suas lindas feições.

O silêncio pesado foi interrompido pelo farfalhar do lençol, mostrando-me que ele estava se vestindo para sair, me virei a tempo de ver ele se abaixar para pegar a camisa que estava no chão.

- de que horas é o seu voo? Eu te levo para o aeroporto - foi tudo que ele disse antes de passar pela porta, fechando-a atrás de si.

Terminei de colocar as roupas, passando pela porta logo depois de garantir que não estava deixando nada para trás.

- você vai pelo menos falar com a Vitória? - Arthur não sabia que eu já tinha falado com a Vitória.

Eu posso até ser meio louquinha, mas eu não iria sem me despedir das meninas.

- tenho que passar em um lugar antes de ir para o aeroporto - foi tudo que eu disse antes de tentar pegar as malas, mas Arthur segurou meu pulso antes de falar que ele cuidaria delas.

Arthur colocou as malas na Lamborghini preta e dirigiu até a casa da minha irmã.

O caminho todo, um silêncio me corroeu, mas eu não poderia deixar os meus sentimentos descontrolados emanarem de mim, eu não vou ter mais nada com o Arthur, antes disso, eu prefiro cortar os meus pulsos.

Assim que entramos, seguimos para o escritório onde, Vitória e Henrique sempre estavam, Vitória sorriu para mim apesar de que ainda estava muito cedo e eu sei que ela odeia ter o desprazer de acordar cedo.

Henrique passou por mim andando até o irmão, quando ele chegou próximo o suficiente, Henrique deu um soco na mandíbula do irmão, olhei para Vitória que nem sequer se mexeu.

- o que porra é isso? - perguntei.

- acordos princesa, acordos - ponderou Arthur com sague escorrendo da boca.

- alguém me explica? - perguntei mais perplexa do que antes.

- os ilustres senhores Mendonça, fizeram um acordo, nenhum segredo pode rolar entre eles, caso aconteça, cada um tem o direito a um soco, no dono do segredo, você - Vitória apontou para mim com a mão da aliança - foi o segredo do Arthur, por isso ele vai levar um soco do Matheo, do Gabriel, e do Júlio, já que o Henrique, fez sua parte.

- e o acordo nunca tinha sido cumprido até agora - Henrique falou esfregando os nós dos dedos.

- você são muito idiotas - falei.

- somos uma família - Arthur rebateu.

Vitória levantou as sobrancelhas, provavelmente surpresa por Arthur não ter ficado puto, nem eu entendia o que eles faziam.

- quanto tempo fora Anis? - Vitória perguntou.

- o máximo que você aguentar ficar sem sua irmã favorita, na sua primeira ligação, eu volto para casa no próximo avião.

Deixei claro que apenas uma ligação da Vitória me faria voltar para casa, não deixando nenhuma brecha para Arthur me procurar.

- você não esperava ir sem se despedir de mim - Megan falou parada no arco da porta do escritório.

Assim que eu me virei completamente, Megan correu na minha direção, pulando no meu colo, passando as pernas pela minha cintura, tombei para trás agradecendo por ter uma mesa de mogno atrás de mim, para que eu me apoiasse.

- eu vou sentir muito a sua falta - Megan falou colocando os pés no chão.

- são só 500 quilômetros - falei arredondando o número.

- temos que ir - Arthur apressou.

- amo vocês - sussurrei seguindo para a porta.

- merda. Odeio despedidas - Megan falou e Vitória assentiu.

- dê um beijo nos meus sobrinhos - falei para Vitória seguindo para o jardim.

Lá vamos nós.


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me senti na obrigação de dar uma explicação a vocês já que eu soltei uma bomba no colo de você, aiai

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Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora