Capítulo 54

1K 98 15
                                    

Júlio Mendonça

Ver a minha mulher, falando com um babaca que já esteve na cama dela, poderia ter feito o meu sangue ferver de um jeito incontrolável, mas saber que o Enzo ficou estagnado olhando, enquanto eu fodia a mulher que anda por aí com uma aliança que tem o meu nome.

Enzo não ameaçaria o meu reinado nem que quisesse, ele tem uma cara de quem não sabe satisfazer uma mulher e eu tenho certeza que se soubesse mesmo, Catarina não aceitaria a vaga na minha cama, só porque eu sou lindo.

- que bicho te mordeu? - Gabriel perguntou parando na minha frente, mas se virou para seguir o meu olhar, encontrando Catarina sentada no bar ao lado do imbecil - ah, eu já entendi.

- vai foder alguma das suas amiguinhas, que eu estou olhando a minha mulher - Gabriel levantou os braços em rendimento, parando ao lado, para olhar do mesmo ângulo que eu.

- Catarina ama você, mesmo que você não mereça - muito filosofo esse meu irmão - e você fodeu com tudo e eu nem estou falando do jeito bom.

- tudo bem. Já deu - me levantei andando até onde Catarina estava.

Gabriel sabiamente não tentou me impedir, cheguei bem a tempo de ver Catarina virar um shot, depois de lamber o sal na mão do desgraçado.

- vamos para casa - sussurrei para Catarina.

- você é um cretino - o efeito do álcool, já estava tomando conta, ou talvez ela quisesse mesmo falar aquilo - acha que me foder e me pedir perdão, vai mudar o que você fez?

Enzo bebeu do próprio copo, desviando o olhar para o barman, que apenas deu de ombros, antes de servir mais um shot, que Catarina fez questão de virar.

- e o que você quer que que faça? - perguntei sem ter certeza que gostaria de ouvir a resposta.

- se você tivesse se dado ao trabalho de perguntar isso um mês atrás, eu diria para você sumir, mas agora temos que cuidar da princesinha, independente se o sexo é bom, se eu te amo, ou se você é o CEO fodão.

- então você me ama?

- de tudo que eu falei, você só ouviu isso?

Eu tinha ouvido tudo, mas porra, ela me ama? Eu preciso saber disso.

- você me ama? - repeti a pergunta.

- eu amo você, seu cretino - Catarina falou rodando a aliança no dedo - mas eu não acredito em segundas chances e o meu coração já está estragado demais, para você terminar o trabalho.

A puxei para um beijo, nada erótico, e isso me surpreendeu, foi um beijo calmo e com algo a mais, que eu nunca tinha sentido com mais ninguém, Catarina sorriu antes de me dar acesso para aprofundar o beijo, mas eu queria sentir, sentir tudo que eu podia.

Catarina amoleceu o corpo contra o meu, nossos corpo, pareceram finalmente encaixar, - quem eu quero enganar? - todo o quebra-cabeça, pareceu se encaixar.

Meu corpo se prendeu a esse momento, minha memória fez questão de guardar, a roupa, a forma como o cabelo solto dela estava ondulado, os olhos castanhos, o perfume doce - mas não tão doce - e principalmente a forma como ela falou aquelas palavras, a maneira como sorriu durante o beijo.

- casa comigo - sem nem pensar me ajoelhei, todos ao redor me olharam, como se eu fosse louco por estar fazendo isso, no meio de uma balada.

- você bebeu demais - Catarina sussurrou, segurando o meu pulso.

- olha eu sei que errei - o DJ parou a música - mas eu quero que você seja completamente minha, quero que você seja a mãe dos meus filhos, ou filhas, quero chegar em casa com você e assistir um filme qualquer, com a nossa princesinha.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora