Júlio Mendonça
Ver a minha mulher, falando com um babaca que já esteve na cama dela, poderia ter feito o meu sangue ferver de um jeito incontrolável, mas saber que o Enzo ficou estagnado olhando, enquanto eu fodia a mulher que anda por aí com uma aliança que tem o meu nome.
Enzo não ameaçaria o meu reinado nem que quisesse, ele tem uma cara de quem não sabe satisfazer uma mulher e eu tenho certeza que se soubesse mesmo, Catarina não aceitaria a vaga na minha cama, só porque eu sou lindo.
- que bicho te mordeu? - Gabriel perguntou parando na minha frente, mas se virou para seguir o meu olhar, encontrando Catarina sentada no bar ao lado do imbecil - ah, eu já entendi.
- vai foder alguma das suas amiguinhas, que eu estou olhando a minha mulher - Gabriel levantou os braços em rendimento, parando ao lado, para olhar do mesmo ângulo que eu.
- Catarina ama você, mesmo que você não mereça - muito filosofo esse meu irmão - e você fodeu com tudo e eu nem estou falando do jeito bom.
- tudo bem. Já deu - me levantei andando até onde Catarina estava.
Gabriel sabiamente não tentou me impedir, cheguei bem a tempo de ver Catarina virar um shot, depois de lamber o sal na mão do desgraçado.
- vamos para casa - sussurrei para Catarina.
- você é um cretino - o efeito do álcool, já estava tomando conta, ou talvez ela quisesse mesmo falar aquilo - acha que me foder e me pedir perdão, vai mudar o que você fez?
Enzo bebeu do próprio copo, desviando o olhar para o barman, que apenas deu de ombros, antes de servir mais um shot, que Catarina fez questão de virar.
- e o que você quer que que faça? - perguntei sem ter certeza que gostaria de ouvir a resposta.
- se você tivesse se dado ao trabalho de perguntar isso um mês atrás, eu diria para você sumir, mas agora temos que cuidar da princesinha, independente se o sexo é bom, se eu te amo, ou se você é o CEO fodão.
- então você me ama?
- de tudo que eu falei, você só ouviu isso?
Eu tinha ouvido tudo, mas porra, ela me ama? Eu preciso saber disso.
- você me ama? - repeti a pergunta.
- eu amo você, seu cretino - Catarina falou rodando a aliança no dedo - mas eu não acredito em segundas chances e o meu coração já está estragado demais, para você terminar o trabalho.
A puxei para um beijo, nada erótico, e isso me surpreendeu, foi um beijo calmo e com algo a mais, que eu nunca tinha sentido com mais ninguém, Catarina sorriu antes de me dar acesso para aprofundar o beijo, mas eu queria sentir, sentir tudo que eu podia.
Catarina amoleceu o corpo contra o meu, nossos corpo, pareceram finalmente encaixar, - quem eu quero enganar? - todo o quebra-cabeça, pareceu se encaixar.
Meu corpo se prendeu a esse momento, minha memória fez questão de guardar, a roupa, a forma como o cabelo solto dela estava ondulado, os olhos castanhos, o perfume doce - mas não tão doce - e principalmente a forma como ela falou aquelas palavras, a maneira como sorriu durante o beijo.
- casa comigo - sem nem pensar me ajoelhei, todos ao redor me olharam, como se eu fosse louco por estar fazendo isso, no meio de uma balada.
- você bebeu demais - Catarina sussurrou, segurando o meu pulso.
- olha eu sei que errei - o DJ parou a música - mas eu quero que você seja completamente minha, quero que você seja a mãe dos meus filhos, ou filhas, quero chegar em casa com você e assistir um filme qualquer, com a nossa princesinha.
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Tentação oposta - livro 2 da série: Os Mendonça
Romansa"Se ele não fosse um cretino, talvez o amar, fosse fácil" Catarina Hernandez, em um piscar de olhos, se vê em uma situação inesperada, depois de ter que lidar com uma morte da sua tia, como dona de uma empresa de marketing, ela já se sentia acost...