Capítulo 42

1K 103 11
                                    

Catarina Hernandez

Babei, definitivamente eu acabei de babar, Júlio está lindo de matar, mas eu também estou linda de matar, coloquei um vestido preto, que ia até a metade da minha coxa, deixando minhas pernas com um contorno que sinceramente? Eu babaria por mim, e se ele não babar, tudo bem.

Nem sempre as pessoas correspondem os sentimentos, são sete bilhões de pessoas no mundo, qualquer coisa eu compro algum consolo, mesmo que ache meio sem graça.

- você está linda - Júlio falou se aproximando de mim, esse é o primeiro contato nosso depois daquela situação no quarto. Levantei as sobrancelhas enquanto ele lia a pergunta nos meus olhos - você é a mulher mais bonita do mundo.

- ajoelhou cedo hoje, que estranho, alguém liga para um psiquiatra? - falei debochada.

- ajoelhei? - perguntou confuso.

- ora, ora, você não está puxando saco? - falei me encostando na parede do elevador.

- temos um compromisso amanhã - ele falou arrumando o sobretudo também preto, que estava jogado sobre o braço.

O fato é: não combinamos nada disso, mas estamos iguais, meu vestido parece ter sido feito para completar a roupa dele, que inferno!

- não vou a lugar nenhum com você - sibilei baixo o bastante para que ele não ouvisse, mas a nossa proximidade, fez com que ele ouvisse muito bem.

- você vai agora, para essa palestra inútil e depois voltamos para casa.

Para casa, palavras que eu estava evitando ao máximo que pude, ele falou como se não fosse nada, até porque eu não sou nada para ele.

- tudo isso comigo - ele completou a frase.

- porque eu não tenho outra opção, mas pode ter certeza... você não é a minha diversão favorita.

Júlio ficou parado, sem expressar nenhuma reação, seu rosto se tornou uma máscara fria, para fazer - qualquer um normal - correr.

Parei para pegar a chave com o guarda do estacionamento, Júlio se inclinou, roçando a boca no meu ouvido antes de sussurrar:

- quando você estiver com as pernas bambas... - minha coluna virou ferro, quando eu levantei o queixo - e eu estiver fundo em você... aí sim, você tenta repetir essa frase. Até segunda ordem... você é minha e eu sou seu.

Com isso ele pegou a chave da mão do segurança e passou por mim. Mordi o interior da bochecha enquanto olhava para o guarda com uma sobrancelha erguida, ele balançou a cabeça ou porque ouviu, ou porque estava me falando que não ouviu nada, mas eu só conseguia pensar no quão insuportável seria ficar sentada ao lado daquele homem, pelas próximas horas, peguei a chave com o guarda andando até o meu carro.

Só então percebi que deveria ter colocado calças, Júlio já havia saído, provavelmente, enquanto eu olhava para o guarda, que deve ter me achado uma louca completa.

(...)

- sou o Lucas Alexander, serei o professor de vocês durante esse curto congresso - falou um homem alto.

Estou em uma espécie de auditório, onde é dividido por níveis, fiz questão de me sentar na última fileira, agora olhando para o homem lá embaixo, talvez essa não tenha sido uma escolha correta, ele é consideravelmente bonito e de longe um ótimo tapa buraco, falando em tapa buraco, Júlio ainda não deu as caras.

- alguma dúvida? - perguntou o professor, ele tinha olhos cor de mel, cabelo grande e bagunçado, mandíbula marcada o suficiente para chamar minha atenção, usava uma camisa branca, com uma calça azul.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora