Capitulo 9

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Catarina Hernandez

A essa altura do campeonato, já não sei mais quais eram os meus planos para o dia de hoje, achei necessário aproveitar que Jorge passou por aqui, para falar sobre aquele beijo ridículo.

- quem é? - perguntei assim que bateram na porta do meu escritório.

Coloquei o indicador na boca do Jorge, achei que ele fosse falar alguma coisa mas ele não falou nada, simplesmente se levantou e sentou no sofá, o acompanhei com o olhar mas não me mexi.

- sou eu senhorita Hernandez - Beatriz a irmã do Jorge falou, dessa vez ele colocou o polegar na boca e me olhou com medo.

Tive certeza que a irmã dele não sabe da nossa pequena noite juntos.

- o que você quer? - perguntei me apoiando na mesa.

- poderia abrir a porta? - ela pergunta quase em um sussurro, Jorge arregala os olhos me fazendo rir.

- seja um bom menino e fique aqui - falei para Jorge.

Abri a porta com uma cara séria, sinceramente Beatriz ainda estava aqui apenas pelo irmão, se não fosse ele, com certeza já teríamos a demitido.

- você sabe que essa empresa é minha não é?! - perguntei abrindo a porta dando de cara com Beatriz e Júlio.

Júlio passava a mão no cabelo, enquanto a outra estava apoiada relaxada no cinto da calça social cinza, ele usava um bendito terno cinza e um sapato social, alguns anéis nas mãos e um relógio prata.

- Beatriz me faça um favor enorme? - perguntei.

- claro senhorita Hernandez - usei todo o meu alto controle para não revirar os olhos.

- não permita mais ninguém no meu escritório hoje! - falei e mandei Júlio entrar.

Fechei a porta com um som alto e sem esperar uma resposta, Júlio e Jorge se encararam.

- é aquele da balada? - Júlio pergunta.

- sim - falei me sentando na minha mesa.

- e você quem é? - Jorge pergunta.

- estava tão bêbado que nem se lembra - Júlio fala sarcástico.

- Jorge, senta aqui - falei e ele voltou para a cadeira aonde estava sentado antes.

Julio ficou parado olhando para ver o que farei, Jorge se jogou na cadeira parecendo uma criança.

- estamos entendidos!? - perguntei para Jorge mantendo uma distância considerável.

Me aproximei devagar, para sussurrar em seu ouvido sem que Júlio escute.

- não me faça demitir todos os Gonzales desta empresa - falei e me afastei - volte para Hz segurança.

Só faltou bater continência, as vezes é necessário mostrar quem realmente manda na porra da empresa que tem o meu nome.

- por isso que você não gosta de receber ordens - Júlio diz e eu volto para trás da minha mesa, me jogo na cadeira e bocejo.

- vamos direto ao ponto Júlio, o que você quer? - pergunto revirando os olhos.

- que porra mulher! Mania chata de ficar revirando os olhos - ele fala andando até o bar - pelo menos tem bom gosto para bebida.

- negativo, vai beber porra nenhuma - falei pegando a garrafa de whisky da mão dele e a guardando atrás do bar.

- entendi a referência - ele diz me fazendo rir.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora