Catarina Hernandez
A essa altura do campeonato, já não sei mais quais eram os meus planos para o dia de hoje, achei necessário aproveitar que Jorge passou por aqui, para falar sobre aquele beijo ridículo.
- quem é? - perguntei assim que bateram na porta do meu escritório.
Coloquei o indicador na boca do Jorge, achei que ele fosse falar alguma coisa mas ele não falou nada, simplesmente se levantou e sentou no sofá, o acompanhei com o olhar mas não me mexi.
- sou eu senhorita Hernandez - Beatriz a irmã do Jorge falou, dessa vez ele colocou o polegar na boca e me olhou com medo.
Tive certeza que a irmã dele não sabe da nossa pequena noite juntos.
- o que você quer? - perguntei me apoiando na mesa.
- poderia abrir a porta? - ela pergunta quase em um sussurro, Jorge arregala os olhos me fazendo rir.
- seja um bom menino e fique aqui - falei para Jorge.
Abri a porta com uma cara séria, sinceramente Beatriz ainda estava aqui apenas pelo irmão, se não fosse ele, com certeza já teríamos a demitido.
- você sabe que essa empresa é minha não é?! - perguntei abrindo a porta dando de cara com Beatriz e Júlio.
Júlio passava a mão no cabelo, enquanto a outra estava apoiada relaxada no cinto da calça social cinza, ele usava um bendito terno cinza e um sapato social, alguns anéis nas mãos e um relógio prata.
- Beatriz me faça um favor enorme? - perguntei.
- claro senhorita Hernandez - usei todo o meu alto controle para não revirar os olhos.
- não permita mais ninguém no meu escritório hoje! - falei e mandei Júlio entrar.
Fechei a porta com um som alto e sem esperar uma resposta, Júlio e Jorge se encararam.
- é aquele da balada? - Júlio pergunta.
- sim - falei me sentando na minha mesa.
- e você quem é? - Jorge pergunta.
- estava tão bêbado que nem se lembra - Júlio fala sarcástico.
- Jorge, senta aqui - falei e ele voltou para a cadeira aonde estava sentado antes.
Julio ficou parado olhando para ver o que farei, Jorge se jogou na cadeira parecendo uma criança.
- estamos entendidos!? - perguntei para Jorge mantendo uma distância considerável.
Me aproximei devagar, para sussurrar em seu ouvido sem que Júlio escute.
- não me faça demitir todos os Gonzales desta empresa - falei e me afastei - volte para Hz segurança.
Só faltou bater continência, as vezes é necessário mostrar quem realmente manda na porra da empresa que tem o meu nome.
- por isso que você não gosta de receber ordens - Júlio diz e eu volto para trás da minha mesa, me jogo na cadeira e bocejo.
- vamos direto ao ponto Júlio, o que você quer? - pergunto revirando os olhos.
- que porra mulher! Mania chata de ficar revirando os olhos - ele fala andando até o bar - pelo menos tem bom gosto para bebida.
- negativo, vai beber porra nenhuma - falei pegando a garrafa de whisky da mão dele e a guardando atrás do bar.
- entendi a referência - ele diz me fazendo rir.
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Tentação oposta - livro 2 da série: Os Mendonça
Romance"Se ele não fosse um cretino, talvez o amar, fosse fácil" Catarina Hernandez, em um piscar de olhos, se vê em uma situação inesperada, depois de ter que lidar com uma morte da sua tia, como dona de uma empresa de marketing, ela já se sentia acost...