Capitulo 26

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Catarina Hernandez

No fim, não sei quando Júlio dormiu, quando ele falou "pode dormir meu anjo", nem sequer cogitei pensar duas vezes, me deitei na cama como se nunca tivesse visto uma em toda a minha vida, e dormi como nunca, acordei tentando me localizar, mas tentando convencer o meu corpo, que eu precisava me levantar.

Mas minha mente gritava "só mais cinco minutos", atendi ao seu pedido, acordei trinta minutos depois, nem me liguei que Júlio estava tomando banho, até ver aquele corpo malhado com água escorrendo por lugares muito bons.

- me desculpa - falei dando as costas e tapando os olhos, Júlio só sorriu enquanto passou a mão no cabelo, como eu sei? Talvez eu tenha visto por uma brecha do dedo.

- tira a mão do rosto - ele ordenou mas não o fiz, ele deu um rosnado, abrindo o box e me puxando.

- puta que pariu! - falei quando senti a água quente entrar em contato com a minha pele gelada por causa do ar condicionado do quarto.

- eu já falei para você ter cuidado com a boca - ele reclamou, mas eu não me preocupei com nada além de encolher o corpo e tentar fugir dos jatos de água.

Júlio pareceu se divertir com isso, mas ele continuou me segurando embaixo do chuveiro, sem pudor nenhum, olhei para baixo quando ele me soltou e apoiou uma mão na parede.

Minha mente gritou "uau, simplesmente uau", ele era grande e malhado, fechei a boca tentando conter as minhas observações, tentei conter a minha língua, que não aguentava, nem queria ficar apenas dentro da minha boca, acho que não sou mais suficiente para ela.

- senhor Mendon... - uma voz feminina falou mas parou, assim que me viu embaixo do chuveiro, vestida e com Júlio pelado, ele não tinha nenhum pelo corporal, de novo, uau.

- merda Andrea! - ele falou puxando uma toalha do box.

- desculpe senhor, eu não sabia - ela falou, parecia ter a minha idade, ou talvez pelas rugas, tenha mais que eu.

Ela saiu em disparada para fora do banheiro, Júlio saiu do box enrolando o quadril com uma toalha.

- acho que você deveria tomar mais cuidado com a boca, senhor Mendonça - Júlio grunhiu e fez menção de voltar para o box, mas eu o fechei rapidamente.

- não saia desta casa, sem falar comigo - ele falou apontando para mim, enquanto andava para fora do banheiro.

Tirei a camisa, já que era a única peça de roupa que eu usava, Júlio me fez um enorme favor, molhando o meu cabelo, agora terei que lavar, revirei os olhos pegando o primeiro shampoo que eu vi na minha frente, reconheci aquele cheiro.

- é o cheiro do travesseiro - sussurrei, ah mas você descobriu isso sozinha? Que orgulho, talvez eu esteja de mal humor.

Sai do banheiro com um roupão branco, uma toalha na cabeça, encontrei na cama um vestido branco de linho, um decote considerável, um salto preto, tirei o cabelo da toalha e desci as escadas, em uma mão levava os saltos e na outra uma escova de cabelo, coloquei o salto no último degrau da escada.

A mulher que invadiu o banheiro, me olhou de cima a baixo, como se sentisse nojo de mim, levantei uma sobrancelha mas ela não parou de encarar o meu corpo, parando no decote e depois nos meus pés descalços.

- parou de observar? - perguntei deixando as duas mãos ao lado do corpo, ela assentiu exageradamente - aonde está o meu marido? - perguntei pronta para marcar o território necessário, mesmo ele não sendo o cara que ocuparia aquele cargo, não pude deixar passar.

Ela indicou com o queixo, uma porta de carvalho claro, nem me importei em agradecer e quando passei, fiz questão de deixar a porta aberta sabendo que ela ouviria tudo.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora