Capítulo 62

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Catarina Hernandez

Eu tenho certeza que a Morgan foi produzir o teste de gravidez na própria fábrica.

Eu já tirei uma soneca, Chloe veio com um picolé de laranja e outro de uva, Júlio não saiu do meu lado, passando a maior parte do tempo, com a cabeça na minha coxa, enquanto observava atentamente qualquer movimento da minha barriga, acho que ele estava esperando algum chute, alguma coisa assim.

- cheguei! - ouço a voz da Morgan no andar de baixo, mas só abro um olho, olhando desinteressada para a porta, Júlio se levanta em um pulo, correndo para abrir a porta.

Que nem sequer estava fechada.

- entre logo! - ele grita para ela, que ainda deve estar subindo as escadas.

Quando Morgan aparece na porta, vejo duas sacolas na mão dela.

- comprei dois, espero que dê certo - Morgan fala.

Pego a sacola, quando ela me entrega e vou para o banheiro, Júlio pediu para participar, mas eu falei que não estava pronta para fazer xixi na frente dele, pelo amor de Deus! Minha bexiga parece que vai explodir, faço em um copinho que estava na sacola e coloco os dois testes ao mesmo tempo, agora eu tenho que esperar 5 minutos.

Abro a porta do banheiro, fechando-a em seguida atrás de mim, Júlio levanta só a cabeça com os olhos arregalados, parecendo duas melancias, fala nisso, queria comer um pouco de melancia, não vou pedir isso, ele vai querer saber o resultado do teste e... eu me sinto pressionada e se eu não estiver grávida?

Qual seria a reação dele?

- podíamos ir provando seu vestido enquanto esperamos - Megan fala quebrando o silêncio.

- acho melhor deixarmos isto para outro dia... - falo um tom mais baixo do que o comum.

Meu pai me falou uma vez que minha mãe sentiu muita dificuldade para engravidar de mim, foram anos tentando e eu não quero passar por isso, se eu não estiver grávida, vou querer ficar sozinha, por isso espero que esses testes sejam seguros.

- se... se eu não estiver grávida, vou querer ficar sozinha por um tempo - sussurro olhando para o travesseiro que estava no pé da cama.

- tudo bem - Megan fala antes que Morgan consiga dizer alguma coisa.

- no seu tempo, gata.

Morgan fala - para mim - passando o braço por Megan.

Júlio agora olha fixamente para o teto, piscando apenas quando necessário, o tempo parece passar cada vez mais devagar, até uma batida soar na porta do quarto, Matheo coloca a cabeça na fresta da porta olhando para o irmão com a testa franzida.

- posso falar com você? - ele pergunta ao irmão, ainda parado na porta.

Assentindo com a mão, Matheo se deita ao lado de Júlio, ficando ambos com as pernas para fora da cama.

- que reunião é essa? - Matheo pergunta.

- nada - respondo antes de qualquer um, Morgan e Megan agora parecem interessadas em um porta-retratos da parede esquerda, ao lado da cama.

Minha vontade é de desaparecer, sei que pareço outra pessoa, mas estou tensa, eu me sinto ihual uma pedra.

- vem cá - Matheo fala abrindo espaço entre ele e o irmão, sinto meu ombros caírem antes mesmo de chegar na cama, as meninas saíram do quarto em algum momento, me deixando sozinha com eles - me conte o que aconteceu.

- eu acho que estou grávida - falo agora olhando para o teto também.

- porque isso é ruim? - Júlio pergunta no meu lado direito.

- não é ruim! - me apresso em falar - Eu só... tenho medo da Lia não se adaptar, tenho medo de como você pode lidar se eu não estiver realmente grávida e tenho medo de herdar o problema da minha mãe...

Júlio entra no meu campo de visão quando ele fica encima de mim, o abraço com as pernas, sentindo a cama se mexer, lá se vai o Matheo também, Júlio me encara durante um tempo, antes de trilhar um caminho de beijos na minha mandíbula.

- a Lia vai amar uma pessoa para brincar - ele murmura enquanto beija minha têmpora -, eu nunca ficaria com raiva de você, por você não estar grávida, você é a mulher da minha vida, com um bebê meu na sua barriga ou não e sobre o problema que a sua mãe teve... você não tem, se tivesse qualquer problema em você, eu saberia.

Ele brinca com a minha orelha antes de pairar os lábios na minha boca, seu beijo me distrai, me sinto leve, como se ele estivesse dividindo o peso comigo, acho que é isso que os casais fazem.

- acho que já deu o tempo... - ele sussurra contra meus lábios, antes de emendar outro beijo.

Mexo os quadris contra ele, buscando mais contato, sinto sua ereção contra minhas pernas, com apenas poucas camadas de roupas nós separando.

- se não pararmos agora... - mexo o quadril, ele geme fechando os olhos - temos que parar, - sua voz soa rouca e excitada - por outro lado, se pararmos eu vou ter o maior caso de bolas roxas do século!

Consigo sorrir antes empurrar seu ombro, Júlio cai ao meu lado com um estampido dramático, antes que eu me levante ele pega minha mão e leva aos lábios, dando um beijo rápido, quando um sorriso malicioso aparece em seus lábios, puxo a mão mas ele a coloca encima da sua ereção, - gemo jogando a cabeça para o lado, Júlio encaixa a mão ao lado do meu rosto e me puxa para outro beijo.

Sem me dar conta já estou em seu colo, rebolo o quadril e ele coloca as duas mãos na minha cintura, me prendendo no lugar.

- me sinto igual um adolescente - ele fala, me mexo mais um pouco e ele tira as costas do colchão, para me abraçar - eu te amo.

Sorrio acariciando sua nuca, jamais achei que acharia o meu lugar ao lado de um homem que até pouco tempo, era o meu pior pesadelo, o abraço de volta, me inclinando para sussurrar em seu ouvido: - eu te amo mais.

Saio do seu colo sem esperar uma resposta, andando até o banheiro, deixando Júlio sentado na cama e excitado, mas uma hora passar, sorrio... mas meu sorriso se desmancha ao ver o resultado do copinho, um positivo e outro negativo.

Abro a porta do banheiro, Júlio está ali, olhando para ereção, que desperdício, deveria ter aproveitado, agora não sei como me sinto, qual está certo? Posso mesmo estar grávida?

- um negativo - ele me olha, - e o outro positivo.

- então vai ter que fazer o exame de sangue - ele sugere.

Concordo com a cabeça, mesmo que eu odeie agulhar, está é a única solução cabível.

- você acha que minha barriga está maior? - falo olhando para a minha barriga.

- acho, mas eu passei dois meses sem te ver... que martírio! Mereço ser recompensado.

- eu também tenho necessidades! - reclamo tentando parecer sério, meu vibrador tem feito um ótimo trabalho.

- claro! Então vamos resolver isto - quando ele me abraça o meu celular começa a tocar, sinto uma raiva correr pelo meu corpo, - posso atender? - ele pergunta apoiando a cabeça no meu ombro.

Júlio anda até o celular, que estava na mesa ao lado da janela e para, antes de atender olha para tela, seu sorriso sumindo aos poucos, minha coluna ficou tensa.

- estou ouvindo... - ele fala quando coloca o celular no ouvido, quando olha para mim, seu olhar se torna sombrio, sua mão cai, deixando o celular de volta na mesa - eles vão levar a Lia!

Minhas pernas falham, lágrimas pinicam os meus olhos, meu mundo escurece...



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Parece que eu não tenho nada a declarar novamente 🤡

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Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora