Capitulo 29

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Catarina Hernandez

Júlio só podia estar brincando comigo, eu não consegui acreditar quando ele falou que no contrato, tudo que me pertencesse, seria dele e vice-versa, isso só podia ser uma brincadeira de péssimo gosto, não acredito que tudo que foi do meu pai, agora é dele, mas em compensação, também tenho todo o império que ele construiu.

Se o Júlio resolvesse ser o maior babaca, palavras dele, não minhas, até porque eu sempre achei ele um babaca, cretino, mas enfim, se ele cumprisse com a promessa, minha vida ficaria consideravelmente difícil.

Coloquei um vestido preto, odeio os compromissos dos Mendonça, para quê café da manhã aos sábados? Desnecessário, principalmente agora, Lia foi junto com Vitória, uma hora antes, eu pretendia me atrasar, Henrique falou que chega cedo para alimentar as crianças, mesmo que a mulher dele faça isso muito bem.

Subi as escadas, pisando forte ontem a noite, depois de 10 minutos, ouvi Júlio bater à porta da frente com força, Lia me pareceu dormir igual uma pedra, fui ao quarto dela algumas vezes, tentei ao máximo, lidar com essa independência.

Chloe também vai para esses cafés da manhã, como se fosse uma bolsa, provavelmente ela vai com o Júlio e a Andrea, mas eu definitivamente não me importo.

O vestido preto era solto, mas não era muito cumprido, peguei uma pequena bolsa preta, coloquei um salto preto, prendi o cabelo deixando algumas mechas soltas na frente.

Peguei a Porsche, me dei o privilégio de colocar uma música alta, a dor de cabeça era inevitável nas manhãs de sábado, mesmo antes deste acordo com o Júlio, eu era obrigada a ir por causa da Vitória.

(...)

- você está uma gata! - Megan falou me fazendo dar uma voltinha.

- aprendeu comigo - Vitória falou, e eu revirei os olhos - está vendo? Até isso ela aprende comigo.

Revirei os olhos de novo, Chloe estava na porta com Andrea ao lado, ambas olhavam para um espaço vago, Júlio aparentemente não tinha chegado.

Me sentei ao lado da Vitória, qualquer coisa eu a cutucaria pedindo socorro, Megan sentou a minha frente e Ana estava de frente para Vitória, apoiei o cotovelo na cadeira do lado e apoiei uma perna, estava incrivelmente confortável.

Diana e Roberto, chegaram acompanhados do Bernardo e da Daiana, todos se levantaram, então apoiei o joelho na cadeira e usei apenas um pé, quase me joguei na cadeira quando todos se sentaram, eu estava acabada, já faziam quase 10 minutos que o café da manhã havia começado.

- você sabe do Júlio? - perguntou Arthur para o Henrique.

- ele diss que tinha umas coisas para fazer - Henrique falou pegando uma torrada de cima da mesa.

- no sábado de manhã? - Daiana rebateu.

- já sou grandinho demais para ter um rastreador - Júlio entrou na sala com um sorrisinho ridículo.

- não é o que parece - falei arqueando uma sobrancelha para ele.

- não tenha ciúmes meu anjo, você pode me dividir com quem quiser - Daiana o repreendeu, afinal Daiana e Bernardo não sabiam do nosso acordo por causa da Lia.

Que por sinal, brincava feliz no jardim, com a governanta daquela casa enorme.

Júlio beijou a cabeça da mãe e do pai, depois ele andou até Henrique e o deu um tapa na cabeça, Vitória o olhou com deboche, como quem diz; "só vai dar um!?"

Por fim Júlio puxou a cadeira ao meu lado, se sentando, ele colocou uma mão na minha perna e apertou, mordi o lábio, não esperava aquele contato, Júlio percebeu que me afetou, mas se afastou com um sorriso ainda mais patético que o primeiro.

Tentação oposta - livro 2 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora