Capítulo 1

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Aquele não era o retorno que Redmi tinha em mente.

- A Blastoisinite foi roubada!

Ele não precisou de um segundo aviso da oficial Jenny para colocar o longo sobretudo preto e começar a segui-la, jogando uma torrente de perguntas para a mulher que o substituíra na cadeira de chefe do departamento policial durante dois meses.

O roubo da pedra da mega evolução era inestimável. Em especial para o capitão, mas Redmi preferiu deixar os sentimentos e memórias de lado ao dar início a caçada. Nenhum ladrão comum conseguiria obter a pedra e qualquer fraqueza poderia determinar o êxito do assaltante.

E tudo foi muito bem orquestrado. As câmeras haviam sido desligadas, nenhum sinal de arrombamento ou vidro quebrado. A cena do crime estava tão limpa que a polícia tinha não tinha qualquer ideia dos suspeitos até o final da manhã.

Com este cenário, as ordens foram dadas e a cidade de Slateport declarou estado de sítio. O porto, as docas e o museu local foram isolados e Redmi ainda espalhou pela cidade todos os pokémons de patrulha que tinha a seu dispor.

Os moradores reclamaram, contestando o motivo de tamanho alvoroço. Não tinham conhecimento sobre o que fora roubado e não acreditavam ser para aquilo tudo. Estado de sítio para um furto de iguarias do museu? Era demais. Embora tenha sido o suficiente para olhares receoso estamparem os rostos e a desconfiança assoar os corações de todos.

Os que mais sofreram, porém, foram os turistas. E havia muito deles espalhado pela cidade. Não era para menos, afinal, um mês atrás fora notificado a aparição um raro pokémon a dois quilômetros da encosta. Um Dragonite. A ilha estava entupida de treinadores e fãs de pokémons que queriam vislumbrar o mágico dragão das águas. Mas com a notícia do roubo, os desconhecidos foram os primeiros a serem tachados como culpados.

- O Capitão Stern registra o espécime raro, abrimos nossa cidade e são assim que agradecem? Roubando o nosso museu? – Vociferavam os moradores pelas ruas.

Quando não havia turistas por perto, começavam a apontar dedos uns aos outros.

- Quanta inutilidade. – Disse o capitão ao verificar duas pessoas começarem um tumulto ao redor do porto. Alguns oficiais tiveram que intervir.

Havia muitos em volta do local isolado tentando bisbilhotar algo. Mexeriqueiros querendo ter histórias pra contar, supôs. Isto atrapalha mais do que qualquer coisa.

Ao passar pela multidão, tentou não focar muito nos que o observava fazer seu trabalho. Era uma cena de roubo e teria que analisá-la, simples assim. Um dia a mais de trabalho. Normal. Apenas isto. A mentira não foi o suficiente para convencer a si mesmo, nem para o deixar de se importar com os comentários alheios:

- Será que ele está pronto para isso? – Alguém cochichou. – Sabe, depois do que aconteceu...

- Queria que a oficial Jenny ficasse no comando. Ela é bem melhor que ele. – Outro respondera.

Redmi tentou não ligar, muito. Anos como detetive o ensinaram que sempre haverá pressão nos cargos de comandante, como lidar com a situação é que difere os verdadeiros líderes. Por isso, respirou fundo ao adentrar na praça do porto, tentando focar apenas no que deveria ser feito.

O local isolado espaçoso e circular contava com um calçamento de pedra e uma fonte, cheia de esculturas aquáticas, que se destacavam. O capitão seguiu em frente, sem se importar com nenhum algum, e entrou no corredor com mais de um quilômetro de extensão. Apesar de sua profundidade, a largura não era tão espessa, devendo abrigar dois carros emparelhados apenas, e tinha sido reduzida ainda mais pela quantidade de quiosques de ambos os lados.

Pokémon - Um Conto de LadrãoOnde histórias criam vida. Descubra agora