- Tem certeza? – Redmi perguntou, ainda olhando o retrato falado de Camille.
- Sim. – Jenly respondeu, friamente. Sua voz saia um pouco diferente do que o capitão se lembrava no alto-falante do telefone. – Era ela. E Redmi... – A capitã fez uma pausa. – Ela não é uma mercenária.
Aquilo fez o capitão se endireitar sobre a cadeira.
- Como assim?
- Nunca vi uma mercenária com consciência e esta menina ficou em choque quando disse que tudo era sua culpa. Acho que ela estava usando a equipe Rocket.
- Usando para que? E pra quem ela trabalha então? – Jenny perguntou, a única oficial autorizada a estar na sala com o capitão.
- Isso eu não sei prima. Esta informação eu não consegui arrancar. – O telefone ficou mudo por um tempo. – Agora uma coisa eu os digo. Ela vai usar a pedra. E logo. Mencionou que tem um prazo que precisa cumprir.
- Prazo? – O capitão coçou a barba rala. – Alguma liga ou competição irá ocorrer por agora?
Jenny balançou a cabeça.
- Somente existem disputas clandestinas por agora. – A oficial na sala comentou. – Que prazo seria este?
- Também não sei – a voz do outro lado da linha saiu embargada, suspirando. – Mas irei pesquisar. Nenhum sinal por enquanto?
- Não. – Jenny batia a ponta da caneta na sua mão. – Ela deve ter alguma forma de entrar no continente, porque até agora não chegou em Pallet.
- Que droga. – Jenly praguejou do outro lado, fazendo um baque surdo. Aparentemente descontara a raiva em uma mesa. – Isso é saco. Vejam o que podem fazer por aí, mas tomem cuidado.
- Se cuide Jenly – Redmi se despediu.
- Prima eu... – a voz falhou. – Sinto muito.
- Pelo que? Meu braço? – A mulher riu no telefone. – Isto não é nada. Apenas um contratempo. Lidamos com a escória da humanidade, minha querida. Um braço foi um preço baixo para dar cabo de Bradley, o psicopata. Logo estarei em forma e na ativa novamente.
- Eu sei... – Jenny falava com pesar. – Ainda sim... sinto muito. – O silêncio se alongou por um tempo. – Tome cuidado por aí, o.k.?
- Você também. Até mais. – Tuc. O botão apertado desligou o telefonema.
Na pequena sala quadrada, o ar era pesado. Improvisada as pressas pelo professor Carvalho para as investigações na cidade, o local não continha janela. Exceto a cadeira de Redmi e a mesa que Jenly se apoiava, não havia mais nada no cômodo.
- Tsc. Que droga.
- Ela está bem, se acalme, sua prima é uma das melhores tenentes que conheço. – O capitão falou para acalmar a oficial que cerrava o punho.
- Vou distribuir a imagem para todos os canais. – A oficial já ia se dirigindo a porta quando observou que seu chefe nem se quer a deu atenção.
- O que foi?
- Como conseguimos este retrato falado? – Ele indagou, sem tirar os olhos do papel com a imagem de Camille.
- Luís o fez com o dono da hospedaria em que ela ficou. – Jenny não entendia o motivo da demora. – Não ficou bom?
- Não, não é isso. É só que... – Nem Redmi sabia como dizer aquilo. – Ela me lembra alguém.
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Pokémon - Um Conto de Ladrão
FanfictionNinguém sonha em ser um ladrão, você se torna um pela necessidade. Porém existe um motivo realmente plausível para nos transformar em um fora da lei ou apenas justificamos nossas ações, inventando mentiras para realizarmos desejos egoístas? A vida f...