Capítulo 18

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- Tem certeza? – Redmi perguntou, ainda olhando o retrato falado de Camille.

- Sim. – Jenly respondeu, friamente. Sua voz saia um pouco diferente do que o capitão se lembrava no alto-falante do telefone. – Era ela. E Redmi... – A capitã fez uma pausa. – Ela não é uma mercenária.

Aquilo fez o capitão se endireitar sobre a cadeira.

- Como assim?

- Nunca vi uma mercenária com consciência e esta menina ficou em choque quando disse que tudo era sua culpa. Acho que ela estava usando a equipe Rocket.

- Usando para que? E pra quem ela trabalha então? – Jenny perguntou, a única oficial autorizada a estar na sala com o capitão.

- Isso eu não sei prima. Esta informação eu não consegui arrancar. – O telefone ficou mudo por um tempo. – Agora uma coisa eu os digo. Ela vai usar a pedra. E logo. Mencionou que tem um prazo que precisa cumprir.

- Prazo? – O capitão coçou a barba rala. – Alguma liga ou competição irá ocorrer por agora?

Jenny balançou a cabeça.

- Somente existem disputas clandestinas por agora. – A oficial na sala comentou. – Que prazo seria este?

- Também não sei – a voz do outro lado da linha saiu embargada, suspirando. – Mas irei pesquisar. Nenhum sinal por enquanto?

- Não. – Jenny batia a ponta da caneta na sua mão. – Ela deve ter alguma forma de entrar no continente, porque até agora não chegou em Pallet.

- Que droga. – Jenly praguejou do outro lado, fazendo um baque surdo. Aparentemente descontara a raiva em uma mesa. – Isso é saco. Vejam o que podem fazer por aí, mas tomem cuidado.

- Se cuide Jenly – Redmi se despediu.

- Prima eu... – a voz falhou. – Sinto muito.

- Pelo que? Meu braço? – A mulher riu no telefone. – Isto não é nada. Apenas um contratempo. Lidamos com a escória da humanidade, minha querida. Um braço foi um preço baixo para dar cabo de Bradley, o psicopata. Logo estarei em forma e na ativa novamente.

- Eu sei... – Jenny falava com pesar. – Ainda sim... sinto muito. – O silêncio se alongou por um tempo. – Tome cuidado por aí, o.k.?

- Você também. Até mais. – Tuc. O botão apertado desligou o telefonema.

Na pequena sala quadrada, o ar era pesado. Improvisada as pressas pelo professor Carvalho para as investigações na cidade, o local não continha janela. Exceto a cadeira de Redmi e a mesa que Jenly se apoiava, não havia mais nada no cômodo.

- Tsc. Que droga.

- Ela está bem, se acalme, sua prima é uma das melhores tenentes que conheço. – O capitão falou para acalmar a oficial que cerrava o punho.

- Vou distribuir a imagem para todos os canais. – A oficial já ia se dirigindo a porta quando observou que seu chefe nem se quer a deu atenção.

- O que foi?

- Como conseguimos este retrato falado? – Ele indagou, sem tirar os olhos do papel com a imagem de Camille.

- Luís o fez com o dono da hospedaria em que ela ficou. – Jenny não entendia o motivo da demora. – Não ficou bom?

- Não, não é isso. É só que... – Nem Redmi sabia como dizer aquilo. – Ela me lembra alguém.

Pokémon - Um Conto de LadrãoOnde histórias criam vida. Descubra agora