Capítulo 37

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Os três se encontraram dois quilômetros dentro da floresta. Ban e Stella chegando ao mesmo tempo, com a mochila nas costas da mulher.

- Vocês! – Ana partiu para cima deles. – Vocês me delataram!

- Lógico que não. – Stella interveio, entrando entre menina e o Ban.

- Pode dar adeus aos seus pokémons.

- Ana, para. – Stella agarrou a menina pelos braços. – Acabamos de te ajudar a fugir. Enfrentamos oficiais por você. Acha mesmo que a delataríamos se fizéssemos isso?

- Então como? – Ana se soltou, começando a andar para lá e para cá. O Charmander e o Squirtle tiveram o bom senso de se manterem distantes. – Como eles foram parar ali?

- Devem ter perguntado ao professor sobre o local. – A voz de Ban estava mais triste do que nunca. Mais até do que quando ele sobre o pai. – Ele que os levou até lá.

- Maravilha de Professor hein.

- Mais uma palavra sobre o Professor e eu te arrebento de novo. – Stella e olhou de cima para baixo, mantendo o ultimato.

- Arg! – Ana gritou, jogando os pulsos no ar. – Que merda!

- Está tudo bem. – Ban falou, nada bem. – Só vamos seguir mais cedo do que pretendíamos. O que é bom para você, não? – Seu olhar era taciturno, sem vida.

- O que aconteceu contigo?

- Deixe-o. Apenas vamos. Eles daqui a pouco darão a volta na Horda. Precisamos colocar o máximo de distância que pudermos neste meio tempo e avançar pela floresta nesta escuridão não será nada fácil. – Stella soltou a mochila.

- O que está fazendo? – Ana a impediu de colocar a mão ali.

- Pegando meu casaco. – As duas se olharam e Ana soltou a mão dela. – Tome. – Ela jogou o moletom cinza para Ban. – Mesmo nós, acostumados com o clima na clareira não seremos capazes de resistir aqui. Use-o.

Ban assentiu, o colocando.

- Vamos. – Stella pôs a mochila de volta em suas costas e avançou.

Todos a seguiam, com Ana murmurando xingamentos.

- Char? – A salamandra fez todos pararem.

- O que é? Temos que ir. – Ana gritou com ele, mesmo sabendo que sua raiva não era por causa dele.

- Não é isso. – Ban falou. – Ele está confirmando.

- Confirmando? O que?

- Os dragões não podem sair da Horda. – Ele olhou do pokémon para Ana. – E se saírem, não podem voltar. É a lei. Ele está querendo confirmar que agora é seu pokémon.

- Squirtle – A tartaruga sibilou.

- Meu? – Ana bateu com o punho machucado no peito. – Eu não quero nenhum pokémon. Não sou uma treinadora.

- Ele discorda. – Stella disse, apontando para a salamandra.

- Char. – O pokémon ergueu o braço. – Char?

Ana se calou. Sabia o que aquele gesto queria dizer, mas ainda sim perguntou.

- Ele quer ser seu. É isso que está querendo dizer. – Ban falou. – Ele quer ser seu pokémon.

A ladra mordeu o lábio inferior e começou a chorar. Não se importou com Ban ou Stella vendo a cena. Apenas queria calar aquela dor em seu âmago.

Os dois treinadores fecharam os olhos e começaram a seguir na escuridão não iluminada por aquele rabo, sabendo o que se seguiria. Melhor que não estivessem ali.

- Olha... Eu sinto muito. Eu não sou um a treinadora.

- Char?

- Eu sinto muito. – Ana se virou e seguiu os outros dois, aos prantos.

- Char? – O pokémon continuou com o braço levantado, mesmo quando ela sumiu e as lágrimas desceram de seus olhos. – Chaaaaaaaaaar!

- Squirtle. – O pokémon foi até o Charmander e o abraçou. – Squir, Squirtle.

A tartaruga foi embora, também aos prantos, deixando a salamandra só, com os braços levantados, gritando seu nome, tentando entender o que tinha feito de errado para ter sido deixada para trás.

- Chaaaaar!

Pokémon - Um Conto de LadrãoOnde histórias criam vida. Descubra agora