Os três se encontraram dois quilômetros dentro da floresta. Ban e Stella chegando ao mesmo tempo, com a mochila nas costas da mulher.
- Vocês! – Ana partiu para cima deles. – Vocês me delataram!
- Lógico que não. – Stella interveio, entrando entre menina e o Ban.
- Pode dar adeus aos seus pokémons.
- Ana, para. – Stella agarrou a menina pelos braços. – Acabamos de te ajudar a fugir. Enfrentamos oficiais por você. Acha mesmo que a delataríamos se fizéssemos isso?
- Então como? – Ana se soltou, começando a andar para lá e para cá. O Charmander e o Squirtle tiveram o bom senso de se manterem distantes. – Como eles foram parar ali?
- Devem ter perguntado ao professor sobre o local. – A voz de Ban estava mais triste do que nunca. Mais até do que quando ele sobre o pai. – Ele que os levou até lá.
- Maravilha de Professor hein.
- Mais uma palavra sobre o Professor e eu te arrebento de novo. – Stella e olhou de cima para baixo, mantendo o ultimato.
- Arg! – Ana gritou, jogando os pulsos no ar. – Que merda!
- Está tudo bem. – Ban falou, nada bem. – Só vamos seguir mais cedo do que pretendíamos. O que é bom para você, não? – Seu olhar era taciturno, sem vida.
- O que aconteceu contigo?
- Deixe-o. Apenas vamos. Eles daqui a pouco darão a volta na Horda. Precisamos colocar o máximo de distância que pudermos neste meio tempo e avançar pela floresta nesta escuridão não será nada fácil. – Stella soltou a mochila.
- O que está fazendo? – Ana a impediu de colocar a mão ali.
- Pegando meu casaco. – As duas se olharam e Ana soltou a mão dela. – Tome. – Ela jogou o moletom cinza para Ban. – Mesmo nós, acostumados com o clima na clareira não seremos capazes de resistir aqui. Use-o.
Ban assentiu, o colocando.
- Vamos. – Stella pôs a mochila de volta em suas costas e avançou.
Todos a seguiam, com Ana murmurando xingamentos.
- Char? – A salamandra fez todos pararem.
- O que é? Temos que ir. – Ana gritou com ele, mesmo sabendo que sua raiva não era por causa dele.
- Não é isso. – Ban falou. – Ele está confirmando.
- Confirmando? O que?
- Os dragões não podem sair da Horda. – Ele olhou do pokémon para Ana. – E se saírem, não podem voltar. É a lei. Ele está querendo confirmar que agora é seu pokémon.
- Squirtle – A tartaruga sibilou.
- Meu? – Ana bateu com o punho machucado no peito. – Eu não quero nenhum pokémon. Não sou uma treinadora.
- Ele discorda. – Stella disse, apontando para a salamandra.
- Char. – O pokémon ergueu o braço. – Char?
Ana se calou. Sabia o que aquele gesto queria dizer, mas ainda sim perguntou.
- Ele quer ser seu. É isso que está querendo dizer. – Ban falou. – Ele quer ser seu pokémon.
A ladra mordeu o lábio inferior e começou a chorar. Não se importou com Ban ou Stella vendo a cena. Apenas queria calar aquela dor em seu âmago.
Os dois treinadores fecharam os olhos e começaram a seguir na escuridão não iluminada por aquele rabo, sabendo o que se seguiria. Melhor que não estivessem ali.
- Olha... Eu sinto muito. Eu não sou um a treinadora.
- Char?
- Eu sinto muito. – Ana se virou e seguiu os outros dois, aos prantos.
- Char? – O pokémon continuou com o braço levantado, mesmo quando ela sumiu e as lágrimas desceram de seus olhos. – Chaaaaaaaaaar!
- Squirtle. – O pokémon foi até o Charmander e o abraçou. – Squir, Squirtle.
A tartaruga foi embora, também aos prantos, deixando a salamandra só, com os braços levantados, gritando seu nome, tentando entender o que tinha feito de errado para ter sido deixada para trás.
- Chaaaaar!
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Pokémon - Um Conto de Ladrão
FanfictionNinguém sonha em ser um ladrão, você se torna um pela necessidade. Porém existe um motivo realmente plausível para nos transformar em um fora da lei ou apenas justificamos nossas ações, inventando mentiras para realizarmos desejos egoístas? A vida f...