Parte2: Capítulo 47 - A Mesma Woods

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Clarke

Parece horrível dizer isso, mas depois que Lexa foi embora minha vida finalmente voltou aos eixos, não vou dizer que a esqueci, já que é impossível esquecer alguém como ela, só digo que, apesar de tudo, segui minha vida. Conheci um cara legal alguns meses depois e nos casamos após um ano, tivemos uma filha e passamos três anos juntos, o ruim é que ele não era a pessoa certa para mim e eu só fui perceber isso muito tempo depois.

O nome dele era Theo, e hoje, nem nos falamos mais por causa da confusão que deu quando eu entrei na justiça pela guarda definitiva da nossa filha, isso porque eu estava me mudando, a partir da próxima semana, passaria a viver na Austrália e é óbvio que ela iria comigo, respirar novos ares depois de tudo o que aconteceu parecia uma boa idéia.

Quanto a Lexa, mantivemos contato nos primeiros meses, mas depois eu mesma cortei essa última linha que nos ligava, mesmo sem saber o lugar em que ela estava morando ou com quem estava se relacionando ela sempre parecia ser a mesma garota por quem me apaixonei e por isso preferi mantê-la longe, eu sabia que um dia ela gostaria de fazer parte da minha vida e muitas coisas nos impediriam, ou seja, passaríamos por tudo de novo.

Pode até parecer um ato egoísta da minha parte, mas já que eu trabalhava em um dos institutos de pesquisa que o pai dela finânciava, estava mais do que claro que sempre poderia saber dela e, naquela época isso estava muito bom para mim, saber que ela estava bem mesmo que com outra pessoa.

Minha vida acabou se voltando para outras coisas, como a minha filha, Sophie, a coisa mais preciosa que tenho no mundo e que mudou minha vida de um jeito que nem sei explicar, atualmente ela tem 3 anos, nem faz idéia de que estamos indo para outro país e que, talvez, nunca mais veja seu pai, mas isso é detalhe, Theo nunca foi muito presente na vida dela e dizem que ela perguntará no começo, mas daqui a alguns anos nem se lembrará mais dele.

Já os outros, vou fazer questão que se lembre, Sophie conheceu até os pais da Lexa, coisa que eu nunca planejei mas fui obrigada a contar a verdade quando me viram com ela no shopping, por fim eles prometeram que não contariam nada a Lexa, disseram que era algo que eu mesma teria que contar quando chegasse a hora, já que ela ficaria bem chateada de saber que eu tive uma filha e nunca contei, mas na verdade quem eu queria mesmo que a minha filha tivesse conhecido era a Lexa, não deixo de pensar um só segundo em como Lexa ia adorar estar com ela, quem sabe fosse madrinha ou uma tia legal, Sophie não a conhece pessoalmente, mas já ouviu tantas histórias sobre ela que aposto que imagina como essa "tal" Lexa deve ser, por isso o lindo camafel que ela me deu na noite de natal esta com a Sophie, ela ainda não entende o quanto ele significa para mim, mas aposto que sabe a importância que tem, mesmo que seja mínima.

[.....]

Meu primeiro desafio ao chegar na Austrália, Melbourne para ser mais exata, era encontrar um lugar para Sophie ficar durante a parte da manhã, a qual eu estaria trabalhando no instituto de pesquisa como chefe em meio período, graças ao pai da Lexa que tinha me ajudado me transferindo para cá com uma carga horária boa e um salário melhor ainda, então ele mesmo me indicou uma escola infantil em que poderia deixá-la.

Sophie não era o tipo de criança enjoada então adaptá-la em um lugar era fácil demais, confesso que eu tive mais problemas com isso do que ela.

Meu escritório no institudo de pesquisa era um pouco maior do que estava acostumada e a minha função era quase a mesma, a diferença era que as responsabilidades eram maiores, mas se o pai da Lexa achava que eu tinha capacidade para isso é porque eu realmente tinha, a única parte ruim era que agora eu trabalhava diretamente para o dono da empresa, no caso, o dono que estivesse tomando conta da filial da Austrália.

Eu mal cheguei e já recebi um email dizendo que o tal chefe da empresa estaria pronto para me conhecer às 9 horas, olhei no relógio e ainda eram 7:50, o que me fez respirar um pouco, mas o que me deixava ainda mais aliviada é que eu era amiga da família Woods, então, se houvesse qualquer problema poderia voltar para onde vim e fingir que nada aconteceu.

Consegui me acalmar e arrumar alguns papéis naquela hora que antecedeu o meu encontro com o chefe e depois fui até o prédio, eu iria andando já que o prédio da empresa era na rua de trás, mas segundo o motorista, ele fez questão que viessem me buscar.

Bem...quem eu era para dizer não?

Ao chegar no prédio uma secretária me acompanhou até o andar em que ficava a sala dele e pediu que eu esperasse sentada ali fora até que ele terminasse uma ligação em sua sala.

Não questionei, apenas fiz o que ela pediu e tomei um chá enquanto esperava, não demorou muito e logo o telefone da secretária do andar tocou e ela me levou até a sala, me deixando na frente da porta.

Estava meio relutante, aqueles medos bobos, "E se ele não gostar de mim?", "E se não me der bem?" parecia até que eu ia conhecer os pais do meu namorado.

Quanta besteira Clarke! - Disse a mim mesma e bati na porta.

Ninguém falou nada então entrei do mesmo jeito, afinal, se a secretária me trouxe até aqui é porque estava a minha espera.

- 9:05, está atrasada. - O chefe estava com a cadeira virada para a janela e só pude ver seu rosto quando virou a cadeira para mim, então....acho que deveria dizer "a chefe".

- Srta. Woods? - Falei um tanto surpresa.

- Srta. Griffin... - Ela falou com a mesma doçura de sempre aquele 1% de safadeza que sempre existiu em sua voz, afinal, ainda era a mesma Alexandra Woods.

Into The Snow - Clexa G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora