Lexa
A levei a uma lanchonete não muito longe da universidade, e tentei enrolar ao máximo, deixei que escolhesse o que iríamos comer e depois esperei até que os lanches chegassem, por um segundo achei que Clarke tinha esquecido o motivo pelo qual a levei ali.
- Então...o que precisa me contar?
- Nada demais..
- E fez todo aquele drama? Anda, para de enrolar. – Ela sorriu.
Era a hora, Clarke saberia de tudo e talvez não olhasse mais na minha cara, ou talvez olhasse, enfim, ainda era cedo para dizer.
- Ta bom... – Respirei fundo. – ...É que eu vou embora.
- Que? Quando?
- Lembra que seu pai comentou da nova filial na Austrália?
- Lembro.
- Meu pai quer que eu cuide das coisas por lá... – Pensei que ela fosse sair dali sem falar nada, ou só brigar comigo, mas ela não disse nada. – Clarke? Você está bem?
- Quando você vai?
- Talvez no fim do ano, ainda não tenho uma data certa.
- Então eu vou com você.
- Vai?
- Sim. – Ela deu de ombros. – A menos que você não queira que eu vá.
- É claro que eu quero! Mas isso não vai te atrapalhar?
- Um pouco, mas eu posso dar um jeito, até lá eu termino a faculdade e posso arrumar um emprego por lá.
- Você foi bem mais compreensiva do que imaginei.
- De que adianta brigar? Você teria que ir de qualquer jeito. Porque eu ficaria brava?
Talvez porque aquela fosse uma verdade mas não a que eu realmente precisava contar. A viagem para a Austrália logo seria marcada, então eu não menti, só que aquela coragem que eu tive na hora que vi que a Niylah estava agarrando a minha namorada, de repente despareceu.
Eu não sabia se era certo esconder e por quanto tempo poderia esconder isso, mas enquanto eu pudesse, esconderia dela, até porque Clarke poderia me odiar se soubesse da verdade.
A melhor parte do meu dia foi aquela, almoçar ao lado da garota que eu amo. Depois deixei Clarke na casa dela, precisava resolver algumas coisas, e, para o meu azar, essas coisas envolviam a Costia.
Parei meu carro em frente a casa em que ela morava com a família, pela primeira vez após anos voltei ao lugar onde tudo começou, dava até um certo medo já que eu sabia o que me esperava, acho que nunca gostei tanto que Clarke estivesse bem longe de mim, ela não merecia passar por isso, era um problema meu e eu tinha que resolver sozinha.
Desci do carro e fui até a porta, tocando a campainha.
- Ah não! O que você faz aqui? – Niylah falou assim que abriu a porta.
- Acha mesmo que eu queria estar aqui?
- Então vai embora ué.
- Preciso falar com a sua irmã.
- Ela saiu.
- Vai demorar?
- Acho que não, logo mais ela esta aí.
- Tá, vou esperar no carro. – Falei já virando as costas.
- Espera Lexa, - Eu parei e me virei. – pode esperá-la aqui dentro de quiser.
- Não, obrigada.
- Qual é?! É melhor do que ficar dentro do carro e não se preocupe, eu não mordo.
Virei os olhos e entrei, queria só ver se aquela garota ia falar alguma gracinha da Clarke, só para me dar o prazer de dar um tapa na cara dela.
- Senta aí Lexa.. – Ela falou.
- Não, estou bem.
Niylah era meio estranha, parou bem a minha frente e começou a rir.
- Qual é o seu problema?
- Lembrei de uma coisa engraçada, a Clarke também te chama de Lexa, estranho isso não?
- Eu não acho.
- Eu acho, de todos os alunos, ela é a única que te chama assim.
- O que quer dizer com isso? – Perguntei, queria ver se ela teria coragem de dizer o que se passava em sua mente.
- Nada não, foi só um comentário.
- Hm..
- Vocês parecem ser bem próximas, - Ela continuou. – já contou a verdade para ela?
- Para quem?
- Para a Clarke.
- Porque contaria? Ela é minha aluna, não precisa saber da minha vida.
- Acho que todos os alunos ficarão muito felizes em saber. – Niylah provocou.
- Não, acho que você não entendeu, você só conta algo do tipo se você esta feliz e se sente bem com isso, o que não é o meu caso, então eu só apareço no registro e na parte do dinheiro.
- Credo Lexa! – Ironizou, fingindo estar horrorizada. – Mas eu duvido que vai passar tantos meses sem contar para ninguém.
- Quer pagar para ver? – A enfrentei.
- Não, quem vai pagar é você, e não vai demorar muito.
O que ela quis dizer com aquilo? Aquela garota só podia ter perdido a noção do perigo.
- Que seja! – Dei de ombros. – Costia ainda vai ter que me provar, caso contrário não vai receber nada de mim.
- Nossa Lexa, você mudou muito ultimamente.
- É isso o que acontece com uma pessoa quando conhece a família de vocês...Quer dizer, na verdade você e sua irmã são as almas negras da família.
- Você nem conhece toda a minha família para dizer isso!
- Mas conheço vocês e isso já basta.
- Ora, ora, a que devo a honra dessa visita? – Costia falou ao entrar na sala.
- Precisamos conversar. – Falei.
- Ótimo! Também acho. – Ela respondeu se sentando no sofá. – Vai, pode falar.
- Sua irmã vai ficar aqui? – Perguntei.
- Não tenho nada para esconder dela.
A cada dia que se passava eu percebia mais porque passei a odiar aquela garota, Costia tinha se tornado oficialmente uma filha da puta.
- Precisamos resolver uma coisa. – Continuei.
- O que? – Ela perguntou.
Niylah apenas observava de braços cruzados sem dizer nada.
- Os exames.
- Isso é um assunto para se decidir daqui alguns meses.
“Alguns meses” até lá ela usaria aquilo como desculpa para destruir minha vida.
- Tá, e...
- Lexa, - Ela me interrompeu. – aproveita esse momento.
- Aproveita esse momento?! Isso vai destruir minha vida!
- Ninguém mandou ter aquela recaída na casa do tal...Bellamy.
- Você fala como se a culpa fosse só minha.
- E quem mais eu vou culpar? - Ela se fez de vítima. - Você mesma vai se culpar porque, quando todos ficarem sabendo, não sou eu quem vou perder o amor da minha vida, é você!
Que raiva daquela idiota! Aposto que Costia fará o possível e o impossível para me separar da Clarke, eu só desejo estar bem longe quando a Clarke descobrir que a Costia esta grávida.
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Into The Snow - Clexa G!p
Fiksi Penggemar+ 130K views NO SPIRIT Um passatempo diferente, era isso que Alexandra Woods mais desejava, em seus planos, Clarke Griffin, uma univesitária frequentando seus últimos meses em Oxford. Sadomasoquista e corpo escultural, o que parecia uma aventura, se...