Capítulo 42 - Não é Perder Tempo

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Lexa

Se eu soubesse que uma noite daria todo esse problema, eu mesma teria me batido depois daquela cena. Mas pouco me importava se aquele bebê era meu ou não, Clarke era a única pessoa com quem ia me importar, se fosse preciso deixar Costia grávida e sozinha eu deixaria sem pensar duas vezes, depois de tudo que passei para conseguir ficar com aquela garota, agora não era hora de desistir e aquele não seria o motivo que me separaria dela.

Agora era a hora perfeita para contar, eu não sabia há muito tempo e a gravidez ainda estava no começo, fiquei sabendo naquele dia da piscina, aquele dia em que recebi o telefonema inesperado que atrapalhou o meu momento com a Clarke, depois, quando a deixei na casa do Bellamy, para “resolver algo importante”, foi para acompanhar Costia no exame para saber se ela realmente estava grávida, confesso que o POSITIVO escrito no papel me fez acreditar um pouco, mas uma parte de mim ainda desconfiava e torcia profundamente para que aquela gravidez fosse de mentira, mesmo que ela tirasse todo o meu dinheiro, eu preferia perder tudo a perder a Clarke.
Se eu assumiria esse filho? Claro, desde que a Clarke concordasse.

- Assim que puder fazer o exame para saber se esse filho é mesmo meu você me avisa. – Falei brava, já estava de saco cheio daquela mulher.

- Não vai querer acompanhar o crescimento do seu filho? – Ela perguntou meio cínica.

- Não!

- Nossa Lexa, é o seu filho. – Niylah resolveu se meter.

- Cala a boca! Ninguém aqui esta falando com você! – Estourei.

- Calma aí Lexa! – Costia se levantou.

- Calma aí? Você é louca Costia! Precisa se tratar!

- Bem que você gostava da louca né...

- Isso tudo é porque não gosto mais de você? Gosta mesmo de ver todos aos seus pés né?

- É claro que gosto Lexa! Principalmente se for você!

- Saiba que eu não estou nem ai, se quer fazer isso para estragar meu relacionamento, você não vai conseguir... – Falei o mais calma possível.

- Isso é o que vamos ver! – Costia me enfrentou.

- Pode tentar Costia, mas não vai conseguir, o que um dia senti por você não chega nem perto do que sinto pela Clarke.

- Para de falar bosta Lexa! – Ela colocou as mãos nos ouvidos, mas eu sabia que ela ainda estava escutando.

- Para de agir feito criança! – A encarei bem. – Quer saber? Eu vou embora, minha namorada esta me esperando.

- Namorada? – Niylah falou sem acreditar.

Droga! Por um momento esqueci que a ridícula da Niylah estava ouvindo tudo, mas quer saber? Foda-se! Se ela quiser contar tudo para a diretora, que conte!

- É, namorada, e se tentar algo com ela mais uma vez eu acabo com você! – Me virei e fui até a porta, mas me virei para elas antes de sair. – Espero que tenham uma boa noite. – Então bati a porta e saí dali.

Liguei para a Clarke na volta para casa para avisar que estava indo até a casa dela, e também para ouvir um pouco aquela voz doce que me acalmou só com um simples “oi amor”.

Enquanto Clarke entrava em vários assuntos pelo telefone eu não conseguia deixar de pensar em como poderia contar tudo para ela, pensei em chegar e dizer “Costia esta grávida e ela acha que o filho é meu”, logo de cara, ou chamá-la para jantar e contar, pelo menos assim ela não ia gritar e talvez me bater, mas também pensei em não dizer nada, fazer o possível para que ela terminasse a faculdade logo e levá-la para a Austrália, o mais rápido o possível, assim deixaria ela bem longe e a salvo daquela idiota.

Quando cheguei no prédio, o porteiro nem precisou ligar para liberar minha entrada, ela já tinha avisado que eu viria, e quando cheguei ao andar, a porta estava aberta.

Entrei e segui o cheiro de brigadeiro que estava vindo da cozinha, do mesmo lugar em que vinha uma música bem alta, para ser mais exata Let Her Go, mas o que era um brigadeiro e uma música comparados com a cena que presenciei? Era a minha loira, aposto que, por conta da música alta, não ouviu meus passos até ali, ela se limitava a pequenos movimentos só com as batidas mais fortes da música, e eu fiquei parada ali na porta por alguns instantes, apenas a olhando.

Depois me aproximei lentamente, a abraçando por trás, senti seu corpo congelar de susto por alguns instantes, mas ao perceber quem era, ela relaxou e eu apoiei meu queixo em seu ombro, deixando um beijo doce em sua bochecha. Logo em seguida ela desligou o fogo.

- Acho melhor deixar esfriar um pouco se não quiser queimar a boca. – Ela comentou.

- Eu te amo... – Cochichei em seu ouvido.

- Eu também te amo Lexa. – Ela se virou para mim e vi um sorriso lindo em seu rosto. – As vezes você é meio fria comigo, mas eu te amo mesmo assim.

- Eu não sou fria...

- Ta bom, você era bem mais, ultimamente esta mais quente.

- Melhor assim. – Sorri.

- Entenda Lexa, uma vez neve, sempre neve.

- Já que eu sou tão fria assim, porque você não me esquenta?

Ela me beijou sem dizer mais nada, passando os braços sobre meus ombros como sempre fazia e eu a levantei pela cintura, fazendo com que prendesse suas penas em minha cintura.

Eu a beijei de um jeito tranquilo, enquanto segurava seu corpo colado no meu, sentindo o calor que ela me transmitia tanto com os lábios como com o corpo. A apoiei na bancada que estava atrás e prendi a mão esquerda em seus cachos. Clarke desceu as mãos dela, passando devagar pelo meu pescoço, ombros, descendo pelos seios e parando na minha cintura.

Talvez hoje fosse o dia certo para contar toda a verdade, ela estava plena e parecia muito disposta a aceitar qualquer bomba que eu estivesse guardando para ela, mas aquela não era a hora, assim como uma pessoa disse uma vez, “Esperar não é perder tempo, mas acreditar que, há um tempo determinado para todas as coisas”.

Into The Snow - Clexa G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora