O2.

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Não tinha muita escolha fora entrar em casa para poder ver de perto o que Reiner faria já que minha mãe estava com ele. Dei de ombros e fechei a porta depois que passei por ela, fui ao caminho da cozinha onde os dois se encontravam conversando, pareciam entretidos demais para perceber a minha presença lá.

Me sentei ao lado do Reiner, estava um pouco desconfortável, ele parecia ter mudado muito, não era mais o garoto tímido do qual gostava antes. Eu conseguia perceber isso pela afronta de ter entrado aqui enquanto já tinha planejado uma desculpa para que ele pudesse ir embora.

Ainda estava com minha bolsa, a abri e procurei por qualquer coisa que poderia me distrair enquanto minha mãe e Reiner conversassem. Porque afinal, saber que eles estão no mesmo lugar só me deixa apreensiva.

– Muitas pretendentes, jovem? – A velha o dirigiu.

– Nenhuma.

– Um homem da sua idade deveria começar a procurar sua noiva competente desde já – Ela continuou, revirei os olhos.

Casar era tudo para ela? Não entendo porque algumas mulheres daqui querem se sentir tão dependentes de algum homem que mal irá ficar com elas.

Meu pai era um exemplo disso.

– Não acho que um soldado como eu deva se relacionar, madame – Ele respondia com educação – Em breve, meu poder será repassado para outra pessoa, então, não viverei o suficiente para passar pelo estresse de me envolver com alguém.

Ele claramente tinha mudado, nunca falaria isso antes.

Eu fiz questão de não esconder meu espanto.

– Eu acho o contrário, Reiner – Finalmente falei algo – Se você irá morrer em breve poderia aproveitar todos os seus momentos especiais ao lado de alguém, claramente isso não seria estresse algum.

Minha mãe me olhou como se eu houvesse cometido um crime. Reiner me encarou de cima a baixo, ele tinha um sorriso ladino. Parei de dar atenção a eles e logo voltei a mexer na minha bolsa a fim de tirar minha atenção da situação.

– Por favor não se incomode com ela – Minha mãe implorou – Desde que saiu de casa, têm se tornado desagradável e afrontosa.

Reiner apenas assentiu.

Era incrível como ela sempre tentava me empurrar para alguém que fosse considerado importante aqui em Marley, parecia querer que eu desaparecesse de sua vida mas eu não me abalava com isso.

Afinal, era recíproco de minha parte.

– Onde está meu pai? – Perguntei mudando de assunto.

– No trabalho, querida.

– Nesse horário? – Ela assentiu, neutra como uma porta – Certo, eu já vou indo então. Amanhã irei trabalhar.

Obviamente eu queria sair desse lugar, as conversas de minha mãe davam náuseas e obviamente Braun iria se cansar disso mais tarde também.

– Quer levar algo para o Sr. Leonhart? – Ela começou a olhar os armários.

– Não precisa, meu salário é bom o suficiente para manter eu e ele. Passar bem – Me levantei e percorri o caminho até a porta de casa.

Aqui não havia mudado nada, desde os móveis até a sensação ruim que esse lugar me passava.

– Não se preocupe, eu posso a acompanhar – Escutei a voz do louro, eu realmente não queria falar com ele agora – Me espere, vou com você.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora