11.

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– Que merda é essa, Galliard? – Gritei.

Apressei meus passos e cheguei perto de Reiner, havia um corte em seu lábio superior porém assim que toquei seu rosto, cicatrizou no mesmo momento.

– Ele que começou! Me deixou plantado no restaurante enquanto esperava vocês dois. E ainda tem coragem de falar na minha cara que não tenho chance alguma com você – Porco se justificou.

– Mas não tem mesmo – Reiner riu irônico.

– Isso não importa, não te da motivo algum para fazer isso – Suspirei soltando o rosto do louro – Já não bastava bancar o folgado hoje no almoço?

– Como é que é? – Ele se aproximou de mim, me mantive no mesmo lugar – Repete.

Abri minha boca para proferir aquelas mesmas palavras, mas Reiner se pôs em minha frente e empurrou Galliard para trás.

– Chega – Braun falou com um tom de voz que eu não reconheci.

– Por que eu obedeceria você? – O outro riu – Ficou amigo dos demônios, eu fiquei sabendo de tudo o que aconteceu na ilha.

– Dos demônios? Você é eldiano como eles – Braun falou.

– Mas os odeio igual.

Toquei o ombro do louro, estava tenso. Suspirei e deslizei minha mão até a sua e a apertei forte, ele retribuiu na medida que pôde. Dei um passo à frente, ficando ao lado dele.

– Vá para sua casa, Galliard. Podemos conversar mais sobre isso depois. – Falei antes de puxar o garoto para a direção em que minha casa ficava.

Estava nervosa, precisava fazer isso de novo? Já era a segunda vez no dia. Ainda mais que ele agrediu Reiner, isso é ridículo, eu defenderia mesmo sendo outra pessoa.

Suspirei enquanto apressava o passo, mas senti todos os pelos do meu corpo arrepiarem assim que os dedos compridos do homem apertaram minha mão. Estava levemente frio, mas aquele pouco toque conseguiu aquecer até mesmo minha alma.

– Calma – Ele falou com a voz rouca.

Céus.

– Estou calma – Menti.

– Não, não está – Braun parou, fui obrigada a parar também – Sei que ele passou dos limites, mas não vale a pena se estressar com isso – Se aproximou de mim, tocando meus dois ombros – Não vou conseguir ir embora com você desse jeito.

– Não queria que você fosse...

– Mas eu preciso ir, e prometo voltar – Senti seu aperto se tornar um pouco mais rígido.

– Promete que não irá se machucar? – Eu olhei no fundo de seus olhos, eu precisava de uma resposta para aquilo.

– Esqueceu que eu sou blindado? – Sussurrou.

Revirei os olhos, ele não podia me levar a sério nem por alguns segundos?

– Reiner, eu não estou brincando.

– Eu sei, também não estou! – O louro suspirou.

Fechei os olhos e pressionei as têmporas, tentando acalmar meus nervos. Senti os braços dele me rodearem, permaneci estática recebendo o calor que seu corpo me dava. Suas mãos alisavam minhas costas com cuidado, como se em qualquer deslize eu fosse quebrar.

– Vai ficar tudo bem, não precisa se preocupar com nada... – Ouvi sua voz – Quando eu voltar, eu quero te dar um presente.

– Não aceito qualquer mixaria – Brinquei antes de o abraçar de volta.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora