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– Era isso o que iria contar...? – Me direcionei ao louro, ele apenas assentiu em silêncio – Ah...

Eu estava preocupada com ele, era impossível não ficar. Mas Reiner mesmo disse que aquilo o beneficiaria, e se Porco realmente fosse com ele, era provável que ambos se dariam bem nisso. Principalmente pelo fato de que eles são portadores de titãs.

Mas Falco estaria lá, e ele era apenas uma criança.

– E Falco? Vocês dois irão cuidar dele, não é? – Pareci desesperada agora, mas eu realmente não estou me importando.

– Fica tranqui- – Braun iria me responder, mas foi cortado.

– Não subestime aquele pirralho, além de ser muito bom ele não vai estar sozinho – Galliard disse – Vai pagar a conta, Reiner? Estou com fome.

– Pode ficar a vontade... – Reiner me olhou, parecia estar incomodado. Ele não era o único.

Voltei a comer, a comida agora parecia triste, claro que ainda continuava apetitosa mas algo nela não brilhava mais. Tentei disfarçar minha expressão de desconforto.

Eu me sentia chateada por Galliard aparecer justo agora, eu já sentia as coisas fluírem entre mim e Braun e tudo que menos queria agora era que alguém interferisse nisso. O garoto dos olhos âmbar comia com uma expressão brava, podia perceber que ele estava se segurando para não deixar o clima ainda mais desconfortável.

– Garçonete! – Porco gritou e logo chegou uma mulher – Eu quero um prato só de carnes, de preferência as melhores que você tiver. Também vou querer um outro prato só de salada para acompanhar, junto com uma cerveja e... Ah! Também quero uma porção de batatas assadas e se possível também quero uma peça de peixe completa e macarrão com almôndegas...

– Mais alguma coisa, senhor? – A garçonete parecia confusa.

– Sim, eu vou querer-

– Não está pedindo demais? – Perguntei.

– Isso é só para mim, mas pode pedir algo, querida – Galliard piscou.

Querida? Não achei que ele chegaria a este ponto apenas para incomodar Reiner, eu fazia questão de deixar meu desconforto aparente.

– Não vou deixar Reiner pagar a conta se você realmente for pedir tudo isso! – Falei alto, a mulher estava suando e Reiner me olhou sorrindo ladino.

– Ok... calma – Porco revirou os olhos – Garçonete, pode trazer só a macarronada mesmo.

– Certo! – Ela agora pareceu mais calma, eu também ficaria se estivesse em seu lugar.

A mesma não demorou para sair, eu agora estava estressada e Reiner ainda tinha aquele sorrisinho em seu rosto, não sabia o motivo. Galliard estava claramente desconfortável enquanto batucava suas mãos na mesa. O silêncio que pairava era a única coisa que parecia agradável agora, só conseguia escutar os sons das outras mesas e os talheres meu e de Braun raspando no prato.

O sabor da comida continuava o mesmo, aquele que me agradava tanto que me fazia esquecer a presença dos dois soldados na mesa, me sentia agradecida por isso. Trocava alguns olhares com Reiner, ele não parecia mais estar tão desconfortável assim.

– Terminei – Falei antes de limpar minha boca com o dorso da mão. Reiner riu e Galliard revirou os olhos – Hm?

– Você não sabe se limpar, não é? – O intruso do encontro de hoje falou – Você está toda lambuzada.

Arregalei os olhos e me limpei adequadamente com o guardanapo. O louro estava quieto demais, eu o entendo.

– Sobre a guerra... – Puxei o mesmo assunto de antes novamente – Não tem nada que eu precise me preocupar, não é?

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora