26.

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– Você não está brava comigo por ter omitido ser eldiana, está? – Perguntei depois de engolir seco.

Ela apenas riu e logo depois veio me abraçar, permaneci imóvel com medo de ter perdido uma pessoa que realmente significava muito para mim.

– Você é patética. – Falou baixo rente a minha orelha. – Achou mesmo que eu fosse ter algum preconceito? Me senti ofendida mas ao mesmo tempo eu consigo te entender, estou feliz em saber que está bem.

– Então... Você não está brava?

– Nem um pouquinho, fico até feliz ter te encontrado antes de morrer. – Ela sorriu para mim e eu desviei o olhar para o chão. – Pelo menos os amigos de Reiner tentaram, não é?

– Pelo o que eu vi, sim. – Suspirei pesadamente. – Mas vamos precisar de muito mais que isso para sobreviver, ouvi dizer que é necessário matar Eren.

– Poxa, ele era tão gatinho...

A olhei incrédula. Impossível que na situação que estamos agora com mais da metade da população mundial morta ela ainda consiga pensar o quão homens são bonitos e que ela precisaria de um namorado.

– E sim, o Spencer e toda minha família estão bem. Antes que você pergunte. – Ela falou e apontou para atrás de mim, onde os vi num círculo de reza. – E eu também lamento por todas as pessoas que se foram, não sou uma sem-noção.

– Não falei nada.

– Eu sei que ia falar. – Amalie se soltou de mim, mas acabou deixando seu braço apoiado em meus ombros. – Reiner está bem...?

– Ele está vivo, mas não faço a menor de ideia.

Olhei novamente para os dois enormes titãs um pouco mais a frente brigando, fora os outros vários menores que tinham junto ao de Reiner com aquele bicho esquisito.

Levantei o olhar, Falco ainda estava voando pelo céu junto com aquele homem e Pieck. Ao menos eles se dariam bem.

– Aliás, aquele treco ali não é Falco? – Minha amiga apontou para a direção que eu olhava, apenas assenti em silêncio. – Parece o titã do Galliard.

Me sentia mal por isso, pela perda de um amigo.

Ao menos ele não veria todo esse caos que está acontecendo agora.

Abaixei o olhar e abracei meu próprio corpo, senti a mão de Schmidt em meu ombro mas preferi fingir que não havia percebido. De um jeito ou outro eu teria que aceitar a morte de todos os meus colegas e parentes, inclusive a minha.

– Eu sinto muito... – Ela entendeu.

– Eu queria tanto ter me despedido, não conseguimos conversar direito uma vez sequer desde a primeira guerra que ele foi.

– Não tem problema, ele sabia que era importante para você quando começou a se sentir insegura de assumir Reiner.

Eu me sentia horrível por estar mais preocupada com a situação de Braun mesmo sabendo do que houve com Galliard. Mesmo sabendo que ele realmente não iria gostar que eu sofresse por sua morte, é egoísta não ter uma reação triste.

– Amiga, não precisa ficar se remoendo pro passado com o que está acontecendo agora. Tenha consciência de que aproveitou o máximo que pôde com ambos os meninos. – Ela me sacudiu. – Reiner está correndo perigo agora, não só ele como todos os amigos dele. Precisamos tentar pensar em alguma coisa.

Sim, ela realmente tinha razão nisso. Posso pelo menos dizer que aproveitamos todo o tempo que ficamos um ao lado do outro, desde as brigas até os momentos de carinho que compartilhamos. Principalmente com o meu louro.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora