12.

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Já fazia praticamente uma semana, não consegui contar quantos dias já haviam passado em que eu estava sem o louro porque foram, de fato, uma tortura para mim. Por mais que parecesse drama ou qualquer coisa parecida, estava longe de ser, eu nunca tinha percebido o quão apegada e dependente eu me tornei dele.

Não tinha mais graça alguma pisar em nosso restaurante favorito sem estar ao lado dele, eu sentia náuseas, assim como também não conseguia mais me entreter como ele fazia, não conseguia enxergar graça em nada. E mesmo que o ocorresse, no mesmo segundo minha mente fazia questão de me lembrar na situação desgastante que o garoto que eu tanto gostava se encontrava.

Eu me sentia perdida, cada vez que percebia estar afundando tentava me convencer o quanto isso era uma bobagem e que eu estava pensando demais, como sempre. Os dias no trabalho foram mais exaustivos que o comum, Amalie estava preocupada com minha mudança de comportamento mas em nenhum momento contei o real motivo de tudo isso a ela.

Mas algo que definitivamente martelava meus miolos agora era como Reiner iria me dar o presente que me prometeu. Ele estava no meio de uma guerra, não era como se pudesse parar em uma loja qualquer e comprar algo que me agradasse.

Estava indo para o trabalho com uma vontade horrível, eu tinha olheiras bem marcadas e provavelmente uma feição deplorável. Andar preocupada com Braun, Galliard e Falco não era nem um pouco fácil, e isso parecia bem evidente agora.

– Céus! O que aconteceu com você? – Escutei uma voz, me virei desinteressada e encontrei Amalie me olhando como se tivesse levado um susto – Amiga, você está bem?

– Eu pareço...?

– Não, na verdade não sei nem porque perguntei – Ela coçou a nuca e veio até mim – Aliás, o que está fazendo aqui? Não precisamos trabalhar hoje.

– Não? – Perguntei e ela assentiu – Então vou embora.

– Nada disso, mocinha – Me puxou pelo pulso e eu tentei me soltar, falhando – Está parecendo você que foi desenterrada e não pode de jeito nenhum ver Reiner assim hoje, ele vai tomar um susto.

– Reiner...? – Eu ri fraco, não estava feliz – Ele não está aqui hoje, nem amanhã e provavelmente nem depois.

Amalie riu.

– Amiga, a quantos dias você não olha os jornais? – Se apoiou em mim – Pois vou te contar uma coisa que vai mudar essa sua cara carrancuda; Reiner volta hoje e nosso dia de trabalho foi suspenso para comemorar a vitória de Marley!

O quê?

Tomara que eu não esteja sonhando.

– O-Onde você viu isso? Quando foi? Eles estão todos bem? Reiner volta realmente hoje? – A bombardeei de perguntas, mas ela não respondeu nenhuma, apenas me sacou um jornal.

A capa era uma foto de todos os soldados juntos, estavam todos muito bem. Passei os olhos rapidamente por cada palavra que havia no papel, incrivelmente dessa vez Marley teve o menor número de baixas possível de eldianos escravizados e por conta disso, após a volta dos soldados teria uma feira comemorativa e também um discurso do famoso Willy Tyber, que viria aqui com sua família.

Minhas mãos tremiam de tamanha alegria, só pude apertar a papelada entre os dedos e sorrir largamente. Amalie me olhava com pena, eu deveria estar péssima.

– Eu... Estou tão ruim assim? – Ousei perguntar.

– Sim – Desmanchei meu sorriso – Mas nada que eu não possa ajudar, vamos na minha casa e vou te deixar impecável igual aquela vez na Pub!

É verdade, eu havia ficado linda aquele dia e confio em Amalie o suficiente para cuidar de mim quando se trata de roupas e maquiagens, ela era realmente boa nisso. Num ato de gratidão, só pude abraçá-la, a mesma correspondeu e eu pude sentir o quão bom era ter uma amiga assim.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora