O9.

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– Me jogando indireta porque quer sair comigo? – Fingi rir – Ora essa, pode me pedir.

– Oferecida – Reiner revirou os olhos e abriu a carteira, não demorei em impedir – Por favor, me deixe pagar.

– Eu sinto que estou te devendo... Você sempre paga meus almoços, estou ficando mal acostumada – Cocei a nuca enquanto desviava os olhos dele.

Não percebi quando o encarar estava começando a ficar difícil.

Senti uma sombra próxima ao meu rosto, assim voltei meu olhar a ele percebi o quão perto ele estava, nossos narizes quase roçavam. Prendi a respiração enquanto pensava em alguma coisa que pudesse acalmar minhas batidas.

Ele provavelmente estava ouvindo o quão maluco meu coração ficou com essa recém aproximação.

– Se quiser mesmo me retribuir, faça isso mais tarde – Senti o calor de suas palavras próximo ao meu rosto.

Estava começando a ficar nervosa, ninguém nunca tinha se atrevido dessa forma comigo, principalmente em um ambiente de trabalho. Pousei minhas mãos em seu peitoral, e o empurrei delicadamente para trás. Finalmente pude respirar.

– Tudo bem... Reiner... – O soltei, não conseguia mais olhar em seus olhos.

– Fofa – Sua mão bagunçou meus cabelos, nunca tinha reparado o quão grande ela era – Eu volto no seu horário de almoço.

– T-Tchau.

Não acredito que gaguejei.

– "Eu não preciso de nenhum dos dois" – Amalie apareceu, era o que faltava – Que cena de teatro era aquela?

– Nada demais... – Desviei o olhar, se continuasse a pensar nisso eu provavelmente me tornaria um tomate.

– Mentirosa! Vocês estão se gostando e nem pede a minha ajuda – Fingiu drama – Freiras precisam de dicas também, sabia?

– Por que você não vai trabalhar...? – Falei enquanto revirava os olhos – Minha vida amorosa não lhe diz a respeito.

– Então confirma que é amorosa, não é? – Exclamou antes de sair rindo.

Amalie conseguia facilmente me tirar do sério, mas ela era uma boa amiga que felizmente conseguia me fazer pensar sobre qualquer coisa com seus comentários bobinhos. Ainda não assumi para ela que estou gostando do Reiner mas não vejo isso como um problema, já que ela não poderia nos ajudar de qualquer forma.

Me espreguicei, ainda faltava muito tempo para meu horário de almoço, mesmo que o louro tivesse saído agora pouco daqui, eu já estava me sentindo ansiosa para o encontrar novamente.

Mas algo me incomodava...

Todo mundo viu a cena que Reiner bolou.

– Céus... – Murmurei enquanto me preparava para atender mais clientes, estava receosa.

Sempre soube que ele não se preocupava inteiramente com o que as pessoas pensavam e sobre o que elas o viam fazer, comigo não era tão diferente mas eu estava em horário de trabalho. Qualquer desleixo que chegar ao ouvidos do meu chefe pode me prejudicar cedo ou tarde, por mais que ele não seja completamente presente nas ações da cafeteira.

Provavelmente ele deveria conhecer Reiner, ser portador do Titã Blindado com certeza levava muitos privilégios a ele, por isso não se preocupa muito com suas atitudes. Fico feliz que ele possa fazer o que quer aqui. Paradis deve ter lhe causado alguns traumas.

Voltei a atender os clientes, estava meio corada já que não sabia se todos tinham visto a cena que Braun fez mais cedo. Não era grande coisa mas aquilo me envolvia, e eu achei que ele estava sendo íntimo demais em um local público, onde eu trabalho.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora