25.

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Antes que eu pudesse me tremer de medo ao ver aquele enorme corpo - mesmo que não fosse um normal - esquelético, as pessoas que corriam desesperadamente em nossa direção finalmente chegaram. Estava apertado o suficiente para tentar sair, mas mesmo se tivesse um espaço mínimo, não teria um lugar em que eu poderia ir.

A criança em meu colo berrava alto, minha cabeça chegava a doer. Ainda tinham os sons das pessoas chorando, rezando, gritando e algumas até mesmo se despedindo.

– Eu amo muito você, minha filha. Obrigado por ter passado o seu tempo junto comigo enquanto Annie não pode estar. – Sr. Leonhart falou para mim, dando um sorriso triste logo em seguida.

– Não vamos nos despedir por favor... – Meus olhos já estavam se embaçando.

– Eu nunca tive a chance de dizer o quão especial para mim você é, te considero minha filha tanto quanto Annie. Tenho certeza que ela se orgulharia muito de você.

Esse foi o ápice.

Quando pisquei, senti meu rosto inteiro se molhar, e eu ao menos poderia limpar as lágrimas salgadas segurando esse bebê desconhecido em meu colo.

– Eu... Não consigo me despedir de você. – Fui sincera. – Mas pode ter certeza que eh retribuo cada palavra.

– Eu sei, eu te conheço.

O velho já me abraça, mas senti seus braços se tornarem mais rígidos quando sua cabeça pousou em meu ombro. Funguei o nariz antes de desviar o olhar para os lados, não queria que ele me visse chorando.

Os titãs estavam cada vez mais perto, meu coração batia fortemente em meu peito cada vez que olhava na direção deles. De longe pude ver que haviam algumas coisas se mexendo pelos ossos do titã de Eren, forcei os olhos para tentar enxergar melhor mas ainda assim não conseguia ver o que era.

– Por favor, segura o bebê para mim. – Dei o chorão para Sr. Leonhart e me apressei em pegar meu binóculo.

Eu precisava verificar, eu ainda tinha esperanças.

Tirei o objeto que estava pendurado em meu pescoço e ajeitei sobre os olhos, olhando exatamente no mesmo lugar de antes. Foi quando eu percebi que eram titãs que se mexiam junto a algumas pessoas naqueles ossos. Minha boca secou no momento em que vi o titã dele.

– R-Reiner? – Minha garganta fechou e meu senti a adrenalina em meu corpo aumentar num nível grandioso.

– O quê?

Eu não conseguia falar, o titã dele estava lá, o que significa que ele também está. Tinham outras pessoas mas eu não conhecia nenhuma delas, provavelmente seriam o pessoal de Paradis que foram amigos do Reiner.

Estou tão feliz que ele conseguiu reatar a amizade com os eldianos da ilha, era uma pena que isso só foi ocorrer agora tão próximo do nosso fim.

– Por que você chamou Reiner? – Sr. Leonhart puxou o binóculo de minhas mãos, ele estava pálido.

– Eu o vi, no titã do Eren.

– Como assim? Seja mais clara!

– O Reiner está tentando reverter essa situação com os amigos dele. – Apontei para o esqueleto enorme. – Olhe ali pelo binóculo, estão tentando nos salvar.

O velho não tardou em fazer o que eu disse, suas mãos tremiam razoavelmente. Pude ver sua boca abrir e por pouco ele derrubar o binóculo, mas pude pegar a tempo.

– Minha Annie está lá! – Sorriu de orelha a orelha.

– Annie? – Coloquei o material em frente aos olhos para ter certeza do que ele estava vendo, e finalmente pude ver o titã de minha melhor amiga. – Meu deus, é ela! 

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora