– Obrigada por me acompanhar, Reiner – Sorri fraco para ele enquanto me aproximava da porta de casa – Se não fosse tão tarde eu te convidaria para entrar.
– Oras, isso não é problema – O louro se achegou e eu recuei, batendo as costas no portão – Machucou?
– Não... – Desviei o olhar, ele estava bem próximo – Sr. Leonhart está em casa.
– É só não fazermos barulho – Ele sussurrou e eu o olhei, seus olhos âmbar brilhavam como duas estrelas, e o céu escuro favorecia em deixar isso aparente.
– Se ele acordar... Eu mato você – Me virei para destrancar a porta e pude ouvir ele segurando sua risada.
– Fica tranquila.
Girei a chave dentro da fechadura e logo rodei a maçaneta, destrancando a porta. Dei espaço para Reiner entrar e assim que ele adentrou a casa fui em seguida, depois trancando a porta por dentro. Não tardei em acender o abajur que ficava na sala, de frente para a entrada da casa.
– Casa de velho – Reiner sussurrou e eu o estapeei, ele gemeu – O que foi?
– Você é bem folgadinho – Resmunguei em baixo som enquanto me dirigia até a cozinha – Quer beber alguma coisa?
– Tem café? – Assenti – Vou beber uma xícara e depois te deixo em paz.
– Agradecida – Fingi me curvar e ele xingou algo inaudível.
Peguei a garrafa térmica de porcelana juntamente a duas xícaras e coloquei tudo na mesa que ficava dentro de cozinha. Procurei pelo jarro de biscoitos e os coloquei junto, para acompanhar.
– Psiu, pode vir – Chamei o mesmo que parecia entretido com o que tinha na casa.
Ele se sentou de frente para mim.
– Posso te servir? – Assenti e Braun encheu minha xícara com o líquido quente da garrafa, não demorando muito para encher sua própria xícara também – Cheira bem.
– Sim, eu que fiz – Sorri convencida dando um gole.
Reiner bebericou e pareceu surpreso, por um momento não consegui desviar meus olhos dele.
– Eu acho que vou fazer mais visitas – Ele bebeu mais um pouco – É melhor que o da cafeteria.
– Está exagerando – Dei mais um gole – Espero que não tenha problemas em dormir por tomar café a essa hora comigo.
– Consigo dormir normalmente, sou um homem um pouco cansado psicologicamente – Reiner assumiu enquanto pegava alguns biscoitos do jarro – Mas você vai dormir bem, não é? Parecia um fantasma hoje cedo.
– Não se preocupe quanto a isso, meu dia foi longo e independente dessa cafeína, vou desmaiar assim que deitar na cama – Roubei um de seus biscoitos.
– Você se divertiu hoje comigo e Falco, não é? – Assenti e ele sorriu fraco – Eu gostei muito também, espero lembrar por muito tempo.
Eu entendi o que ele quis dizer, e tentei forçar um sorriso, mas não consegui. Obviamente o seu tempo de vida era mais curto que o meu, já que em breve teria que passar o poder de seu titã a outra pessoa. Reiner queria colecionar memórias onde eu estivesse nelas.
E eu vou dar o meu melhor para fazer com que elas sejam as melhores que ele tenha.
Mesmo que isso me machuque futuramente, não consigo mais imaginar uma época sem Reiner, por mais que ele tenha voltado em tão pouco tempo.
Terminamos de beber o café em silêncio, comemos alguns biscoitos também. O clima não estava pesado, o silêncio era indiferente para mim mas eu deveria pensar por ele.
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𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braun
FanfictionEra difícil amar um soldado, ainda mais quando ele viaja para um lugar distante e volta anos depois. Mas ainda não era tarde o suficiente.