18.

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– Amalie! – Gritei seu nome assim que a vi de frente a cafeteria que trabalhamos, toda destruída.

– Só pode ser um sonho... – Escutei ela falar antes de correr em minha direção e me dar um abraço apertado.

Ela estava inteira em minha frente, parecia contente, eu tinha alguns arranhões espalhados pelo rosto mas não era nada grave e que fosse afetar em alguma coisa. Amalie estava com seu típico uniforme, como se fosse mais um dia normal.

– Não entendo. – Falei após analisar suas roupas. – Como é que vamos trabalhar hoje...?

– Não vamos, eu só não tinha o que vestir hoje. – Ela riu fraco e eu revirei os olhos. – Até parece que vamos conseguir trabalhar dentro de uma cafeteria toda destruída. Mas se não me engano o governo vai ser responsável por todos os destroços e pessoas que morreram ontem.

– Você parece muito bem, onde se escondeu?

– Na minha casa tem um porão subterrâneo, tive que ficar com algumas baratas mas no final todo mundo da família ficou bem. – Respondeu sorridente. – E você?

– Fiquei vendo o titã do Eren do lado de um prédio destruído com as crianças e... Meu deus, as crianças! – Arregalei os olhos. – Eu me esqueci completamente delas.

– Que crianças? – A mulher se aproximou de mim e tocou meus ombros. – Você as deixou sozinhas?

– Gabi, Falco e Rachel... Não, elas saíram com um soldado. Eu fiquei cuidando do Reiner. – Suspirei pesado.

– Aquele loirão está te mantendo bem ocupada, não é? – Quase assenti, se não tivesse percebido o seu tom malicioso. – Mas relaxa, se aquele homem que ficou com as crianças era um soldado deve ser porque no mínimo ele é competente. Falco é um anjo, Gabi é esperta, está se preocupando atoa. Essa Rachel deve ser educada.

– Tem razão. – Foi a única coisa que eu consegui falar.

– O que acha de passarmos o dia juntas? Estou tão feliz que você está bem, depois tenho que ver se Spencer também está. – Ela me lembrou de que eu certamente deveria perguntar sobre isso.

– Vocês estão tendo algum caso? – Arqueei a sobrancelha.

– Mais ou menos isso... – Schmidt sorriu tímida e desviou o olhar. – Lembra que eu achava que ele estava gostando de você? – Assenti com um murmuro. – Eu meio que estava errada... Ele disse para mim que estava interessado já tinha tempo e que me esperaria.

– Uau. Isso foi na feira comemorativa?

– Na verdade, foi antes disso. Na feira a gente acabou até trocando um selinho. – Ela começou a pular. – Acho que finalmente achei meu príncipe encantado.

– Ainda bem, antes era insuportável ter que te escutar babando por um homem diferente todo dia. – Amalie me olhou brava. – Desculpa! É verdade.

– Isso me lembrou uma coisa... Não me contou como terminou as coisas entre você e o Galliard, ele realmente parecia gostar de você, só não sabia demonstrar.

– Ah, Bem... – Foquei meu olhar nos meus pés enquanto andávamos. – Ele disse que vai parar de insistir em mim porque não quer atrapalhar eu e o Reiner. Me sinto mal por ele, não tive nem a oportunidade de perguntar como ele se sentia.

Voltei a observar a rua que estávamos, tinham diversas pessoas que trabalhavam para o governo recolhendo os destroços e limpando o pó de construção, ainda bem que não tinha nenhum cadáver nessa região, eles provavelmente já devem ter tirado.

Era engraçado pensar que agora eu e Amalie supostamente estaríamos desempregadas por algum tempo, a cafeteria se situava num estado horrível, me pergunto como o nosso chefe reagirá com isso.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora