23.

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– O que houve? Se acalma, você está suando frio. – Ela passou os dedos pelo meu rosto.

Não dava tempo de explicar que de repente Eren Jaeger se comunicou comigo e com todos os descendentes de Ymir para avisar sobre o caos que traria.

– Preciso pegar o Sr. Leonhart... Você tem que tentar juntar todas as pessoas importantes para você e fugir! Vamos logo. – Eu já a puxava para a saída da Pub, mas Amalie se debatia.

– Você está bêbada! Deixa de ser maluca. – Se soltou de mim. – Precisamos fugir de quem? Nada irá acontecer.

– Eren destruiu as muralhas da Ilha de Paradis e virá atacar todos nós, ele quer nos ver mortas. – Minha respiração estava desajeitada, e eu segurava muito para não acabar desabando ali mesmo. – Sr. Leonhart... Eu preciso dele, se você não for comigo agora eu vou sozinha.

– Não vou te abandonar nesse estado. – Ela soltou meus ombros. – Se acalma amiga, você deve estar bêbada, vou te levar para casa.

– Amalie eu não estou bêbada, porra! – Praticamente gritei. – Quer saber? Se vira sozinha, eu não vou mais perder tempo discutindo isso com você, vou salvar a única pessoa que quer ser salva. Pelo menos agora você já sabe o que está por vir.

– Espera!

Sua voz já estava longe, eu corria o mais rápido possível. Vacilava alguns passos mas isso não me fez parar momento algum.

Ainda estava fresco em minha mente cada palavra escutada por Eren, enquanto ele falava era como se eu estivesse sonolenta e ao fechar os olhos, aparecia em um lugar completamente diferente do qual eu realmente estava.

Jaeger ter conseguido transmitir aquela mensagem, só me faz pensar em uma única coisa; Reiner. Me perguntava se ele ainda estava vivo ou como se encontrava agora. O Titã Fundador tem um poder que ninguém de fora irá conseguir controlar ou abater, e o louro havia me avisado de tudo isso.

As lágrimas já escorriam, borrando toda aquela maquiagem que estava em meu rosto. Meus sapatos eram desconfortáveis e isso dificultava na corrida, cheguei a tropeçar algumas vezes e ralar as mãos para evitar a queda.

Mas logo ali, estava minha casa. Tão próxima que me fez suspirar de alívio, eu iria poder salvar o Sr. Leonhart e garantir para Annie que cuidei bem de seu pai.

– Sr. Leonhart! – Gritei assim que abri a porta da sala, eu ainda tremia. – Onde você está?

– Você também o escutou, não é? – Ele veio até mim e me abraçou fortemente.

E foi neste momento que eu desabei em seus braços. Chorava igualmente a uma criança, só conseguia se escutar o meu soluço e o velho tentando me acalmar enquanto me abraçava.

Nós dois sabíamos o peso da situação.

– Precisamos fugir! – Falei me separando para ver seu rosto. – O lugar mais distante possível.

– Isso só nos dará mais tempo... Os Titãs irão pisotear tudo. – Ele derramou uma lágrima. – Pelo menos Annie está segura na ilha, caso Eren não tenha tentado nada.

– Não fala isso! Nós podemos tentar fugir deles até o final, é impossível não fazerem nada! – Exclamei com raiva, meus olhos já se enchiam de lágrimas. – Eu perdi todo mundo por conta disso tudo, precisamos tentar.

– Você sabe que nenhum marleyano irá nos dar ouvidos, deu trabalho conseguir um lugar privilegiado fora do campo de concentração, não podemos arriscar. – Ele falou enquanto ia até eu quarto.

Eu o segui em silêncio, me sentia mal o suficiente para não conseguir dialogar mais contra ele, porque Sr. Leonhart estava certo. Éramos apenas dois eldianos disfarçados, o velho só tinha seus privilégios aqui por sua filha possuir a Titã Fêmea. Meus pais só estavam aqui por babar ovo dos grandes homens importantes aqui, eu era apenas a que os seguia calada.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora