17.

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– Não quer tomar um banho? Eu posso pegar algumas roupas do Sr. Leonhart para você – Falei enquanto olhava algumas gavetas no meu quarto.

A minha ideia era fazer com que Reiner se sentisse confortável para que pudesse dormir um pouco, ao menos se ele conseguisse falar alguma coisa. Agora, o louro se encontrava sentado em minha cama com o olhar perdido, às vezes acabava nem me respondendo.

Eu sabia que ele se sentia culpado, assim como também sabia que não iria demorar muito para que ele tomasse alguma atitude precoce junto ao exército e os outros portadores de titãs.

– Reiner? – O chamei mais uma vez, me sentando ao seu lado.

– Me desculpe... – Ele murmurou enquanto me olhava – Você poderia repetir, por favor?

– Quer passar a noite aqui? Posso pegar algumas roupas com Sr. Leonhart – Ousei colocar minha mão em seus cabelos e acariciei, ele pareceu gostar.

– Não quero atrapalhar vocês...

– Por que meu namorado me atrapalharia? – Brinquei e ele sorriu fraco, era um sorriso triste – Não quero que você durma com esse cheiro de catinga podre.

– Ah, eu tinha me esquecido sobre o namoro – Braun corou as bochechas, não iria me magoar por isso, era compreensível – Não percebi que estava tão fedido assim.

– É só um bônus para você tomar banho – Me levantei da cama e peguei uma toalha limpa que estava nas gavetas – Pode ir, vou separar as roupas.

Ele assentiu em silêncio e pegou as toalhas, saindo. Era uma sorte ele saber onde era o banheiro, talvez fosse mais fácil já que a casa não era tão grande.

Fui até o quarto do Sr. Leonhart e bati na porta, assim que tive sua confirmação eu entrei fechando a tal atrás de mim.

– Posso pegar alguma coisa sua para Reiner vestir?

– Ele vai usar minhas cuecas? – O velho se levantou da cama num pulo, segurei o riso.

– Sim, ele não trouxe nada – Juntei as mãos e fiz um biquinho – Por favor.

– Tanto faz... – Voltou a se deitar.

Sorri largo e fui até sua cômoda, peguei uma blusa limpa branca, uma calça de moletom e uma cueca. Em relação aos chinelos ele não ia precisar, eu acho.

Sai do quarto do Sr. Leonhart e entrei no meu, colocando tudo aquilo que eu peguei de forma organizada em cima da cama. Ouvi seus passos se aproximarem e o olhei.

Droga, havia me esquecido que ele voltaria assim.

O louro se encontrava apenas com uma toalha na cintura, seu peitoral estava levemente molhado e eu conseguia ver algumas gotinhas de água que ele não havia secado.

– É... – Eu cocei a nuca – Peguei as roupas.

– Estou vendo – Respondeu simplista – Vou me trocar.

– Ok – Cruzei os braços e desviei o olhar para o chão. Ele pegou as roupas e me olhou, devolvi o olhar – O que foi?

– Você, por um acaso, quer me ver pelado? – Pude ver suas bochechas corando, acredito não estar tão diferente depois desse comentário.

– Não! – Exclamei um pouco alto – E-Eu vou sair.

Apressei o passo e fui até o lado a fora do quarto, fechando a porta.

Minha respiração estava rápida, eu deveria me acalmar e consolá-lo com o que tinha acontecido mas no lugar disto, estava me abalando por pouca coisa. Eu não deveria mais ver problema em atitudes assim, agora que eu e ele tínhamos algo, poderia tratar de forma comum.

𝐑𝐀𝐒𝐏𝐔𝐓𝐈𝐍 • reiner braunOnde histórias criam vida. Descubra agora