Capitulo 41.

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Ella acordou melhorzinha, oque me deixou bastante aliviada. Hoje Linsey chegaria com o seu marido, Harvey, para o natal.
A casa estava toda decorada já e como todos os natais da família Hidalgo, dia 23, hoje, teria um café da manhã especial mexicano.

-Olha só quem acordou!- Papai se anima ao nos ver descer.

-Pai! Que saudade.- Abraço ele com Ella no meu colo.

-Também, minha princesa! - Me da um beijo na cabeça.

-Que hora Lins chega?- Pergunto indo para a mesa recheada de comidas típicas do nosso país.

-Já deve estar chegando.- Responde.

-Bom dia, Ale!- Tento ser educada.

-Bom dia, Sabina!- Responde sem me olhar.

-Filha, porque não chama o seu namorado para o natal amanhã? Noah vem com Sina e as crianças também. - Papai sugestiona. Obviamente nunca disse a eles o real motivo de ter vindo para cá, só disse que gostaria de passar um tempo aqui para as festas já que fazia tanto tempo que não vinha.

-É, mamãe! Chama ele.- Ella entra na onda.

-Vou ver com ele, mas não acho que vai aceitar. - Tento parecer o menos nervosa possível.

-E porque não aceitaria, querida? No jantar do meu aniversário ele disse que você e Ella eram a única família dele..- Ale, como sempre, precisa dificultar.

-Já disse que vou perguntar, mas o natal não irá acabar se o Bailey não estiver aqui.- Me estresso.

-Calma, filha! Só estamos tentando encaixá-ló melhor na família.- Papai tenta me acalmar.

-Afinal, minhas amigas estão loucas para conhecer o seu marido. - Ah pronto, então era por isso! As amigas de Ale viriam ao natal.

-E suas amigas passam o Natal conosco desde quando?- Pergunto afrontosa.

-Desde que você não vem mais aqui. - Responde simples.

-Mami, o papai vem?- Ella pergunta animada.

-Não sei, pequena! Já vou ver isso com ele.- Respiro fundo. -Terminou já?

-Sim.

-Então vamos, marquei com uma amiga e a gente precisa estar pronta.- Pego ela no colo.

-Marcou com quem, Saby?- Papai pergunta interessado, como se quisesse se fazer de pai presente.

-Any. - Respondo já saindo da mesa. Any é a filha de uma daquelas amigas de Ale, Priscila, que não estava aqui ontem porque com certeza não é tão desocupada assim.
[...]
-Saby! Quanto tempo.- Any atende a porta e já me abraça.

-Larina! - Retribuo o abraço. "Larinas" é um apelido que temos porque eu sou mexicana e ela brasileira, então somos Latinas. Mas a irmãzinha dela, Bellinha, que era pequena na época sempre falava que era "larina" e a gente começou a se chamar assim.

-Nossa, como você esta grande biscoitinho!- Pincela o nariz de Ella.

-Biscoitinho?- Pergunta meio envergonhada.

-É que quando você veio aqui e era bem pequenininha ficou pedindo biscoito pra mim o tempo todo. E como eu sou a tia legal a gente comeu biscoito o dia todo!- Ri e Ella se anima mais.

-Quem é aquela pré-adolescente descendo as escadas e cadê a minha Bellinha?- Me assusto com a menina descendo as escadas.

-Sabyyyyyy! - Corre e me abraça. -Essa é a Ella?

-É, sou eu.- Responde.

-Sabe oque eu tenho lá em cima, um monte de bonecas! Quer ver?- Bellinha pega na mãozinha de Ella.

-Você deixa, mãe?- Olha para mim.

-Claro, vai lá!- Assinto e elas sobem.

-Como eu te conheço muito bem, oque tá rolando e porque essa cara de preocupada?- Any me puxa para o sofá.

-Caraca, você me conhece mesmo.- Rio.

-Melhor que qualquer um e antes mesmo de saber falar.

-Ai, Larina minha vida é tão doida! Seguinte, depois que o Tyler voltou para casa eu conheci um cara no trabalho, Bailey May. Nós dois éramos amigos, mas algo começou a me atrair nele, sabe?! Ella também se apaixonou nele mas não tinha nada sério entre nós até porque eu era casada. Mas aí, um dia o Tyler começou a agir estranho, ficar agressivo de repente e me deixei levar a ficar com o Bailey prometendo que iria acabar com o casamento para ficarmos juntos, só que Tyler fez isso por mim antes. No casamento de Linsey, meu pai decidiu me contar que a minha mãe na verdade não era a minha mãe, e sim minha madrasta. Minha cabeça endoideceu, Any! Eu não tinha estruturas para aguentar um relacionamento, cuidar de uma filha e raciocinar tudo aquilo ao mesmo tempo, o jeito foi dar um tempo com o May. Aí como se não bastasse, descobri que eu estava grávida dele, como se o destino quisesse nos ligar de alguma forma, e quando fui dar a notícia ele me atacou com palavras horrorosas. Eu fiquei completamente sem chão e pedi literalmente socorro para a Sina, ficando em uma quase depressão por uma semana na casa dela. Agora nós dois estamos mais de boa e decidi vir ficar aqui um pouco para tomar um ar, longe de todo mundo! Mas como não falta emoção, estou sendo basicamente obrigada a convidar o Bailey e ainda pedir para ele fingir ser meu namorado ainda para não ter que enfrentar a loucura da minha mãe enquanto as amigas dela descobrem que a minha família está longe de ser perfeita. - Respiro assim que termino.

-Uou, um belo livro!- Any ri preocupada.

-E só de pensar que é apenas o começo...- Rio sarcasticamente.

-Se você pedir, tenho certeza que o Bailey vai aceitar.

-Aí, Any não queria mais meter ele nessa vida louca. Ele já passou por tantas coisas! -Bufo.

-Olha, se ele tá lutando tanto por ti é porque ele quer estar nessa vida doida, Hidalgo! Não é difícil para enxergar isso.

-Então eu tento?

-Tenta. Se ele não aceitar, você diz a verdade para seu pai e pronto! Qualquer coisa avisa que a gente da um jeito de vocês dormirem aqui.- Me abraça.

-Aí Larina, oque seria de mim sem vocês?- Retribuo o gesto.

-Vocês?

-Você, a Sina, a Monique, a Joalin, a Nour, o Pepe. Tem tanta gente envolvida nessa coisa toda que eu nem sei como agradecer um por um.- Rimos.

-Mami, a Belinha pode ir lá em casa no Natal?- As duas chegam e Ella pula em mim.

-Ela vai sim, meu amor! E todas aquelas tias que estavam na casa da vovó aquele dia.- Explico.

-Toda essa gente?- Me olha assustada.

-É!- Rio. Ella está acostumada a um natal com muita pouca gente, já que não venho para o da família desde que ela era muito pequena. -Agora vamos porque eu tenho uma ligação para fazer e a Any tem uma aula agora.

-Tchau, tia Larina!- Ella inventa o apelido e abraça Any.

-Até mais, biscoitinho!- Agarra a pequena.
Pego a mãozinha de Ella e saímos caminhando até a casa, que ficava há três minutos dali.

Long years without him- SabileyOnde histórias criam vida. Descubra agora