Capitulo 38.

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Bailey:
Dias difíceis, eu diria...
Depois da minha discussão com a Sabina não tenho visto muito Ella, apenas uma vez por acaso enquanto almoçava com Nour por aí. Confesso que morro de saudades da minha pequena, literalmente ela é como uma filha para mim.

Agora estou aqui, sentado na mesa de um café a pedido de Joalin. Ela disse que gostaria de conversar comigo e obviamente aceitei.

-Desculpa a demora, estava conversando com uma amiga para te falar melhor sobre isso!- Senta-se à minha frente.

-Que nada!- Sorrio tentando parecer gentil. -Posso saber o motivo que nos trouxe aqui?

-Larga de ser besta, você sabe muito bem do que se trata.

-Joalin, se for para voltar com a sua amiga por capricho dela saiba que não estou afim.

-Bailey, a Sabina está com indícios de depressão. Acabei de falar com aquela amiga que te disse, que é psicóloga, e ela me confirmou.

-Depressão?- Meu coração se parte.

-Isso mesmo, ela não sai da cama e não come o dia todo. Eu juro que estou desesperada! Nem sei como contar isso para a Ella, que por sinal já estranhou ver a mãe daquele jeito.

-Caramba, se quiser eu conto!

-Por mim seria melhor mesmo, mas oque vamos fazer com a Sabina?

-Olha, eu me preocupo muito com ela apesar de tudo. Mas acho que a última pessoa do mundo que iria curá-la da depressão seria eu.

-Você tem razão. E oque eu faço, May? Me ajuda por favor.- Quase implora.

-Uhnm.... Você pode tentar que a Ella ajude. Talvez essa seja a melhor opção agora. -Sugestiono.

-É, mas é só levar a Ella lá e pronto? - Parece meio perdida.

-Basicamente, mas pede pra ela insistir para a Saby comer, tentar animá-la. Que tal se buscarmos a Ella na escola e contarmos para ela? - Assente.

[...]
-Papaiiiii!- A pequena corre até mim.

-Que saudade de você, minha princesinha!- Pego ela no colo.

-Também tava! Porque vocês que vieram e não a vovó?

-É que a gente precisa conversar, amorzinho. Vamos tomar um sorvete e falar com você sobre a sua mamãe , tá bom? - Assente.
[...]
Em cinco minutos estamos sentados na sorveteria perto da escola, tentando tomar coragem para iniciar essa conversa com Ella.

-Oque tem a minha mãe, papai?- Já que a gente não começa, ela decidiu começar.

-Filha, você reparou que ela tá meio dodói esses dias? - Assente. -Então, para ela melhorar o remedinho vai ser você. Por isso, eu e a Tia Jojo viemos pedir para você ser muito carinhosa com ela, pedir para ela comer.

-Mas quando eu tô dodói é só tomar um remédio normal, porque o dela tem que ser eu? - Me olha.

-É que ela tá dodói do coração, e para isso não tem remédio específico, meu amor! Dessa vez, a única coisa que pode ajudar sua mãe é o seu amor.

-Isso eu tenho!- Sorri.

-Eu sei que você tem, princesa!- Sorrio de volta.

-Mas papai, porque você também não tenta? Ela ama você também, vai que funciona. - Inocência de criança....

-É que a mamãe tá chateada com o pai, filha! Acho que ela não quer me ver agora.

-Ah. - Parece não se conformar tanto.

-Sabe porque a gente tem que deixar a mamãe feliz rápido, Ella?- Joalin pergunta.

-Porque?

-Tá chegando o natal, o seu aniversário e o meu aniversário! - Joalin e Ella fazem aniversários consecutivos, que são muito perto do Natal.

-Tem razão, posso ir lá agora?- Pergunta animada. Acho que por empolgação de saber que pode fazer a mãe melhorar e por estar com saudades também, Sabina sempre vinha buscar Ella na escola.

-Pode, mas o pai te leva tá bom?- Joalin me olha.

-Eu?- Pergunto.

-Eu tenho uma aula agora e você não deixaria a Ella sem ver a mãe, né?- Sinto que ela está mentindo, Joalin é muito esperta.

-Tudo bem então, vamos?- Chamo Ella que não pensa duas vezes em vir.
[...]
A cada centímetro andado meu coração dispara mais um pouco, porque se Ella ao menos fosse maior para entrar sozinha seria mais fácil. Mas eu que preciso levá-la lá dentro, aí sim que complica!

Estaciono em frente a casa de Sina e o tiro a pequena da cadeirinha. Toco a campainha e Marli atende, por sorte.

-Marli, eu vim ver a minha mãe. Onde ela está?- Ella abraça a moça.

-Está lá dentro, bonequinha! Ainda bem que vocês chegaram, eu já estava de saída e não queria deixá-la sozinha. - Deposita um beijo em Ella e simplesmente sai da casa, me deixando com o trabalho de levar a pequena até a mãe. Talvez seja isso que o destino queira....

-Vem, pai!- Ella me puxa, me levando provavelmente até o quarto que sabina estaria. Abre a porta devagar, revelando uma Sabina que eu não estava conseguindo reconhecer e que se assusta ao me ver.

-Bailey?- Pergunta assustada.

-Oi! Eu vim trazer a Ella, Joalin teve uma aula e ela queria muito te ver.- Coço a nuca.

-Não, tudo bem! Só não esperava te ver aqui, pelo menos não hoje. - Fala a última parte baixo, mas consigo escutar.

-Mami, precisa de alguma coisa?- Ella vai até ela na cama.

-Não, meu amor! Obrigada.- Abraça e beija a filha.

-Então vou indo, tchau princesinha! Tchau Saby.- Aceno para elas, com uma vontade imensa de abraçar a minha garota.

-Papai, fica um pouquinho aqui! Você nem me viu essa semana.- Ella faz manha. Olho para Sabina esperando uma aprovação.

-Por mim tudo bem, contato que você saiba dos limites que podemos chegar.- Assinto e me aproximo delas.

-Deita aqui.- Ella me puxa para o outro lado dela, ficando entre mim e Sabina.

-Vou ao banheiro e podemos assistir um filme depois, que tal?- Sabina sugestiona e Ella assente.
Hidalgo levanta da cama em direção ao banheiro e me impressiono ao ver aquela barriguinha querendo aparecer, caramba é meu filho ali dentro!

-Você viu pai?- A pequena me olha. -O meu irmão tá lá dentro.

-Ou irmã, né?- Rio.

-É um irmãozinho, eu tenho certeza.

-Tudo bem então!- Rio fraco.

-Já pensou nos nomes, mamãe?- Ella pergunta para Sabina quando ela se deita ao lado dela.

-Ainda não. Por mim poderia ser Benjamim, Matteo ou Thomas, e pra você May?- Me olha pela primeira vez naquele dia.

-Amei todos, mas Benjamim tem meu coração. Imagina Benjamim Hidalgo May! - Sorrio ao pensar em alguém sendo a nossa mistura.

-Gostei também. E para menina por mim seria Isabella.

-Benjamim e Isabella, decidido.- Faço ela sorrir pela primeira vez no dia. Talvez ela quisesse sim a minha presença, porque no fundo, ambos sabem que ter um ao outro por perto era o oposto de fazer mal.

Long years without him- SabileyOnde histórias criam vida. Descubra agora