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Gregori pediu aos céus que nada de ruim tivesse acontecido com seus pais e principalmente com sua mãe. Naquela altura do campeonato o que ele menos precisava era de dor de cabeça. Acabara de voltar para Hian e já tinha que sair assim, correndo. Certo que ele poderia ter levado o namorado, mas pela seriedade na voz da mãe ele preferiu ir sozinho.

Deixar Hian era algo que lhe apertava o coração e ele tinha certeza de que Hian também ficara assim. Dos dois, ele era o mais emotivo. Gregori não o culpava por ser assim, afinal Hian teve que se adaptar a uma vida com sua própria companhia. Embora Andry e Susan fossem sempre ao seu encontro, a questão de ter o afeto de alguém, ou até mesmo de alguém para dizer "É meu", era algo que Hian não tinha há muito tempo.

- Daqui a pouco eu volto meu amor - Gregori falou como se Hian pudesse ouvi-lo. - Logo, logo.

O apartamento voltou a ficar vazio.
Hian odiava aquilo e apesar de ele morar sozinho desde cedo, a companhia de Gregori havia se tornado contínua. Era como se tudo criasse vida e seus dias fossem mais coloridos.

"TOC TOC TOC!"

O coração de Hian acelerou e ele cruzou oa dedos para que fosse Gregori, dizendo que não precisava mais ir.
Mas ao abrir a porta, não viu Hian e seu entusiasmo foi-se.

- Estava esperando alguém?

- Não - disse Hian observando seus dois melhores amigos parados na porta. - Quer dizer, sim.

- Ué - Andry arqueou uma sobrancelha. - Como assim?

Hian abriu a boca para responder e coçou o alto da cabeça.

- PARA TUDO!

Susan quase gritou e tanto Hian quanto Andry a observaram atentos.

- O-que-é-isso-em-sua-mão?

Perguntou ela.

- Ah... - Hian trouxe a mão direita e exibiu a aliança. - Agora sou noivo.

- Espera, espera, espera - Andry olhou fixamente o chão e depois encarou Hian. - Gregori apareceu?

Hian deixou um sorriso satisfatório aparecer e balançou a cabeça positivamente.

- Ele voltou ontem.

- Mas gente - Susan sorriu e tocou o anel. - Gregori me surpreendeu agora. Mas onde ele estava? O que aconteceu?

Hian acomodou os amigos na sala e contou tudo o que Gregori havia lhe dito. Não esqueceu nenhum detalhe.

- Tá - disse Andry. - Mas cadê aquele cabeção?

- Então... Ele precisou ir até a casa dos pais dele e não me perguntem pra quê, por que nem ele sabe. Minha sogra foi enigmática e não falou o que era.

- Que merda - foi a vez de Susan falar. - Vocês nem transaram direito e ele já teve que sair.

- Susan!

- O quê Andry? É verdade! Passaram tantos dias longe um do outro e nem tiveram tempo o suficiente para tirarem o atraso.

- "Tirarem o atraso" foi a boa - disse Hian rindo.

- Ê coisa boa é te ver sorrir assim novamente - Andry falou. - Espero que ele volte logo dessa vez.

- Eu também Andry. Eu também.

Os dois ficaram ali com Hian o dia inteiro. Andry havia combinado com Susan em ficar com ele e evitar que o sentimento de solidão se apossasse dele outra vez.

No finalzinho da tarde, Gregori ligou.

- Oi Gregori.
- Oi meu amor. Tudo bem aí?
- Por aqui sim. Susan e Andry estão aqui.
- Maravilha.
- E você? Está bem? Como estão seus pais? O que sua mãe queria?
- Quando eu estiver aí eu te falo tudo. Por ligação é ruim. Fala para o casal aí esperar eu chegar por que o que eu tenho para falar é algo bem sério.

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