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Gregori realmente apagou. Dormiu a noite inteira e com Hian ao seu lado, ele realmente mergulhou no sono.
Quando acordou, sentiu o braço dormente. Hian dormia de frente para ele com a cabeça fora do travesseiro, sobre seu braço. Aquilo não o incomodou, mesmo sentindo um formigamento, ele não ousava em removê-lo dali. Há muito ele não via Hian dormir tão bem e ao seu lado. Era como se tudo tivesse voltado ao normal.
Gregori puxou um pouco mais a coberta dele e o ouviu ressonar. Era uma sensação ótima, ver seu amado ali dormindo ao seu lado, sentindo seu calor, olhando seus traços.

Hian se mexeu e aos poucos foi abrindo os olhos. Quando olhou para Gregori, sentiu-se envergonhado.

- Bom dia.

- Bom dia - ele respondeu. - Acho que dormi em cima do seu braço.

- Não tem problema.

Hian levantou um pouco para Gregori endireitar-se.

- Como se sente?

- Estou bem - Hian bocejou. - Acho que estava precisando dormir sem estar sob medicação.

- Acredito. E ficar num ambiente hospitalar, não ajuda.

- Verdade.

- Vou levantar e comprar pães para a gente tomar café.

- Vou com você.

- Não, fica na cama. Deixa que eu vou, aproveita a preguiça.

- Hum... Ta bom.

Gregori levantou-se e sentou na cama de costas para ele. Naquele momento, Hian desejou abraçá-lo e por mais que não lembrasse de seu passado, sentia lá no fundo algum tipo de sentimento por aquele garoto.

- Obrigado Gregori.

Ele olhou por cima do ombro.

- Pelo quê?

- Por cuidar de mim, mesmo eu não lembrando quem você é.

Gregori pensou no que ia falar, analisou as palavras, olhou para frente e deixou seu coração falar mais alto.

- Eu sempre irei cuidar de você. Não importa se você não consegue lembrar quem eu sou ou do que temos. Para mim, você continua tão especial quanto antes e o que eu sinto por você é bem maior que tudo isso.

Ele olhou de volta para Hian e sorriu.
Era verdade tudo o que ele havia falado e naquele momento, Hian sentiu-se feliz por tê-lo por perto. Era frustrante não lembrar, não poder sentir também todo aquele sentimento. Gregori demonstrava uma atenção e cuidado que Hian não sabia como retribuir.

Gregori vestiu-se e foi ao banheiro. Escovou os dentes, arrumou o cabelo e pegou a carteira.

- Hian, eu já volto!

Gregori ouviu um "Tá bom" lá do quarto. Ele sorriu. Estava feliz por Hian estar em casa e era mais que satisfatório ouvir sua voz.
Gregori desceu e quando ia se aproximando do portão, o porteiro veio ao seu encontro.

- Oh meu rapaz, antes de ir, você poderia me dar alguns minutinhos?

- Claro senhor Alberto. No que posso lhe ajudar?

- O que aconteceu com o garoto Hian?

Gregori contou o ocorrido. O homem ficou revoltado em saber que o carro que atropelou Hian não parou para prestar socorro.

- Onde já se viu? Isso é uma irresponsabilidade sem tamanho!

- Nem me fale. Mas o que importa é que Hian está de volta. Bom, não cem por cento.

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