6

159 16 5
                                    

Hian acordou no meio da madrugada sentindo dores horríveis no estômago. Pelo visto os lanches que havia ingerido quando chegou estavam fazendo efeito. Ele apertou a barriga e se contorceu na cama. Sentou-se tentando amenizar um pouco aquele incômodo mas foi em vão. Ele inspirou e expirou. Inspirou e expirou. Nessa última sentiu que iria colocar tudo para fora e disparou para o banheiro. Por sorte não sujou nada e alcançou a privada a tempo. Colocou realmente tudo que comeu para fora. Depois deu a descarga e lavou o rosto. Se certificou de que não tinha feito nenhuma sujeira e resolveu voltar para a cama.
As dores retornaram e com elas um gosto amargo na boca. Ele levantou novamente e foi verificar se tinha algum remédio que ao menos aliviasse o que estava sentindo. Procurou na maletinha de pronto socorro e por sorte encontrou alguns analgésicos. Tomou um e torceu para que ele fizesse efeito logo, afinal ele precisava descansar.
Os minutos seguintes foram uma tortura pois nada fazia efeito. Hian se revirava na cama de um lado para o outro e deitando de todas as posições possiveis. Foi para o tapete, para o sofá... Mas nenhum desses lugares sequer o ajudou a dormir.
Decidiu retornar para a cama e permaneceu acordado gemendo de dor. Sentia um peso na barriga e se encolhia em posição fetal para ver se passava um pouco a sensação. Olhou na tela do celular a hora: eram quase cinco da manhã. Que droga! Gritou em pensamento.
Aos poucos ele foi melhorando daquele sufoco e rapidamente voltou a dormir. O analgésico enfim fez milagre.

O celular despertou alguns minutos depois anunciando que era hora de ir trabalhar.
Hian ainda não se sentia bem. Desativou o modo soneca e voltou a dormir.
Algumas horas depois ele acordou. Estava frio. Os raios do sol não estavam aparecendo e ele concluiu que o tempo estava fechado. Buscou seu celular e viu que eram oito e meia da manhã. Ele ainda sentia uma queimação e o gosto amargo estava pior na boca.
Resolveu mandar uma mensagem de texto para seu supervisor informando que não iria comparecer no trabalho pois não estava bem. Este em resposta lhe desejou melhoras e caso precisasse poderia chamá-lo. Hian agradeceu a gentileza e prometeu que ficaria bem. Em seguida colocou o celular de lado e voltou a dormir. Queria repor as horas de sono perdidas durante a noite.

O tempo passou rápido e quando Hian finalmente acordou já era quase hora de sair de casa para a faculdade. Ele se deu conta de que dormira literalmente o dia inteiro. Alcançou o celular e tinha algumas mensagens de Andry, perguntando se tava tudo bem e por que ele não respondia.

"TOC TOC TOC!"
Havia alguém batendo.
Com um esforço imenso Hian se levantou e escorando-se na parede foi até a porta. Quando abriu deu de cara com Andry.

- Caramba Hian, por que você não me responde? - perguntou ele entrando e ja fazendo cara feia.

Hian nem teve tempo de responder. Colocou a mão tapando a própria boca e correu para o banheiro. Do lado de fora, Andry só ouviu os gemidos do amigo.
Depois de alguns minutos, Hian saiu. Estava pálido e com olheiras. Quando deu um passo, ficou sem forças e ia caindo. Sorte que Andry o segurou e ajudou a ir até a cama.

- Você está péssimo. O que andou comendo ein?

- Argh, nada. Só os lanches de ontem. Minha noite foi comprida, nem trabalhar consegui ir.

- E hoje, você comeu alguma coisa?

- Só levantei da cama para atender a porta agora - Hian falava enquanto fazia caretas.

- Você é doido? Não pode fazer isso! Seu organismo está fraco, precisa se alimentar.

- Não por favor. Não me força a comer nada. Eu já coloquei tanta coisa pra fora que se eu comer algo, até a alma sai depois.

- Exagerado. Você precisa comer, repor a energia - Andry falava enquanto media a temperatura pela testa dele. - Você não está com febre, o que é bom. O que está sentindo agora?

Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora