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Por mais que Hian desejasse, o desentendimento com Andry não era mentira. Eles de fato haviam se estranhado e por incrível que pareça, pela primeira vez.

Ele passou o dia todo incomodado com a situação. Apesar de isso não ter tirado o foco dele no trabalho, a ausência do amigo era algo ruim, uma vez que Andry estava sempre presente na vida dele. Era como se algo fundamental estivesse faltando.
Susan que havia lhe enviado uma mensagem de texto lembrando que mais tarde naquele mesmo dia, iriam apresentar os trabalhos e que não era para Hian faltar. Caramba, era sexta-feira. Ele quase havia esquecido. Mas também não era para menos, o último acontecimento havia lhe tirado um pouco a percepção do tempo.

Hian não recebeu nenhuma notícia do amigo. Aquilo o deixava triste. Ele o considerava demais e o fato de estarem distantes fazia com que ele se sentisse mal. Mas depois de analisar várias vezes a situação e enxergar que não tivera uma culpa exata, ele começava a achar que Andry não confiava nele o bastante. Hian era adulto, sabia o que estava fazendo. Andry estava agindo como um perfeito idiota com aquele ciúme tolo.

Depois de um tempo ele foi para casa. Tomou um banho e relaxou a mente. Resolveu deixar aquele assunto um pouco de lado e focar no trabalho que teria que apresentar em poucas horas. Revisou algumas anotações e enviou uma mensagem de texto para Gregori, perguntando se ele poderia chegar um pouco mais cedo para revisarem juntos o conteúdo e tratar como apresentariam.

Algumas horas depois, os garotos se encontraram na biblioteca da Universidade. Depois de se programarem, foram para a sala de aula. Hian percebeu que Gregori continuava o mesmo garoto sério de sempre. Era como se o que eles conversavam e faziam não tivesse acontecendo. Gregori sempre estava de cara fechada e ranzinza. Ia ser um pouco difícil Hian se acostumar com aquele jeito dele, mas se fosse o caso, ele prometeu a si mesmo que tentaria.

Assim que chegou na salade aula, Hian percebeu que só Susan estava no lugar de sempre. Andry estava sentado no lado oposto e fingiu não o ver quando ele entrou. Aquilo doeu em Hian. Mas ele engoliu em seco. Se dirigiu ao seu lugar e puxou assunto com Susan.

- E ai, tudo bem?

- Eu tô bem e você?

- Bem também. Ontem aconteceu algo depois que você saiu.

- O quê? - Susan arregalou os olhos e escutou com atenção o que o amigo relatou. Depois que ele acabou ela se sentiu culpada. - Ai Hian, me perdoa por favor.

- Perdoar pelo que exatamente?

- Por ter te deixado ali. Eu te ofereci carona, mas era para ter insistido. Não fiz muito bem meu papel de amiga.

- Pode parar com isso. Ninguém imaginaria que eu iria demorar a encontrar um táxi e nem que seria alvo de bandidos. A vantagem é que nada me aconteceu e que alguém me salvou.

- Ainda não acredito que o Gregori fez isso - ela olhou em direção ao colega de classe e colocou a mão na boca. - Tem certeza que foi aquele Gregori ali que te salvou e te levou até em casa ontem?

- Certeza absoluta. - Hian balançou a cabeça positivamente. - Mas cá para nós, parece que sei lá, tudo aquilo não aconteceu para ele.

- Por que?

- Ele nem tocou no assunto e muito menos demonstrou qualquer tipo de afeto.

- Hian, estamos na faculdade. O pessoal sabe que você é gay, não ele. E tipo, vocês nem se conhecem direito também. Tem tudo isso.

Esta última parte fez Hian pensar um pouco. Devido o acontecido, ele havia esquecido de perguntar a Gregori mais detalhes da vida dele.

- Boa noite turma! - saudou o professor assim que entrou na sala de aula. - Estou ansioso para ver o que vocês prepararam. Então, vamos as apresentações...

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