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A chegada na casa dos pais foi bem sucedida. Nada mudou desde que ele deixou aquele lugar, exceto o novo jardim que a mãe fizera em frente a casa. Ao estacionar, Gregori observou a casa que um dia pertencera a Deniel.
Deniel.
Seu primeiro amor.
Eta nostálgico voltar àquele lugar. Uma mistura de sentimentos como arrependimento, saudade e amor.

- Gregori?

Sua mãe o observava da porta.

- Oi mãe.

- Ahhhhhh - ela alegrou-se e correu para abraçar o filho. - Que saudade do meu menino.

- Também senti sua falta - ele devolveu o abraço. - Como estão as coisas?

- Tudo indo bem. Vem, entra.

- Vou pegar a mala.

Ela estava realmente muito feliz por ele ter retornado. Já fazia muito tempo desde que Gregori decidira viver independente e pelo visto ele estava bem.
Depois de o acomodá-lo no quarto que um dia já foi dele, ela preparou um café e o bolo que fizera noite passada.

- Papai está trabalhando?

- Sim, está - ela o serviu uma fatia do bolo. - Você sabe como ele é em relação ao trabalho. Mas eu o avisei que você viria e ele prometeu que sairia mais cedo.

- Hum... Certo.

- E então, me conte as novidades. Como vão as coisas? Como está de saúde? A faculdade... Conte-me tudo.

- Ok, ok. Uma de cada vez - Gregori sorriu. - Bom, as coisas vão bem. O apartamento que  moro é enorme e até me perco lá dentro, mas muito bom.

- Eu falei para a Alice que aquele lugar era muito grande para você sozinho - ela serviu o café. - Se você morasse com alguém, seria menos solitário.

- Ah mas eu nem ligo para isso, mãe. Até gosto de ficar sozinho. Me ajuda a pensar mais.

- Sei. Você está se alimentando direito? Estou te achando abatido.

Gregori sentiu um desconforto. A pergunta da mãe o fez recordar dos últimos acontecimentos e trazer lembranças não muito boas.

- Sim, estou.

- Eu sei quando você está mentindo, mocinho. - Tem alguma coisa acontecendo não tem?

- A senhora me conhece mesmo - Gregori teve vontade de desabafar com a mãe, mas como faria? "Então mãe, gosto de garotos agora, tenho um namorado que é foda e minha ex está nos separando." Gregori resolveu omitir, pelo menos por enquanto.

- Claro, sou sua mãe. Te conheço melhor que ninguém.

-Verdade. A faculdade vai bem também. As vezes é puxado, muitos trabalhos e aulas demoradas. Mas valem a pena.

- Arranjou alguma namorada?

"Sim, um namoradO. Um garoto maravilhoso"

- Mais ou menos, mãe.

- Como assim, mais ou menos?

- É complicado de explicar.

- Ai, essa juventude de hoje é estranha.

Depois de atualizar a mãe sobre sua vida, omitindo algumas partes, Gregori a ajudou com os afazeres. Ela se reclamava que o marido não ligava muito para as plantas, mas que ela as adorava e cuidava todos os dias. Que os novos vizinhos eram legais e ela logo fez amizade com eles.

- Eles tem um filho que é maravilhoso e me ajuda de vez em quando. Ele disse que te conhecia.

- Me conhece? De onde?

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