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Foi uma das piores noites que Gregori teve que passar. Inquieto, ele andava de um lado para o outro, encostava na parede, sentava na cadeira. Depois levantava e ia para o corredor onde Hian tinha sumido, olhava pelas brechas das portas e voltava. Os seguranças permaneciam atentos caso ele resolvesse avançar. Eram cautelosos e de certo modo entendiam a aflição dele.

- Gregori - Jordan veio até ele - tenta descansar um pouco. Já são quase quatro da manhã.

Ele nem respondia. Estava atônito observando atentamente o vai-vem dos médicos. Havia gravado na mente o rosto do médico, se ele passasse ali, o interrogaria sobre Hian.
Mas aquilo não aconteceu, o que foi deixando Gregori mais aflito ainda.

- Oi amor - Jordan falava com Valério pelo celular. - Não ainda nada... Eu não sei, vou ver com ele aqui... Tá bom, eu ligo.

Ele desligou e voltou-se para Gregori.

- Ei, você quer ir em casa, tomar um banho, comer alguma coisa?

- Eu não saio daqui sem notícias dele.

- Eu entendo que esteja preocupado, mas você precisa dar uma pausa - Jordan pousou a mão no seu ombro. - Vai em casa, eu fico aqui.

Vendo que ele não responderia, Jordan insistiu.

- Gregori, é sério. Vai em casa, toma um banho e relaxa um pouco. Eu te passo meu número e qualquer informação que seja eu te ligo na mesma hora.

- Não quero que ele fique sozinho. Hian precisa de mim.

- Eu sei disso, mas você está cansado e assim não o ajudará em nada. Você precisa comer também.

- Eu não sinto fome.

- Mas vai pelo menos para relaxar um pouco. Toma um banho quente, vai ajudar.

Gregori resolveu acatar. Passou o seu número para Jordan mesmo contra o desejo de ficar ali.

- Jordan, qualquer coisa me liga, não exite.

- Não se preocupe. Te manterei informado.

Gregori saiu do hospital com o coração embargado. Sua cabeça estava a mil e deixar Hian ali era difícil.
Ele entrou no carro, encostou a cabeça no volante e deixou as lágrimas caírem.

- Oh Hian, tomara que tudo fique bem. Tomara que você fique bem.

Ele deu partida e foi para casa. A todo instante ele olhava o visor do celular para ver se havia alguma mensagem ou ligação de Jordan.
Ao chegar no prédio, estacionou e rapidamente subiu. Tomou um banho, tentou relaxar mas em vão. Sua mente estava ligada a Hian, em saber qual o seu estado.
Tomou um analgésico para a dor na cabeça mas não adiantou. Ele foi até a varanda e olhou em direção ao apartamento de Hian. Sentiu um aperto no peito e uma angústia.

- Droga!

Ele gritou e fechou a porta da varanda. Entrou no quarto, separou algumas roupas, toalha, algumas cuecas, sua escova de dente, creme dental e desodorante. Colocou tudo em uma pequena mala e desceu de volta para o carro.
Não adiantava ficar em casa e sua mente longe. Ele queria estar próximo do namorado, queria estar presente e ninguém iria impedir aquilo.

Jordan estava atento a tudo. Ligou para Valério e pediu que ele levasse algo para ele comer.
Assim que desligou, não acreditou no que viu.

- Gregori, eu pedi que você ficasse em casa. Eu fico aqui.

- Não me peça para ficar longe. Não dá, eu não sairei daqui, não ficarei distante. Não adianta.

Jordan sabia que ele não arredaria o pé dali. Gregori era cabeça dura e naquela situação não o julgou. Era compreensível que ele estivesse aflito e querendo notícias do amado.

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