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Gregori acordou cedo naquele domingo. Havia combinado com sua tia de assinar os papéis de transferência do apartamento para o seu nome. Não era algo demorado, no entanto ele queria que tudo ocorresse bem e sem mais delongas.

Hian acordou e passou a mão ao lado. Sentiu Gregori, o calor de sua pele e a maciez dela. Abriu os olhos e encarou o noivo também já acordado o observando.

- Bom dia meu Hian.

- Bom dia meu Gregori - Hian bocejou em seguida.

- Dormiu bem?

- Bem até demais. É bom acordar e sentir você ao meu lado sabia?

- Isso vai se repetir por muitos e muitos anos.

Hian sentiu um ligeiro formigamento na espinha, uma sensação de felicidade.

- Eu ainda não acredito em tudo isso.

- Em tudo o quê?

Gregori acariciou seu rosto.

- Em tudo: que a gente vai casar, que esse apartamento vai ser nosso...

- Então acredite pois tudo é real.

- Quem diria que a gente ficaria junto no final das contas.

- Pois é - Gregori foi quem bocejou dessa vez e ficou encarando o teto. - E eu relutante no início.

- Passamos por tanta coisa né?

- Verdade. Lembra do acampamento?

- E se lembro - Hian sorriu ao recordar-se da briga. - Naquela noite eu te vi transformado.

Gregori continuou observando o nada mas sua mente retornara ao evento daquela noite.

- Nem eu sei como fiz aquilo. Quando eu te vi caído no chão e sangrando...

Ele fez uma pausa e respirou fundo.

- Eu fiquei cego de ódio e a única pessoa que eu via na minha frente era aquele garoto.

- Você desfigurou o rosto dele.

- Foi pouco. Eu queria ter feito mais. Ele iria aprender. Eu posso ser gay, mas se tem uma coisa que eu sei é brigar como qualquer outro homem - Gregori olhou para Hian. - E com você, ninguém mexe.

- Uau, que homem bravo - Hian sorriu.

- Só quando necessário.

Gregori beijou a bochecha de Hian delicadamente. Seu coração estava realizado por ter aquele homem ao seu lado e por em breve ser a sua família.

- Lembra que lá foi a nossa primeira transa?

- Lembro muito bem - Hian foi sarcástico. - Você me seduziu na cara dura e ainda me comeu. Eu estava tão quieto...

- Quieto, sei. Você queria mesmo era ceder e estava se fazendo de difícil. Aí eu fui e ganhei.

- Você sempre me ganha - sorriu ele.

- A gente precisa levantar - Gregori olhou a hora no visor do celular. - Daqui a pouco minha mãe e minha tia estão por aí.

- Então vamos.

Hian fez menção de levantar mas Gregori o puxou de volta fazendo-o cair de novo na cama.

-Mas tão gostoso aqui - disse ele

- Gregori?! Desse jeito fica difícil a gente realmente acordar - Hian abraçou-se com ele.

- Quero matar toda essa saudade de você e por isso quero aproveitar cada segundo.

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